PROJETO MANDACARU ALAVANCA JOVENS

“Mandacaru quando flora lá na seca, é o sinal que a chuva chega no sertão...”

(Luiz Gonzaga)

E não é que o grande cacto está mesmo florindo pelas bandas do sertão!
A juventude sertaneja de 12 municípios de Alagoas arregaçou as mangas e mergulhou com a cara e a coragem na conquista de sua identidade e de sua postura cidadã, a procura de uma oportunidade no mercado de trabalho.

O PROJETO MANDACARU, que vem no respaldo da promessa do primeiro emprego que o presidente Lula tanto falou em sua candidatura, foi trazido pela Fundação Delmiro Gouveia e executado pelo Instituto Palmas, organização não governamental que atua desde 2002 na região do semi-árido entre Alagoas, Pernambuco, Bahia e Sergipe. O objetivo do Projeto é a inserção dos jovens no mercado.
O investimento é na juventude sertaneja, atuante, cheia de sonhos, que tem raça para ser uma das molas propulsoras do desenvolvimento local.

De agosto de 2008 até abril deste ano, 1000 jovens dos municípios de Delmiro Gouveia, Água Branca, Pariconha, Senador Rui Palmeira, Olho D’Agua das Flores e Piranhas, entre outros, foram capacitados em meio ambiente, cidadania, inclusão digital e reforço escolar em português e matemática. Foram 8 meses de formação, com 400 horas de aprendizado e 100 horas de trabalho voluntário. Tempo suficiente para que dezenas de educadores capacitassem estes jovens para diversos arcos ocupacionais, tais como: Gestão Pública, Administração, Saúde, Agroextrativismo, Vestuário, Alimentação, Telemática, Turismo e Hospitalidade.

Coordenado por Edileuza Patriota, o PROJETO MANDACARU, em Piranhas, conta com as dinâmicas presenças de Anna Margarida e Ana Cristina Accioly, mãe e filha, respectivamente Coordenadora do Pólo 2 e Coordenadora Pedagógica. Para Margarida, “o desafio está feito. O impacto social que o PROJETO MANDACARU fez ao longo desses meses de oportunidade/interação da juventude, mostrou a todos quem são a que vêm e porque se tornaram pró-ativos do desenvolvimento local.”

E todos foram mesmo à luta. Uma parte significativa tornou-se profissional autônomo, empreendendo ou prestando serviços nas suas cidades. Segundo Cristina, “tem jovens atuando como cabelereiras(os), esteticistas, garçons, vendedores, atendentes de lojas, estagiários de organizações não governamentais, organização de eventos e trabalhando com alfabetização de adultos”. Realizada e plena de viver este momento, Cristina lembra o inspirador cacto que dá nome ao Projeto: “Para mim é um privilégio viver no sertão e trabalhar com essa juventude “arretada”. O sertão dá o exemplo, uma gota de chuva faz florir. As pessoas são ao mesmo tempo chuva e flor”.

Na bucólica Piranhas, banhada pelo Velho Chico, a rapeize está com as antenas ligadas, não só abrindo seus empreendimentos (bares, salões de beleza) como também elaborando projetos sociais e batalhando pela criação de cursinhos pré-universitários, secretaria da juventude e do meio ambiente e projetos de educação ambiental. Mas... no intervalo, um bom mergulho no São Francisco, que ninguém é de ferro.

Margarida acrescenta: “Agora, formular propostas ficou mais fácil, porque eles conseguiram se ver incluídos na sociedade a que pertencem, se apropriaram de uma identidade cidadã, capazes de ações estruturais para a mudança necessária de políticas públicas de direitos, na medida exata em que se demanda, fiscaliza e participa diretamente. Penso que seja este o maior resultado do PROJETO MANDACARU.”


Ponto para o Ministério do Trabalho e Emprego, Fundação Delmiro Gouveia, Instituto Palmas e Consórcio Social da Juventude.

Chove esperança no sertão florido!




Contato Instituto Palmas: www.institutopalmas.org.br

E-mail: annamls@ig.com.br
Ilustração: Mariana Massarani

Fotos: Acervo Instituto Palmas

ZÉ RODRIX, A ESPERANÇA DE ÓCULOS

O que fazer ao acordar e ouvir no rádio que o Zé vazou ?
De repente, sem estar doente ou dar sinais de ?

Com cabras pastando solenes no seu jardim, ZÉ RODRIX partiu para sua sonhada casa no campo. Adjetivo que se aplica a ele - Genial veste bem um talento de poeta e músico à flor da pele, que viveu sempre plugado na inspiração e em elevado senso de humor refinado. Trata-se literalmente de um gênio.

Ficamos amigos na juventude, primeiro no Tablado onde foi ator, depois no teatro profissional, onde fizemos cinco peças, todas brilhantemente musicadas por ele: “Miss Brasil”, “Tem Piranha na Lagoa”, “As Garotas da Banda”, “Bordel da Salvação” e “Independência ou Morte”. Pouco se conhece deste compositor, arranjador e maestro de musicais de teatro, onde produziu trilhas inspiradíssimas.

Elétrico, engraçado e sempre animado, mesmo que à volta a barra estivesse pesada, ele encarava as situações com um jogo de cintura único. No célebre show de Milton Nascimento e O Som Imaginário (onde pontificava ao lado de Wagner Tiso) no Teatro da Praia (1969), eu e Nestor Montemar fomos convidá-lo para fazer a partitura musical de “Miss Brasil” de Maria Clara Machado, montada no Teatro Opinião com direção de João Marcos Fuentes. Passamos a ter um convívio rico e fraterno na década de 70. Freqüentei sua casa, ainda casado com Lizzie Bravo em Ipanema, junto com Norma Suely, e a seguir estreamos no Circo New Catacumba, na Lagoa, uma revista zona sul que Paulo Afonso Grisolli dirigiu: “Tem Piranha na Lagoa”, que misturava Calderón de La Barca, esquetes do teatro de revista e sonetos de Shakespeare.

Como diretor musical da “Piranha”, Zé montou uma banda afiadíssima, o Grupo Faia, com Cláudio Araújo, Vitor Larica, Luiz (in memoriam) e Ricardo, que resultou em atração especial dentro do espetáculo. Na foto acima, Zé aparece ao fundo com os músicos.

“Tem piranha na lagoa, não importa que a mula manque, só sei que a maré ta boa... Deixa o jacaré nadar, deixa o que saiu , entrar, gosto de banana d’agua demais, deixa o jacaré nadar!”

Em “O Bordel da Salvação”, texto do irlandês Brendan Behan ( “The Hostage” ) dirigida por João das Neves, ele deitou e rolou, compondo temas contextualizados mas com sua marca criativa.

“Nunca mais atirem pedras na sua mãezinha, cuidado que ela bate as botas e a casa cai... É preferível atirar tijolos na cabeça do papai”,

cantavam Marieta Severo e Buza Ferraz em cena.

Para as personagens da sargento do Exército da Salvação (Norma Suely) e um conflituado ateu que se regenera (Emiliano Queiroz), Zé criou um cântico religioso, “Nós somos os soldados do senhor...”

Na cena da retratação desvairada de três gays, ele surpreendia o público com um rock pauleira: “Somos Todos Viados”.

“Quando Sócrates na Grécia antiga sentava na sauna, e soltava fumaça e vapor pelo cú, eles gritavam à solta, todos muito animados, estamos aqui porque somos todos viados. Somos todos viados, somos todos viados, estamos aqui porque somos todos viados!”

No musical “Independência ou Morte” (1973) que comemorou o sesquicentenário da independência, Zé criou lundus, blues, calypsos, foxes e marchas ranchos, e ainda regeu ao vivo orquestra com 30 músicos. A partitura desta peça nunca foi mostrada fora da encenação, apesar do próprio Zé me ter dito que tempos depois, em seus discos, ter fragmentado vários temas. Eram belíssimos.

Para o primeiro encontro da Marquesa de Santos (Isabel Ribeiro) com D.Pedro (Nestor Montemar), ele fez o tema de Domitila, “Uma Estela Cintila”. Som feérico, tipo Broadway.

“O teu olhar no meu, anunciou que um novo amor nasceu e inspirou, uma paixão Domitila, maior que o céu e o mar, oh Domitila, o teu olhar !!
Uma estrela cintila no fundo deste olhar, oh Domitila eu sempre vou te amar!!!”

Depois que passou a residir em São Paulo poucas vezes nos vimos. Encontrei-o pela última vez na casa de Ana Santeiro, sua agente literária, no início do novo século. Grisalho, Maçon, mais sério e um tanto reservado, lhe perguntei se tinha saudade do teatro. Disse-me que não, só ótimas lembranças, estava focado em escrever e se dedicar à família e à Maçonaria. Ainda voltou a encontrar seus companheiros de estrada, Luis Carlos Sá e Guarabyra, para uma saideira musical. E pronto.

Com a Esperança de óculos, espero um sinal qualquer. Ele me escreveu um dia, “Não desligue nunca”. Assim, guardo a lembrança do seu humor, inteligência e grande companheirismo.
Do tamanho da paz. Luz, Zé !

D Y L A N, O CARA QUE SE REINVENTA

Emblemático e original, BOB DYLAN, ou Robert Zimmerman na certidão, nasceu em Dulluth, Minnesota, EUA. Neste 21 de maio completa 68 anos de nascimento, no momento que lança novo CD, “Togheter through life” (Sony) com vendas estimadas em mais de cem mil cópias nas primeiras semanas, pontificando na revista Billboard.
Folk, folk-rock, country, blues, rockabilly ou gospel, suas músicas abordam temas sociais e politicos em linguagem poética, canções essas que o tornaram um fenômeno entre a juventude dos anos 60, levando-o inicialmente ao estrelato folk. Depois ficou introspectivo, voltado para canções mais pessoais, ligadas à sua visão de mundo, focando o racismo, a guerra-fria, a guerra do Vietnã e a injustiça social. Armado até os dentes com sua voz anasalada, violão, gaita, guitarra e piano fez a cabeça de uma geração e até hoje está na ativa, renascendo, se reinventando e surpreendendo a todos.

Incensado pela rainha-folk JUAN BAEZ no Newport Folk Festival, em 1963 ,
a dupla virou porta-voz da Canção de Protesto, apesar de Dylan protestar contra esse rótulo. Suas composições inspiradas na poesia beat são viagens oníricas e surrealistas em que Dylan passeia pelas desilusões amorosas, vagabundos errantes, questões sociais e raciais, sempre like a rolling stone. É esse o título de sua canção mais conhecida, “Like a rolling stone”, hit eterno que a banda de mesmo nome tornou seu tema.

Liquidificador de si mesmo, influenciou meio mundo (Van Morrison, Cat Stevens (Yusuf Islam), Paul Simon, James Taylor, Neil Young, Tom Waits, Bruce Springsteen e Leonard Cohen) , abiscoitou Grammys e protagonizou paradas de sucesso em todo o planeta. Em 2005 o diretor Martin Scorsese, tiete do cara, rodou o documentário “No Direction Home” que flagra os anos iniciais de sua carreira – de 1961 a 1966.

Seu novo CD, “Together through life” tem repertório diversificado, com rock, blues de Chicago e New Orleans, música mexicana, cigana e country abordando temas amorosos. Produzido por Jack Frost, que não é outro senão o próprio Dylan, o disco tem 10 canções inéditas com participação de David Hildalgo dos Lobos e banda com cinco instrumentistas.



O QUE DEVE UM HOMEM PERCORRER ANTES

QUE O CHAMEM DE HOMEM ?

Esta é a primeira pergunta que Dylan questiona em sua mais importante música:

“Blowin’ in the wind”, lançada em seu segundo disco (1962) aos 21 anos.

THE ANSWER, MY FRIEND,

IS BLOWING IN THE WIND …

O BUCANEIRO soprando no vento, convida voce a pegar uma carona no Vídeo YouTube com o cara e sua memorável gaita.

Com B O B DYLAN, “Blowin’ in the wind” !





Foto 1: whiplash.net
Foto 2: blogmovie.wordpress.com
Foto 3: Ragga Wake World Series
Fotógrafo: Michael Dwyer

CAFOFO DA POESIA - 6 -

Mineiro de botas sangue azul, nasceu em Belô, mudou-se para o Rio de Janeiro com 3 anos e cariocou direto. GERALDO CARNEIRO é uma das maiores expressões da Poesia, Literatura e Música não só da Cidade Maravilhosa mas de todo o país. Está sempre inventando, criando, aprontando alguma, a serviço de genialidade inata.
Com mais de 200 músicas compostas, é parceiro de Astor Piazzolla, Egberto Gismonti, Eduardo Souto Neto, Wagner Tiso e Francis Hime. Com o irmão Nando Carneiro compôs a linda “Lady Jane” que Olívia Byington imortalizou nos anos 70, mesma época que fez com John Neschling “Rita Baiana”, sob medida para o brilho de Zezé Motta.

Traduziu para o teatro as shakespearianas “A Tempestade” (1982) e “As You Like It” (1985) e diversos sonetos de Shakespeare. Adaptou “O Sorriso do Lagarto” de João Ubaldo Ribeiro para minissérie dirigida por Roberto Talma em 1991, e até hoje está no veículo envolvido em Especiais e programas musicais da TV Globo. O primeiro livro publicado aconteceu em 1974: “Na Busca do Sete Estrelo” (Mapa Editora), o mais recente é “Balada do Impostor” (2006, Editora Garamond) e no prelo está um livro de poemas para crianças: “Como um Cometa” (Editora Lazuli).
Em seu charmoso site (http://www.geraldocarneiro.com/) criou mensagens poéticas telegráficas que se movem , as Tropicaligramas”. “A vida é veloz: de repente tudo o que era pré vira pós”. Cabeludo de carteirinha, adota até os dias de hoje o visual de Príncipe Valente, o que sempre foi em toda a caminhada.

O CAFOFO bota tapete vermelho pra receber Geraldinho!


juízo final

de geraldo carneiro

amou três ou quatro sereias, sempre

marinheiro de primeiro naufrágio.

jurou em falso, disse meias verdades.

perambulou em busca do sublime,

sem nunca descobrir o anto de Graal.

andou atrás de um deus que fosse cômodo.

como esse deus não se desencantasse,

cantou a lua e outras deusas inconstantes.

refratário às ciências, desconfia

que o Sol gira em redor da Terra, e o homem

é um animal fadado à extravagância.

as vezes sofre acessos de grandeza,

supõe-se demíurgo e pandemônio,

mas o mundo sempre se rebela

contra suas mal fundadas esperanças,

e o reduz à sua insigne insignificância.

PRA VOCE, MÃE

Palavras, calas, nada fiz
Estou tão infeliz
Falasses, desses, visses não
Imensa solidão

Eu sou um rei que não tem fim
Que brilhas dentro aqui
Guitarras, salas, vento, chão
Que dor no coração

Cidades, mares, povo, rio
Ninguém me tem amor
Cigarra, camas, colos, ninhos
Um pouco de calor

Eu sou um homem tão sozinho
Mas brilhas no que sou
E o teu caminho e o meu caminho
É um nem vais nem vou

Meninos, ondas, becos, mãe
E só porque não estais
És para mim que nada mais
Na boca das manhãs

Sou triste, quase um bicho triste
E brilhas mesmo assim
Eu canto, grito, corro, rio
E nunca chego a ti

MÃE,
SINTO TUA MÃO PROXIMA CADA VEZ QUE A MINHA VACILA,
FICO CADA DIA MAIS MENINO AO TE RECORDAR
TE SINTO TE VIBRO TE OUÇO
AO SOM DOS TECLADOS INFINITOS...





F o t o: Alda de Lima e Silva (1923-2002) por Paulo Marcelo Lima e Silva
Poema: Letra de “Mãe” música de Caetano Veloso
Vídeo: “The Piano”- escrito e dirigido por Aidan Gibbons
Música de Yann Tiersen
Realização: University of Hertfordshire / 2005

DIÁRIO DE BORDO - 9/ mai/ 2009

caríssimas e carésimos,

não sei mais se navegar é preciso, talvez viver seja mais oportuno. por isso vou tocando o barco, digo, o velho saraka, sacando o tanto que tenho me enriquecido com esta nossa revista virtual, onde tenho vivido momentos muuuito maneiros. “o que a gente não inventa, não existe”, escreveram os geniais vicente pereira e mauro rasi, de saudosa lembrança. a partir desta máxima tenho procurado me guiar, dando luz às invencionices as quais me submeto quando “invento” alguma novidade pra não derreter no tédio.

o bucaneiro prateado nasceu de repente, no final do ano passado, quando senti vontade de ativar algo novo na minha vida. unindo o jornalista e o ator, remexi meu baú de 40 anos de caminhada e vi que dava bom caldo, assumi a persona do pirata, (que já conhecia dos anos 80 com o programa rádio pirata e o karaokê do manga rosa), e viajei na idéia de criar uma revista virtual com conceito, um caleidoscópio atemporal com humor, informação e uma boa dose de reflexão.
acredito que a internet seja um veículo genial para a leitura, por isso procuro privilegiar a palavra com algum conteúdo interessante, que possa bater bem para quem ler, leve e enxuto.
conheci alguns blogs, como o geléia geral da neila tavares, publicação apurada e muito charmosa da querida atriz-escritora, que recomendo a todos vocês (neilatavaresgeleiageral.blogspot.com). ela me deu o maior gás. convidei o marcelo bizzo, webdesigner com quem eu fiz o lindo site da inesquecível norma suely, o memorial norma suely (http://www.memorialnormasuely.com.br/), para dar seu toque de classe no visual do blog, e mesmo sem grana na parada ele topou, aí a gente evoluiu na avenida.

e assim tenho navegado literalmente por mares nunca dantes com a força dos amigos, parentes e cúmplices. além do exercício intelectual do aprendizado que está rolando, os tais amigos estão se multiplicando, alguns novos, outros de toda a vida. a hildegard angel e a heloisa tolipan recomendaram o blog no jornal do brasil, assim como a scarlet moon no globo. hilde foi decisiva, me tocando que deveria assinar o trabalho. tem razão.
começou a rolar um bate-bola muito legal com as postagens, isso tá tornando a brincadeira mais animada. queria fazer esse balanço das horas principalmente pra agradecer aos já conhecidos e aos novos amigos que estou tendo a sorte de conhecer.
agradeço a todos voces que têm postado comentários no bucaneiro: natal luiz, neila , emiliano queiroz, lafyte o corsário, christina montenegro, guga, gláucia, sharon stone do brasil, xuxu de niterói, gomes, carol cavernosa, pirata zzambelli, pprangel, samantha a deusa, mamede, meu brother paulinho, a sister anna margarida, nizo neto, paulo renato, la sangteiro, dulce almeida, rafic, lucien, marco rodrigues, gracie motta, dalva a estrela da lapa, delcio marinho gonçalves, rosimar de mello, marcelo, helena prosdocimi, ruth mezeck, dayby, marcelo aouila, paulo carvalho, sobral, chininha e sussanna .
continuem interagindo, tá ficando gostoso como a gente gosta!


bye,

buka


Ilustração 1: hallmark
Ilustração 2: blog catalog topic

NO CARIOCÃO 2009 MENGÃO E FOGÃO BRILHAM

Beleeeeeza, sô ! O Campeonato Carioca de Futebol mais uma vez selou o encontro do BOTAFOGO com o FLAMENGO. Outras decisões entre eles rolaram, mas essa final do Cariocão é especialmente empolgante, principalmente pelo alto nível profissional do futebol de ambos os times. Empolgante porque os melhores de cada time dariam uma Seleção brasileira, tal a qualidade dos atletas do Flamengo e do Botafogo. Eu falo como torcedor, não sou expert nem comentarista esportivo, mas vendo individualmente as atuações dos atletas botafoguenses e flamenguistas, viajo na maionese: o Dunga podia fazer um salada com os dois elencos e tinha na mão um time vibrante, vivo, novo! Não tem uma hora que a gente tem que zerar tudo? Quebrar o ranço, renascer, trocar de pele como as cobras?

Vamos bater cabeça para o Mengão e para o Fogão, são os 2 melhores que chegaram a final!
Brilhante partida deste domingão, os 2 times estiveram irretocáveis.
Mas a decisão empatou em 2 X 2 e foi para os inevitáveis pênaltis, fatal loteria, e aí que pegou fogo no Maraca! Já sentiu 90 mil pessoas vibrando, e deixando os craques naquela adrenalina ??
Enfim, Flamengo consagrou-se o Campeão Estadual de 2009 !
Parabéns, Galera !

O Bucaneiro destaca algumas das principais feras que brilharam na temporada.

O Capitão do Mengo FABIO LUCIANO anunciou que seria sua última partida nesta decisão de domingo, e foi expulso no minuto final. Fechou a tampa por livre e espontânea vontade, mas anda repensando essa inexplicável atitude. A torcida em agradecimento ao zagueiro lhe ofereceu uma bandeira com os dizeres: Fabio Luciano, o Sheriff.


Diretamente da Rocinha, VICTOR SIMÕES viajou o mundo, passou pelo Flamengo e tornou-se um grande destaque do Fogão. Fez tatuagem em todos os cantos do corpo celebrando cada momento importante de sua carreira. O tatoo nas costas foi feito na Coréia do Sul: uma tremenda águia batizada de Triunph. E o Águia triunfou.



O lateral JUAN disputou 20 jogos e fez 8 gols, tornando-se um dos mais queridos da gigantesca torcida do Fla. Está sob julgamento pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) por ter feito falta dura e ainda ter enfiado o dedo no rosto do Maicosuel, tirando o craque da partida final. Em sua defesa declarou: “A falta foi dura mas visei a bola e ele foi mais rápido. Não fui pra machucá-lo nem agredi ninguém”. Mas que pegou mal, pegou.

MAICOSUEL, garotão brilhante, chamado de “motorzinho do Botafogo”, não jogou pela falta sentida no último jogo. Rápido no gatilho ele impressiona pela rapidez em campo. Grande revelação do ano, já tem vôo internacional garantido. Acaba de ser vendido. Mais um.

Volante favorito do técnico Ney Franco, LEANDRO GUERREIRO empolga geral. O cara não para, sempre sacudindo os cabelos e
mandando bem, ele se destacou em todas as partidas pela agilidade
e leveza, surpreendendo a galera a todo instante. Cracão.


Paixão nacional, o Futebol mais uma vez deu esperança e tesão ao
nosso povo, e o Campeonato Carioca confirmou ser o mais charmoso do Brasil.
Parabéns Cuca! Parabéns Ney Franco !
Parabéns Galeras Alvinegras e Rubronegras !
Arrasamos o quarteirão.


Foto 1: Henrique Badke
Demais fotos: LanceNet, Globo.com e Sites Oficiais:
www.flamengo.com.br e www.botafogonocoracao.com.br

SALVE O TRABALHADOR BRASILEIRO !

Neste paísão de dimensão continental tem pouco trabalho, é possível?
O brasileiro, homem de garra e batalhador, a mulher brasileira que sempre foi à luta (mesmo antes da emancipação), assim como o jovem brazuca na promessa do primeiro emprego que não vem, em sua maioria sobrevivem na base do sub-emprego, do bico por assim dizer...

Rural ou urbano, estamos todos tentando abrir alguma brecha na mata tropical com facão na mão, debravando e desmatando, uma oportunidade digna qualquer. Quem duvidar há de ?

“Ainda viro este mundo em festa, trabalho e pão”, cantaram os poetas Capinan e Gilberto Gil na tropicália revolucionária.

É a homenagem do Bucaneiro ao Trabalhador Brasileiro!

V I R A - M U N D O
Capinan / Gil

Sou viramundo virado
Nas rondas da maravilha
Cortando à faca e facão
Os desatinos da vida

Gritando para assustar
A coragem da inimiga
Pulando pra não ser preso
Pelas cadeias da intriga

Prefiro ter toda a vida
A vida como inimiga
A ter na morte da vida
Minha sorte decidida

Sou viramundo virado
Pelo mundo do sertão
Mas inda viro este mundo
Em festa, trabalho e pão

Virado será o mundo
E viramundo verão
O virador deste mundo
Astuto, mau e ladrão
Ser virado pelo mundo
Que virou com certidão

Ainda viro este mundo
Em festa, trabalho e pão !



Ilustrações: CÂNDIDO PORTINARI (1903-1962)
Foto 1: Carregadores de Café
Foto 2: Aquarela Construção Civil