domingo, 22 de abril de 2012

ONDE ESTÁ O MEU TOPETE ?


                                     
Devolvam o meu topete, é só o que eu peço.A calvíce, de uma certa maneira, me humilhou aos 30 anos...sinceramente. Depois, esqueci. Levei o barco assumindo entradas e bandeiras, e permitindo que os fiapos se entendessem, mas tratando-os com certa dedicação. Botei até placenta de vaca na cabeça, em tratamento com Davi’s Coiffeur, aturando moscas que me rodeavam no caminho. O resultado foi médio... mas, topete que é bom, never more.


O topete me perseguiu desde Elvis Presley, James Dean e Ferdinando, “topetudos” juramentados, cada um no seu cada um...


                                        
O topete de Zé Bonitinho era o símbolo do conquistador imbatível, que seduzia  corações com seu olhar paralisante devidamente acompanhado do chuca-chuca dos  cachos frontais. Todos os jovens da minha geração acompanhavam a tendência.


“É dos carecas que elas gostam mais”, confortava os carecas da época na marchinha carnavalesca de 1942, de Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr, eternizada pelos Anjos do Inferno. O palhaço Carequinha exaltava o careca bem humorado, descolado e corajoso nos anos 50.

                            
 Em contraponto, o  genial Al Capp criou o caipira Ferdinando com um petulante topete, que deixou o personagem cheio de garra e destemido, encarando todas no Brejo Seco.
     

A Ciência evoluiu, are baba! Cientistas holandeses e suecos  descobriram mãe de todas células. A célula-tronco, que origina todos os tipos  de células da pele, se encontra nos folículos capilares, que é uma bolsa tubular localizada na hipoderme (o tecido celular subcutâneo, a parte mais profunda da pele). Calcula-se que existem cinco milhões de folículos capilares em cada corpo humano.


 Estamos vivendo a era das células-tronco. Aleluia! As células-tronco podem transformar-se em qualquer um dos tipos de célula do corpo humano e dar origem a outros tecidos, como ossos, nervos, músculos e sangue. Hoje, mais de 300 doenças estão em fase final de testes com resultados positivos surpreendentes, como no tratamento de insuficiência renal.

Para a calvície, os Cientistas japoneses criaram folículos capílares, parte da pele que dá origem aos pelos, a partir da célula-tronco de seres humanos adultos, e implantando-os nas costas dos ratos  sem pelos. O implante gerou crescimento de cabelo na região onde foi colocado, criando-se assim um ciclo capilar, ou seja, mesmo que esses pelos caiam, novos vão continuar a nascer. Este estudo está acontecendo na Universidade de Tóquio, sob o comando de Takashi Tsuji.



A Lance (Laboratório Nacional de Células-tronco Embrionárias), criada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é a primeira grande fábrica de células-tronco inaugurada no Brasil com a missão de distribuir linhagens destas células para dezenas de centros de pesquisas localizados no Brasil.





Bye bye Mr Magoo, vai pela sombra!


POSTER DA SEMANA


isabel  ribeiro

domingo, 15 de abril de 2012

VARIETY DA SEMANA


BOB DYLAN NO BRASIL

Robert Allen Zimmerman, ou BOB DYLAN, o cara que deu consistência ao rock mundial está na área. Rola como uma pedra preciosa em cinco capitais, prosseguindo a turné que celebra cinqüenta anos da sua trajetória rica e revolucionária. Isso é bom demais! Não é bom o preço dos ingressos cariocas do show que abre hoje no Rio (Cittibank Hall): 500 paus o mais barato. Que ganância, sô! Brasília na terça, Belô na quinta e Sampa no sábado e domingo, assim como Porto Alegre dia 24, os preços são bem menos salgados. O escritor e jornalista gaúcho Eduardo Bueno (o tradutor de “On the Road” de Keruac) que autoproclama-se seu maior fã, é figura carimbada no show de Porto Alegre: “Bob Dylan estabeleceu um padrão tão mais elevado para as letras do rock que chega a ser injusto compará-lo a qualquer outro artista pop...”

SEMANA DO BASEADO

Discriminalizar ou legalizar a Canabis Sativa, eis a questão. Gira, o mundo gira e a polêmica avança. O universitários da USP estão promovendo a Semana da Barba, Cabelo e Baseado, baseados em debates, exposições e palestras, de segunda a sexta, no câmpus do Butantã... a cobra vai fumar, no melhor dos sentidos, acredito. “A semana tem um caráter lúdico e libertário”, anunciam eles no Facebook. Na pauta da discussão, “a autonomia sobre o próprio corpo e a liberdade de escolha”, contará com a presença de professores da Universidade entre os palestrantes. Uma Noite do Fumo está prevista, onde todos simbolicamente fumarão um baseado de orégano. Na sexta, uma cervejada que ninguém é de ferro. O dinheiro arrecadado com a venda da cerveja, reverterá para a Marcha da Maconha, movimento que defende a legalização. No momento que o tráfico de drogas promove tanta violência em nossas terras, é oportuno esse avanço da discussão da maconha, afinal, trata-se de uma droga leve usada pelos índios de diversas tabas contemporâneas.

A PARTIDA DE SARACENI

Fundador do Cinema Novo, ao lado de Gustavo Dahl, Cacá Diegues e Nelson Pereira dos Santos, o carioca PAULO CESAR SARACENI (1933-2012) sai de cena aos 79 anos e deixa o mundo do cinema triste com a sua partida. Querido por todos os colegas e considerado o mais doce dos cineastas nativos, realizou filmes memoráveis. Desde seu curta de estreia, “Arraial do Cabo” (1959), que conquistou 7 prêmios, passando pelos longas inspirados na literatura, tipo “Porto das Caixas” (1962, Lucio Cardoso), “Capitu” (1968, Machado de Assis), “A crônica da casa assassinada” (1970, Lucio Cardoso) até o seu último trabalho, “O gerente” (2010, Carlos Drummond de Andrade), sempre foi um pensador do cinema, envolvido pelo tema em todas as suas vertentes. Seu carisma pessoal arrebatou trocentos corações femininos, mas Ana Maria Nascimento e Silva, sua mulher, ele considerou o maior amor de sua vida. Seu corpo, velado no Parque Lage, será cremado nesta segunda no Caju.


sábado, 7 de abril de 2012

TAMARA TAXMAN, DE ATRIZ À ESCRITORA


Carioca por adesão, ela é metade mineira, metade americana. TAMARA TAXMAN, nascida em Woodstock, é filha de pai americano e mãe mineira, e veio para o Brasil com 3 meses de vida. Nos anos 70, começou na carreira de atriz e não parou mais, firmando-se como uma das mais talentosas e belas da sua geração.

A estreia nos palcos rolou em 1970 no musical “Alice no país divino-maravilhoso”, Teatro Casa Grande, como uma das seis Alices da adaptação de Lewis Carroll, assinada por Tite de Lemos, Luiz Carlos Maciel, Marcos Flaksman, Sidney Miller, Sueli Costa e Paulo Afonso Grisolli, também o diretor do espetáculo. Grisolli criou um espetáculo mágico bem ao seu estilo vanguardista de encenador arrojado, onde brilharam, entre outros, Marlene, Milton Gonçalves, Hildegard Angel, Ary Fontoura e Tamara cheia de gás e radiosa, explodindo juventude. Meninos, eu vi.

O teatro abriu caminho para sua trajetória, inicialmente em musicais. Em “Hair”, além da tribo, também atuou como Sheila, a personagem feminina principal. “Capital Federal”, “Adorável Julia” e “O vôo dos pássaros selvagens” foram espetáculos marcantes. Ao lado da amiga Ângela Leal, estrelou o musical “Evita-me que assim não dá” no Teatro Rival.

Claro que os expressivos olhos verdes de Tamara foram parar no cinema. Em “Cabaret Mineiro” (1980), dirigido por Carlos Alberto Prates Correa e baseado em Guimarães Rosa, aconteceu o pontapé de suas atuações cinematográficas com destaque ao lado de Nelson Dantas, Tânia Alves, Louise Cardoso e Zaira Zambelli. Seguiram-se “Luz Del Fuego” (vivendo a rival Elvira Pagã), “Flor do desejo”, “Romance da Empregada” e “As aventuras de um paraíba”, abiscoitando com este último o premio de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Brasília de 1982.

Momento especial de TAMARA TAXMAN na telona é sua participação super elogiada no filme de Suzana Amaral “A hora da estrela”, onde atuou ao lado de Marcélia Cartaxo, José Dumont e Fernanda Montenegro.

Na telinha, esteve em novelas importantes da Globo, como a célebre “Selva de pedra” (1972), e também “Ossos do Barão”, “O casarão”, “Água viva”, “Ciranda de pedra”, “Senhora do destino” e tantas outras. Foi na TV Manchete que conquistou grande popularidade com sua personagem Dolores Estrada de “A história de Ana Raio e Zé Trovão”, arqui inimiga da protagonista.

Em 1989, também na Manchete, foi a sensual Zazá de “Kananga do Japão”, protagonizando cenas românticas com Raul Gazzola.

Tamara é madrinha de Leandra Leal, ela é a Tatá da Lelê... Na novela “Paginas da vida” de Manoel Carlos, ela foi a mãe de Sabrina, personagem da afilhada Leandrinha.

Mas sua personagem da vida real mais atuante é a vovó de Liz (10 anos) e Noa (4 anos), filhas do ator Henrique Taxman. Para elas escreveu dois livros infantis que serão lançados no próximo dia 14 na Saraiva Mega Store do Rio Sul: “A cobra de duas cabeças (As histórias da formiguinha Tatá) e “A história da Coruja Cor”(Editora Litteris), com ilustrações de Pedro Carmo Lacerda.

No entanto, a atriz caminha paralelo à nova função de escritora de contos. Acaba de rodar a história da Fera da Penha com o diretor Fernando Coimbra, ao lado de Emiliano Queiroz, e assinou contrato com a Conspiração Filmes/Globosat para o programa infantil “Os detetives do prédio azul”, onde será dona Leocádia, uma síndica meio bruxa.