
A atriz ISOLDA CRESTA (1929-2009) brilhou no teatro, sendo premiada duas vezes, enquanto a cidadã ZOZÔ cuspiu fogo com fôlego de vulcão durante a ditadura militar. As duas são uma só, multifacetadas em ser humano vibrante, de temperamento impetuoso e super bem humorada.
Escrevi sua biografia para a Coleção Aplauso (Imprensa Oficial do Estado), que chega à marca de 200 títulos sob as batutas de Hubert Alquéres e Rubens Ewald Filho. Ela me escolheu para a tarefa, depois de nos reencontrarmos no site Memorial Norma Suely, onde gravou seu depoimento. Logo em seguida, quando escrevia a biografia de Isabel Ribeiro, consultei-a sobre a convivência das duas em temporadas de teatro, e ela disparou:
Escrevi sua biografia para a Coleção Aplauso (Imprensa Oficial do Estado), que chega à marca de 200 títulos sob as batutas de Hubert Alquéres e Rubens Ewald Filho. Ela me escolheu para a tarefa, depois de nos reencontrarmos no site Memorial Norma Suely, onde gravou seu depoimento. Logo em seguida, quando escrevia a biografia de Isabel Ribeiro, consultei-a sobre a convivência das duas em temporadas de teatro, e ela disparou:
“é você, quero que escreva meu livro, você tem tempo, você aceita?”
Tivemos dois encontros, e ela me deu manuscrito de 70 páginas que burilou durante toda sua vida. Em abril fomos surpreendidos com sua inesperada partida, que deixou família e amigos tristes e desbundados.
Caiu a ficha, me toquei que eu poderia ajudar a realizar o seu sonho maior: o livro. Consultei o Rubens, que na hora comprou a ideia.
A FAMILIA E OS AMIGOSTivemos dois encontros, e ela me deu manuscrito de 70 páginas que burilou durante toda sua vida. Em abril fomos surpreendidos com sua inesperada partida, que deixou família e amigos tristes e desbundados.
Caiu a ficha, me toquei que eu poderia ajudar a realizar o seu sonho maior: o livro. Consultei o Rubens, que na hora comprou a ideia.
Com trajetória rica e muito bem contada na primeira pessoa, procurei rechear o bolo com a ajuda de onze queridos amigos e mais sua filha, sobrinha, secretária e netos. A filha Ana Christina me abriu o acervo que ZOZÔ cuidadosamente guardou durante a sua existência: recortes, fotografias e programas de peças, e o diário que sempre escreveu. Além de Ana, a sobrinha Maria Cristina de Laet, os netos Clara, Lao, Rosa Morena e Laila deram depoimentos emocionados, assim como Dedé, Maria Enedina, a fiel secretária e confidente.
Maria Lucia Dahl, Erico de Freitas, Thais Portinho, Ney Matogrosso, Vanja Orico, Orlando Miranda, Camille K e Paulo Afonso de Lima gravaram.
Neila Tavares, Cláudio Gonzaga e Norma Sá Pereira escreveram.
Maria Lucia Dahl, Erico de Freitas, Thais Portinho, Ney Matogrosso, Vanja Orico, Orlando Miranda, Camille K e Paulo Afonso de Lima gravaram.
Neila Tavares, Cláudio Gonzaga e Norma Sá Pereira escreveram.

UM BONDE CHAMADO SUCESSO
Em “Um bonde chamado desejo”(1963) foi premiada pela Critica como melhor atriz coadjuvante do ano, vivendo Stella, a irmã de Blance Dubois, interpretada por Maria Fernanda em performance memorável.
Trecho do depoimento de Neila Tavares sobre a atuação da amiga, a mulher de Kowalski:
Em “Um bonde chamado desejo”(1963) foi premiada pela Critica como melhor atriz coadjuvante do ano, vivendo Stella, a irmã de Blance Dubois, interpretada por Maria Fernanda em performance memorável.
Trecho do depoimento de Neila Tavares sobre a atuação da amiga, a mulher de Kowalski:
...”O casal era só sensualidade, selvagem, grotesca, primitiva, animal e Isolda era um incêndio no palco. Um fogaréu, uma égua, um búfalo, sei lá, era alguma coisa indomável, indomesticável, sem-vergonha de ser, um cio...”
PRISÃO & O AVARENTO
Depois de ter sido presa pelo Dops por ter lido manifesto contra o envio de soldados brasileiros para a República Dominicana durante a temporada de “Electra” (1965), passou a fazer oposição à ditadura militar que se instalou no país e tantos danos causou, sobretudo às artes. Passou a dar proteção a guerrilheiros quando conheceu o líder estudantil Marcos Medeiros, então namorado de sua amiga Maria Lucia Dahl, colega de palco de “O Avarento”(1968).
Durante esta temporada, além de Maria Lucia, dois amigos tornaram-se seus inseparáveis: Erico de Freitas e Thais Portinho.
E o convívio com Procópio Ferreira também foi marcante para ZOZÔ.
Trecho de seu relato:
“- Foi uma honra pra mim ter contracenado com ele em suas últimas peças.
Depois de ter sido presa pelo Dops por ter lido manifesto contra o envio de soldados brasileiros para a República Dominicana durante a temporada de “Electra” (1965), passou a fazer oposição à ditadura militar que se instalou no país e tantos danos causou, sobretudo às artes. Passou a dar proteção a guerrilheiros quando conheceu o líder estudantil Marcos Medeiros, então namorado de sua amiga Maria Lucia Dahl, colega de palco de “O Avarento”(1968).
Durante esta temporada, além de Maria Lucia, dois amigos tornaram-se seus inseparáveis: Erico de Freitas e Thais Portinho.
E o convívio com Procópio Ferreira também foi marcante para ZOZÔ.
Trecho de seu relato:
“- Foi uma honra pra mim ter contracenado com ele em suas últimas peças.
Além d’O Avarento”, fizemos “Odorico, o Bem Amado”, e viajamos pelo Brasil com as duas peças. Como ele era querido pelo povo!”
BOTEQUIM : SEGUNDA PREMIAÇÃO NO TEATRO
Por seu desempenho em “Botequim (1973) , dirigida por Antonio Pedro, abiscoitou seu segundo premio nos palcos: o Governador do Estado de Melhor Atriz do ano.
Por seu desempenho em “Botequim (1973) , dirigida por Antonio Pedro, abiscoitou seu segundo premio nos palcos: o Governador do Estado de Melhor Atriz do ano.
Trecho de ZOZÔ VULCÃO:
... “Nós estávamos em plena ditadura militar, qualquer crítica era proibida, então, tudo tinha que ser dito de maneira velada. A peça se passava dentro de um botequim, lá fora estava o maior temporal, fazendo muitas vítimas, que se refugiavam ali, mas tinham medo de falar. A Olga, minha personagem era uma espécie de louca de Chaillot, que contava as atrocidades vividas no temporal.”
Amigos, nesta terça dia 1, o BUCANEIRO vai estacionar sua fragata nos mares jobinianos de Ipanema, na altura da ouriçada Casa de Cultura Laura Alvim para fazer um brinde com Moet Chandon, que a sobrinha Maria Cristina e seu marido Carlos de Laet oferecem, abraçar amigos e selar minha segunda participação na Coleção Aplauso, resgate maior da cultura brasileira. Se rolar apagão, El Niño ou tempestade, nem vou ligar.
ZOZÔ estará dançando sobre um vulcão, celebrando seu livro com a intensidade avassaladora que atravessou a vida.
Amigos, nesta terça dia 1, o BUCANEIRO vai estacionar sua fragata nos mares jobinianos de Ipanema, na altura da ouriçada Casa de Cultura Laura Alvim para fazer um brinde com Moet Chandon, que a sobrinha Maria Cristina e seu marido Carlos de Laet oferecem, abraçar amigos e selar minha segunda participação na Coleção Aplauso, resgate maior da cultura brasileira. Se rolar apagão, El Niño ou tempestade, nem vou ligar.
ZOZÔ estará dançando sobre um vulcão, celebrando seu livro com a intensidade avassaladora que atravessou a vida.
Salve ISOLDA CRESTA, grande atriz brasileira !


Enfurecido, sabe-se lá por que, Caetano mexeu em casa do marimbondo, e
Baixinho, safo, engraçado e verborrágico, o comediante baiano Zé Trindade deixou marcada no cinema brasileiro a imagem arquetípica do cara que sempre dá um jeitinho de resolver inteligentemente as paradas mais inusitadas que os ingênuos argumentos cinematográficos armavam.
O parâmetro bate forte quando o vejo discursando ou dando entrevistas,
Poisé, Dona Canô, a grande matriarca centenária dos Veloso, afirmou que vai telefonar para o presidente para afirmar que as opiniões do filho não representam o que ela e a família pensam sobre ele. Segundo Rodrigo Veloso, o irmão Secretário de Cultura de Santo Amaro, a mãe ficou contrariada com as críticas de Caetano e vai expressar também seu descontentamento com a sua atitude.





Mas... o melhor estaria por vir: em 1962 sua segunda direção torna-se o maior acontecimento cinematográfico brasileiro e internacional: “O Pagador de Promessas”, baseado na peça teatral de Dias Gomes, abiscoita a Palma de Ouro no Festival de Cannes como o melhor filme, desbancando Antonioni, De Sica e Buñuel. Com Leonardo Villar, Gloria Menezes, Dionísio Azevdo, Norma Bengell e Geraldo Del Rey, todos muito bem dirigidos, o filme arrebatou o júri e consagrou ANSELMO como diretor.
ANSELMO DUARTE viveu 89 anos com 40 filmes no currículo, sempre envolvido em realizações de alto nível, desde suas primeiras aparições na Cinédia, Vera Cruz, Atlântida, Cinedistri, Unida e Brasil Filmes.

A condessa MARINA CICOGNA, produtora de filmes importantes (Medeia, Teorema, Último tango em Paris, Investigação sobre Cidadão, etc), é uma lenda viva. Nascida em Veneza, e neta do conde Giuseppe Volpi, ex-governador da Líbia e fundador do Festival de Veneza, é uma locomotiva colecionadora de amigos célebres. Sempre com uma xereta na bolsa, clicou momentos aparentemente banais, de pura recordação pessoal, mas que com o passar dos tempos tornaram-se preciosos documentos de uma época, envolvendo nomes importantes, especialmente do cinema.
Amiga de Marylin Monroe, Luchino Visconti, Frédéric Mitterrand, Fellini, Pasolini, Jeanne Moreau, Catherine Deneauve e “a torcida do Flamengo” do jet set internacional, circulou (e ainda circula) pelo mundo numa doce vida de prazer e liberdade. Presença mais que conhecida no Brasil, é amiga e parceira de Florinda Bolkan, para quem produziu seus melhores momentos no cinema.






A bela condessa, super calçada diga-se de passagem, na flor da juventude ao lado de Visconti, Fellini e Marcello Mastroiani.
A Coleção Aplauso da Impr
Os grandes homenageados do ano foram os Especiais de Mazzaropi e Tonia Carrero, este já lançado no Rio. A novidade foi uma ideia do Governador Serra, acatada por Alquéres e Ewald: abrir o quesito Música, que é inaugurado com a biografia de Wagner Tiso, brilhante compositor de trilhas para o cinema e para o teatro. No Perfil, Alfredo Sternheim, Berta Zemel, Cecil Thiré, Débora Duarte, Fernanda Montenegro, Fernando Peixoto, Jorge Loredo, Isolda Cresta, Mauro Mendonça, Stenio Garcia, Theresa Amayo e Umberto Magnani. Timaço !
O balaco foi animado, com o público comprando livros a granel por 10 paus ! A Coleção Aplauso, lançada em 2004, além de espalhar a memória cultural tupiniquim pelas livrarias do Brasil, também pode ser adquirida pela livraria virtual no Site da Editora :