O aprendizado de conviver bem com a diversidade atinge vários segmentos na vida. Os distúrbios genéticos manifestados em síndromes, assim como a deficiência visual e auditiva, as doenças do câncer ou a paralisia infantil, alertam a sociedade para ela assumir um comportamento de humanidade, que deslancha em todos nós no dever da inclusão.
Os casos anônimos são muitos, eles são freqüentes entre conhecidos e familiares também. Quando eles ocorrem com personalidades conhecidas e alcançam os veículos de comunicação, tomamos consciência que estamos todos num mesmo patamar humano. Eles não só abrem o leque da igualdade, mas também ajudam a conquistar e interagir melhor com ação e aperfeiçoamento deste convívio geral.
“Imagine todas as pessoas compartilhando todo mundo...”
A síndrome de Down, em homenagem ao médico britânico dr Jonh Langdson Down, que a descreveu em 1862, atinge atualmente 1 a cada 800 nascimentos. Trata-se de um retardo mental leve a moderado. Ivy, a caçula de 6 anos do craque Romário, hoje deputado do PSB-RJ, esteve presente no colo do orgulhoso papai em março último na Câmara dos Deputados, celebrando o Dia Internacional do Distúrbio Genético.
“O objetivo maior é mostrar à sociedade que o preconceito contra a síndrome de Down deve ficar pra trás”, discursou Romário.
O senador Lindberg Farias (PT-RJ) participou do ato. Pai de Beatriz, também portadora da síndrome de Down, ajudou junto com sua mulher Maria Antonia a quebrar o preconceito: “Não se trata de uma doença, mas sim de uma alteração genética”, falou.
O empresário Roberto Justus e Ticiane Pinheiro são pais de Rafaella Justus, cuja síndrome eles não costumam falar.
O filho da atriz Isabel Fillardis nasceu com a síndrome de West, que causa atraso no desenvolvimento psicomotor. Seu adorado Jamal está sempre sob a atenção de sessões de psicoterapia, fanoaudiologia, terapia ocupacional e aulas de equoterapia (com cavalos). Fillardis, cuja dedicação é total, tem o amor condicional à flor da pele:
“Filho, você me ensinou muito sobre superação. Crianças especiais são como borboletas - têm o tempo certo de florescer, pôr as asas e sair do casulo.”
“Imagine todas as pessoas vivendo a vida em paz...”
Rafael, ou Rafinha, filho de Jô Soares e Teresa Austregésilo, hoje com 46 anos, é autista de alto nível, como o personagem de Dustin Hoffman em “Rain Man”. Aprendeu a ler aos 4 anos, fala inglês, toca piano e tem uma rádio em casa. Jô declarou em 2003: “Rafinha é diferente,mas eu não queria ter um filho diferente dele...”
A cantora americana Toni Braxton também tem um filho autista: Diesel. Ela é uma das mais conhecidas artistas que apóiam a Associação Americana de Autismo.
O ator Reynaldo Gianecchini, em tratamento contra um câncer linfático, é padrinho do Grupo de Assistência à Criança com Câncer de São José dos Campos, interior de SP.
Cadeirantes, deficientes visuais e auditivos são temas do seriado americano “Glee”, exemplo de como um programa pode ser bom e inclusivo ao mesmo tempo. Sucesso conquistado nos Estados Unidos, a série está sendo apresentada pela Globo aos sábados pela manhã com real interesse. Já está na terceira temporada brasileira.
Criado por Ryan Murphy, Brad Falchuk e Ian Brennan, “Glee” coleciona prêmios e indicações ao Emmy. A ação se passa numa típica escola de ensino médio americano com um professor idealista que cria um clube onde os participantes são em sua maioria, os diferentes.
“Você pode dizer que eu sou um sonhador.
Mas eu não sou o único.
Eu tenho a esperança que um dia
Você se juntará a nós.
E o mundo viverá como um só.”
O poeta John Lennom, inspirador de uma geração, dá voz e esperança na mensagem de “Glee” que ajuda o mundo a ser mais humano. Imagine.
E emocione-se...
Pesquisa: Blog Deficiente Ciente de inclusão e Cidadania
Foto 1: ilustração surrealista site Metamorfose Digital - Admin
Demais fotos: tio Google
Na década de 70, na Escola Viva, da Inez Espírito Santo, em Petrópolis/RJ, crianças portadoras de síndrome de Down conviviam com todas as crianças de todas as séries, com os mesmos direitos, igualdade e dignidade. Cresciam de forma saudável, apresentavam ótimo desenvolvimento e socialização. Tive o privilégio de educar meus filhos e trabalhar nessa Escola super vanguarda para a época.
ResponderExcluirMinha experiência de ter tido a oportunidade de perceber que somos todos tão diferentes quanto semelhantes e que é muito mais a semelhança (contida na diferença) o que nos assusta e afasta, me faz aplaudir sua publicação, Luis Sérgio, porque ela pode dar aos leitores a possibilidade de se aproximarem um pouco mais da verdadeira Unidade.
ResponderExcluirGrata, Margô querida, por suas palavras, um testemunho valioso de que praticamos o que falamos. E VIVA a vida, em toda a sua força de complexidade e beleza!!!!!!
A semelhança contida na diferença como diz Inez.Base para umavida longe das descriminações e preconceitos estupidos em todos os niveis. Sensivel e oportuna materia. Com carinho e amor do velho ator emiliano queiroz
ResponderExcluirA professora falou bonito dando um viva a força de complexidade e beleza da vida. Acho que estamos aprendendo a conviver com as diferenças e já era sem tempo. É tudo maior quando nós enxergamos na dimenssão correta, temos que pensar grande. Ivo Gonçalves
ResponderExcluirMe emocionei, obrigada! Mel
ResponderExcluirGentileza gera gentileza.É tudo orgânico!
ResponderExcluirLena Di Carlo (Itaipú)
O sonho de John está vivo!Está aí a prova. Sol
ResponderExcluirLinda materia. Admiro as pessoas como Romário, que não se envergonham e fazem disso uma causa, ajudando quem tem em casa o mesmo problema.Parabens Serginho. Bjs Vera Vianna
ResponderExcluirVi a Presidente chorando com o Romário e Lindeberg com as filhas e eu fiquei emocionada também.Impressionante como o mundo fica igualitário e humano quando nos olhamos e nos reconhecemos.Deixo meu abraço. Obrigada,
ResponderExcluirClara Bérgamo
A Dilma se emocionou e eu também.Parabéns, Prateado amigo. Carla.
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