sábado, 30 de junho de 2012

GALERIA LETRA E MÚSICA



Saudando o inverno 2012, o BUCANEIRO estica o tapete vermelho para receber um marco na carreira de Roberto Carlos, exatamente o rock que deslanchou o seu  reinado na jovem guarda. Composição sua e de Erasmo Carlos, de 1965, a letra foi inspirada na namorada Magda Fonseca, que estava estudando inglês nos Estados Unidos, e expressa a saudade e o desabafo do Brasa: ...quero que vá tudo pro infeeerno!

O produtor Othon Russo na mesma hora lançou-a em compacto simples pela CBS, e em seguida foi incluída no LP Jovem Guarda com Roberto Carlos.Estouro da boiada, virou logo um hit e o símbolo do movimento. A partir de 1980, RC sofrendo do TOC, negou-se a cantá-la por que o transtorno impedia que ele citasse as palavras “mal” e “inferno”.

QUERO QUE VÁ TUDO PRO INFERNO
Roberto e Erasmo Carlos

De que vale o céu azul e o sol sempre a brilhar
Se você não vem e eu estou a lhe esperar
Só tenho você no meu pensamento
E a sua ausência é todo o meu tormento
Quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo mais vá pro inferno!

De que vale a minha boa vida de playboy
Se entro no meu carro e a solidão me dói
Onde quer que eu ande tudo é tão triste
Não me interessa o que de mais existe
Quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo mais vá pro inferno.                                                        

Não suporto mais você longe de mim
Quero até morrer do que viver assim
Só quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo mais vá pro inferno,
Oh, ooh
E que tudo mais vá pro inferno !


Para tornar o momento mais quente, vamos curtir o vídeo de 1966 feito em Portugal
para a TV Lusitana, com edição e criação de Elmir Almeida.
Raridade e biscoito finíssimo... É uma brasa, mora.



sábado, 23 de junho de 2012

A REABERTURA DO TEATRO IPANEMA


O Teatro Ipanema, sem os seus fundadores geniais - Rubens Correa, Ivan de Albuquerque e Leyla Ribeiro - será reaberto na próxima segunda feira, dia 25, sob a batuta da Prefeitura do Rio. "Três Noites  a Caminho do Mar", dirigido por Hamilton Vaz Pereira, celebrará em ritmo de maratona por três dias o retorno de um dos espaços mais efervescentes do teatro carioca. Louise Cardoso, Fernanda Montenegro, José Wilker, Ivone Hoffman e Luiz Fernando Guimarães, entre outros,  lerão trechos de peças famosas do repertório show do Ipanema. A Blitz promete um pocket-show.


Inaugurado em 1968 (“O Jardim das Cerejeiras”), o lendário Teatro Ipanema deixou uma marca de qualidade e renovação no panorama teatral da época. Os espetáculos  das primeiras décadas produzidos pelo trio oxigenou o panorama teatral do Rio, quando foram montados autores novos e consagrados (Thecov, Arrabal, José Vicente, Triana, Artaud, Isabel Câmara, Gogol, Ionesco, José Wilker, Brecht, Puig, Bivar e outros) em produções impecáveis e marcantes.

“Hoje é Dia de Rock”(1971), entre dez outros espetáculos igualmente preciosos, destaca-se como a maior referencia daquele ‘templo sagrado’- tempos lisérgicos, hippies e super desbundados – que tinham como pano de fundo a ditadura militar. Foram tempos de resistência em que se exercia muuuuita paz & amor, custasse o que custasse...


Outro momento emblemático do Ipanema foi a montagem de “O Arquiteto e o Imperador da Assíria”, sob a direção antropofágica de Ivan de Albuquerque para um Arrabal possesso. A dupla de protagonistas Rubens Correa e José Wilker foi aclamada e premiada.


Eu tava lá desde o começo... Como divulgador desde “O Jardim...”, passando por “Como se livrar da coisa”, “As Moças”, “A noite dos assassinos”, “O Arquiteto...”, “Rito do amor selvagem”, “Diário de um louco”, até o “Rock”,  vivenciei o melhor da juventude ao lado de pessoas fascinantes e inesquecíveis. No flagra, Zé Vicente conversa com as Isabels Ribeiro e Câmara, e no fundo Luiz Carlos Ripper.


Rubens Correa e Isabel Ribeiro viraram ídalos como Pedro e Adélia, e tinham até tietes – as fadinhas – que assistiam ao espetáculo diversas vezes, e, viajando na maionese, cantavam, repetiam os diálogos em voz alta, entravam em cena,  aprontavam mil...



Quando o “Rock” fez um ano em cartaz com sucesso retumbante, me reuni com Rubens e Ivan , e inventamos A Noite Branca. Ingenuamente anunciamos que quem comparecesse de branco com uma flor na última apresentação, entraria como convidado.O que aconteceu? Desde 5 horas da tarde, vultos trajando branco com flores começaram a circular pelo quarteirão. À noite, a porta estava intransitável, tivemos que baixar a porta de ferro e pedir socorro ao Corpo de Bombeiros. No backstage, Rubens decidiu:
“Vamos abrir a peça, eu puxo vocês e saímos dando as mãos ao público até a praia...”          

Assim, em frente à Joana Angélica, uma multidão em forma de taba despediu-se da peça com o elenco cantando e celebrando a vida sob  uma fogueira improvisada e envolvente.

“Viajante, viajante, de onde é que você vem? Viajante, pra onde é que você vai? Viajante, leva eu, leva eu pra viajar...”


Fonte de pesquisa e fotos: Livro "Isabel Ribeiro Iluminada" (Coleção Aplauso)

domingo, 17 de junho de 2012

CLASSE C VAI AO PARAÍSO



A fila anda, o mundo avança e evoluímos na avenida. Na última década o perfil socioeconômico do país mudou – e muito. A grande novidade é o fortalecimento da classe C, composta por famílias que têm renda mensal domiciliar entre mil e quatro paus...Os números indicam que ocorreu considerável mobilidade social nos últimos anos: entre 2004 e 2010, 32 milhões de pessoas ascenderam à categorias de classes médias (A, B e C) e 19,3 milhões saíram da pobreza.

A chamada ‘nova classe média’ é composta de noventa e cinco milhões de brasileiros, o que corresponde a 50,5% da população – ela é dominante do ponto de vista econômico e eleitoral.

                                    

Essa migração em massa alterou o rumo da divisão historicamente desigual do bolo no Brasil, e proporcionou o surgimento de um grupo com características socioculturais próprias. Segundo o IBOPE, a nova classe média tem maioria jovem, negra, conectada  e é formadora de opinião na família e na comunidade. Ela não deseja o estilo de vida das elites. Na pesquisa da Fractal, a nova classe média deseja cultivar respeito próprio, ser respeitada, ter segurança para viver, desfrutar da vida e sentir que alcançou suas aspirações.

                                      
 O dinheiro de plástico passou a ser a moeda corrente entre os novos consumidores, e isso é uma faca de dois legumes, claro. O uso exagerado do cartão de crédito  cresce dia a dia, e o calote aumentou, diz o Banco Central. Esse descontrole financeiro atinge uma classe com pouca familiaridade com o cartão que adotou como acessório obrigatório.Garantem os economistas que a queda dos juros bancários peitado pela nossa presidenta pouco atingiu os cartões.

                                   

A classe é C de conquista  sim, e, segundo pesquisa do Instituto Data Popular, a nova classe média gasta mais em serviços do que com bens de consumo. Mesmo o governo barateando os automóveis zeros (onde vai caber tanto carro, cara pálida?) eles estão mais ligados em gastar em restaurantes, cabeleireiros, manicures, lavanderias, telefonia celular e as novidades tecnológicas e virtuais. Marcelo Néri, da Fundação Getúlio Vargas, afirma: “A cabeleireira consegue hoje fazer turismo no nordeste porque o penteado ficou mais caro. É um processo autofágico.”

                                   
 Os orelhões ficaram às moscas. Seu sucessor o celular, brilha intensamente pelas ruas do país, bairros, municípios e lugarejos. Em qualquer lugar público somos obrigados a escutar as conversas do usuário, que faz questão de se  projetar alto e bom som para que todos ouçam e compartilhem o seu status conquistado.

A dependência é geral e irrestrita, atingindo todo o universo. A sociedade robótica  em que as pessoas devem fazer muitas coisas ao mesmo tempo tem o celular, hoje cheio de sacanagem,  como principal aliado. Na França decretaram uma nova fobia: a nomofobia (no mobile phobia) que  são os viciados em redes sociais - estes não conseguem ficar desconectados. O celula, segundo estudiosos, é uma ferramenta que desumaniza.


O ópio do povo – a televisão – não podia ficar fora dessa...Como é o entretenimento favorito da classe C, as emissoras abertas partiram para se adequarem ao novo momento. A ficha caiu de cara na Rede Globo, atingindo o seu prato principal: as novelas. No ar, duas já aderiram à tramas que identificam mais o povão. “Cheias de charme” focaliza tres empregadas saradíssimas que além de charme, são cheias de atitude e talentos. Em “Avenida Brasil”, o foco cai no lixão, no futebol, salão de cabeleireiro e ritmos do charme ao kuduro (credo!)...


O Programa do Ratinho, programa do paranaense Carlos Massa no SBT, fica em segundo lugar em audiência, brigando com o emblemático Jornal Nacional da Globo.
O clima de anarquia chacriniano tem como pano de fundo, testes de dna, gincanas e cantores populares. O clima de galhofa contamina o auditório. O  ex-presidente Lula foi recentemente ao programa ao vivo e a cores, concedendo entrevista exclusiva ao apresentador.

                                         
E os programas de auditório agora se destacam mais nas programações: Silvio Santos, Faustão, Huck, Raul Gil, Eliana, Luciana Gimenez e  Ana Hickman são alguns dos principais. Outro gorducho, o paulista Gilberto Barros, volta à Band com 5 horas de duração. Na Record, O melhor do mundo agrada a nova classe média e  revelou um novo apresentador: o ator Rodrigo Faro faz de tudo pra agradar, ao lado de anões e jovens taludos e desnudos (sic)... Além de procurar pares para solitários jovens, o quadro de maior sucesso é o Dança, gatinho, onde Faro se caracteriza de Madonna, Ney Matogrosso, Freddy Mercury e muito mais...


“Viva o subúrbio, é lá que está o futuro!”, diz Cadinho (Alexandre Borges) em “Avenida Brasil”. A hora e a  vez da periferia chegou, sem dúvida. Vamos nos adequar enquanto cidadãos e irmãos. Essa fatia, maioria agora, merece uma atenção especial no sentido de receber no entretenimento algo substancial. Não basta retratá-los, mas também lhes oferecer mais qualidade.  Vamos nivelar por cima. A economia brasileira avança a passos de cágado, mas avança...Tudo é muito atrasado mesmo do lado de baixo do equador. São anos e anos de demandas, corrupções, derramas, traições, ditaduras, conchavos e  intrigas palacianas...


Fontes:
Site A Média Faz a Diferença
O Estado de São Paulo

sábado, 9 de junho de 2012

DEPOIS DAS SEIS QUEM ILUMINA O SEU CÉREBRO É A M E L A T O N I N A !




                          

É nessa hora que começa a nascer o hormônio turbinador do sono, a melatonina. A glândula pineal, localizada no centro do cérebro, produz a melatonina para auxiliar o nosso organismo a regular o ciclo do sono, ou o ciclo circadiano.


A melatonina nos ajuda a melhorar a qualidade do sono e facilita a adaptação ao jet-lag (fuso horário), participando na organização temporal dos ritmos biológicos e atuando como mediadora entre o ciclo claro/escuro ambiental.Dos tres ciclos do sono, o primeiro é o mais importante, o mais profundo.

                       
 Médicos e cientistas de todas as partes do mundo estão ligados no assunto. Dr Tércio Rocha, endocrinologista do Rio de Janeiro e consultor da revista  Men’s Health e da  Academia Real de Medicina Estética da França, afirma que a produção de melatonina depende ainda do triptofano, que é um dos responsáveis pela produção de serotonina, aquela sensação de bem-estar e zona confortável que tanto almejamos: “O aminoácido está em alimentos como massa, chocolate e batatas. O suco de cereja é rico em triptofano que, no organismo, se converte em serotonina, hormônio do bem-estar, que, por sua vez, se transforma em melatonina.”


                              
Nosso relógio biológico deve ser sagrado. É que nem hora de fazer cocô, de se alimentar, de sentir prazer e ...de dormir. No caso do ciclo natural do sono ele também vem da disciplina. Dr W.Christopher, diretor médico do centro de sono do Hospital Martha Jefferson (EUA), indica: “Desligue os aparelhos ao menos duas horas antes de ir pra cama.” Para dormir bem, ele explica que é essencial manter as luzes apagadas e o silencio. No escurinho mesmo. Notebook, iPad e gadgets prejudicam a qualidade do sono. Até o bobo Programa do Jô... Mas se for imprescindível, dê um espaço para o tchibum fatal...

                          
 Agora, a parte que eu mais gosto: segundo pesquisa espanhola, a cerveja aumenta os níveis da melatonina no sangue. O estudo também descobriu que quanto mais álcool a loura gelada tem, mais melatonina você produz! Hehehehe... bons sonhos, meus camaradas!

 

domingo, 3 de junho de 2012

"SGT PEPPER'S", OS BEATLES PSICODÉLICOS


                            
Foi há 45 anos - 1 de junho de 1967 - que  foi lançado o oitavo (e o mais cultuado) disco dos Beatles: 
“Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, ou  “A banda do Clube dos Solitários do Sargento Pimenta”. Em época de psicodelismo e experimentações, os 4 cabeludos de Liverpool estavam consagrados e estressados de tantas turnês. Foi o tempo de dar uma parada e criar um trabalho mais elaborado e com conceito. Nos estúdios da Abbey Road, e sob a batuta do produtor George Martin, inovações sonoras foram criadas muito além das guitarras, utilizando cordas clássicas  harpas, órgãos, violinos, clarinetes e até um sitar hindu.

Naquela década lisérgica  tudo era viagem às portas da percepção, com o ácido agindo no sensorial da criação musical e das descobertas científicas. Timothy Leary foi o grande incentivador do uso irrestrito do LSD, cuja descoberta da estrutura do dna lhe foi atribuído, através do cientista Francis Crick, Premio Nobel por seu feito.

                             

“Imagine-se consigo mesmo em um barco no rio com árvores de tangerina e céus de marmelada”... inicia assim uma das mais viajantes faixas, “Lucy in the skies with Diamonds”, cujas iniciais são LSD justamente. 

O ousado e pouco comercial álbum não tocou tanto nas rádios, mas vendeu 11 milhões de cópias só nos Estados Unidos. Inovador também por sua técnica de gravação, ele foi classificado pela revista Rolling Stone com o primeiro lugar de uma lista de 200 álbuns definitivos do Rock and Roll Hall of Fame.


A capa antológica também causou. Reunindo celebridades do show bussiness, da ciência e da espiritualidade, entre eles: Marylin Monroe, Einstein, Lewis Carroll, T.E.Lawrence, Shirley Temple, Marlon Brando, William S.Burroughs, Karl Marx,
Freud, Tyrone Power e Oscar Wilde, a criação de Jann Harworth e Peter Blake venceu o Grammy do ano. E o álbum também abiscoitou outros 4 Grammys, entre eles o álbum do ano.

Das treze músicas gravadas, algumas estouraram, como “With a little help from my Friends” (primeiro lugar absoluto), “Sgt Pepper’s”, “Lovely Rita”, “Getting Better”, “Good morning Good morning”, “A Day in Life” e “When I’m Sixty-four”.

“Quando eu estiver com sessenta e quatro”,composta por Paul Mc Cartney na adolescência, reflete com certa doçura uma preocupação ingênua de diferença de idades, um tempo que a velhice tinha atingido os sessenta anos de uma vida...Hoje, os tempos são outros.


“Você ainda irá precisar de mim,  ainda irá me alimentar
Quando eu estiver com sessenta e quatro ?”

WHO COULD ASK FOR MORE?