sábado, 28 de fevereiro de 2009

diário de bordo - 28/fev/2009


alô amigos,

tirei a semana do carnaval para meu “retiro existencial” de todos os anos. deixa quieto, é o meu lema neste período. apesar de querer fingir que nada está acontecendo, não tem como permanecer alheio quando toda uma cidade, o país, o mundo, solta as amarras na marra, e se esbalda no samba, suor e cerveja. um momento catarse interessante, onde a pergunta é sempre a mesma: é válvula de escape, fuga, louca escapada ? ninguém é de ferro, ora pipocas, já basta o ferro que a gente leva o ano todo. por falta de roupa nova o jeito é passar o ferro na velha!

o carnaval de rua é legal de observar. com minha luneta prateada filmei lances divertidos no rolé que dei pela costa da guanabara. bandas e bundas nas praias, esquinas e avenidas bombando de crianças, adultos, jovens e coroas, onde todo mundo é ninguém e todo mundo é todo mundo, de peruca, máscara, chifrinho e toda sorte de balangandãs e badulaques. é a massa se exibindo compulsiva ao som da endiabrada batucada, todos canibais eróticos à solta. e muito jogo de sedução, paquera safada, tesão, esfregação, a chapa fica queeente, sô! dá uma vontade de brincar!... é contagiante isso tudo, fala sério. aí você vem com aquele ar de superioridade, achando tudo muito dejà-vu, um vídeo tape, uma alegria ensaiada, mas mesmo ficando voyer na parada, a gente tira um sarro, dá uma refletida no espelho, rola uma boa identificada. e viva a farra da terra!

as escolas de samba, especialmente as cariocas, atingiram um patamar de perfeição e bom gosto impecável. é pena que a essas alturas do campeonato o lance virou uma disputa feroz. acho que a competição corta o barato dafesta. como comparar obra de arte ? quem é melhor: portinari ou picasso? di cavalcanti ou djanira? confrontar o artista e sua obra é disparate. competição é lance para os atletas, times de futebol, aí acho que tem a ver, mas o criador, o fazedor da arte é único e absoluto. a estrutura armada em torno é sórdida porque prioriza e destaca o primeiro lugar, e todos querem ser a campeã. a segunda, a quinta ou a sexta colocação não têm o mesmo sabor, perde o valor. aí uma escola desce, a outra sobe, um décimo da nota dos jurados tira o campeonato ou compromete esse ou aquele quesito. fica esquisito porque rola uma humilhaçãããão, e tem choro, ameaças, mágoas, retaliações, perseguições, cabeças que rolam, enfim , vira um fubá brabo!

well, tá tudo muito bem, tá tudo muito bom, mas segundo a sabedoria popular o ano começa agora que a folia se evapora. vamos arregaçar as mangas, não tem mais desculpa: já entrou a era de aquarius, o ano do búfalo, a lua nova, o carnaval passou, e só nos resta... encarar 2009 a vero.

desejo um feliz ano novo pra voce, prezado blogpeople,

buka

Tributo à Ida Gomes



O Bucaneiro está triste com a partida de IDA GOMES no domingo de carnaval último, dia 22 de fevereiro.

Deixamos aqui nossa saudade, homenageando a grande atriz e ser humano através do belo clip produzido pelo Site Dramaturgia Brasileira e sua biografia escrita para o Site Canal Funarte, em 2006.




Se não conseguir assistir ao vídeo, veja aqui
http://www.youtube.com/watch?v=ZHW8vz-uqiQ


Biografia

Ita Szafran nasce em Krasnik, na Polônia, em 25 de setembro de 1926. É criada na França, onde chega com sua família um ano depois de seu nascimento. Em Paris, aperfeiçoa sua língua materna, o francês, ao estudar os escritores clássicos, como Racine, Corneille e Molière. De família judaica vem para o Brasil quando se torna eminente o domínio alemão sobre a França. Em 1938, incentivada pela mãe, participa do concurso Em Busca de Talentos no programa de Celso Guimarães na Rádio Tupi lendo uma poesia, e conquista a primeira colocação. Cumpre a seguir um período na Rádio Jornal do Brasil, até que Olavo de Barros lhe oferece um contrato na Rádio Tupi.. Na Rádio Globo integra o elenco de radioteatro dirigido por Amaral Gurgel e em seguida atua no auge da Rádio Nacional. Em 1948 vai estudar nos Estados Unidos através de uma bolsa de estudos. Em 1951 segue para Londres para um estágio no serviço brasileiro da Rádio BBC, onde atua em novelas e como locutora.

Em 1953 entra para a TV Tupi, e estreia sob direção de Chianca de Garcia, protagonizando Electra de Sófocles, ainda nos estúdios da Avenida Venezuela, com direito a uma desconfortável coluna no meio do estúdio. No elenco aparecem dois outros importantes atores dos primórdios da TV: Heloisa Helena e Jacy Campos. Torna-se uma das principais atrizes pioneiras da televisão brasileira, sendo escalada para diversos seriados e teleteatros, e chega a figurar em quatro elencos diferentes na mesma semana. Participa simultaneamente do Grande Teatro Tupi, onde se destaca em A Herdeira ao lado de Fernanda Montenegro e Sérgio Britto, Teatro de Comédias, em diversas peças, entre as quais Catarina da Rússia ao lado do galã Herval Rossano, Câmera Um de Jacy Campos, Teatro Gebara dirigido por Fábio Sabag e Teatro de Equipe dirigido por Paulo Porto, quando recebe os maiores elogios em A Esquina Perigosa de J.B. Priestley, contracenando com Heloisa Helena, Daniel Filho e Paulo Porto.

O seriado A Canção de Bernadete (1957) de Franz Werfel, com direção de Paulo Porto e estrelado por Aracy Cardoso, lhe dá grande popularidade ao interpretar a freira má que persegue a protagonista. Paralelo à televisão faz dublagens, e integra o elenco estelar da Cine Castro, dirigida por Carla Civelli, onde dubla ao lado de Natália Thimberg, Alberto Perez, Cláudio Corrêa e Castro, Ângela Bonatti, José Miziara, Daniel Filho e Cláudio Cavalcanti. Torna-se a voz oficial de Bette Davis em seus principais desempenhos no cinema para as versões na televisão.

Em 1967 entra para a TV Globo, e estreia na novela A Rainha Louca de Glória Magadan. Permanecendo na emissora até os dias de hoje, participa de grandes sucessos da primeira fase da emissora como A Gata de Vison (1968/69), A Ponte dos Suspiros (1969), A Última Valsa (1969), Verão Vermelho (1970), O Homem que Deve Morrer (1971) e Dona Xepa (1977), dentre outras. Em O Astro (1977) de Janete Clair destaca-se como a bondosa tia Magda, apaixonada por Salomão Hayala, interpretado por Dionísio de Azevedo. Em 1973 integra a primeira novela à cores como a impagável Dorotéia Cajazeira de O Bem Amado de Dias Gomes, dirigida por Regis Cardoso. O sucesso da novela é tão grande que ganha formato de seriado sete anos depois, com Ida e os mesmos protagonistas Paulo Gracindo, Lima Duarte, Emiliano Queiroz e Dirce Migliaccio.

No cinema estreia em Bonitinha Mas Ordinária (1963), dirigida por J.P. Carvalho. Roda O Mundo Alegre de Helô (1967) de Carlos Alberto de Souza Barros, A Penúltima Donzela (1969) de Fernando Amaral, ao lado de Djenane Machado e Adriana Prieto, e O Casal (1975) de Daniel Filho, ao lado de Sonia Braga e José Wilker. Em 1988 filma Primeiro de Abril, Brasil com a diretora Maria Letícia e depois de tempos afastada do cinema, retorna em Copacabana (2001) de Carla Camurati e O Amigo Invisível (2005) de Maria Letícia.

Em teatro, começa ainda adolescente no Teatro do Estudante de Paschoal Carlos Magno. Em 1957 estreia no teatro profissional em O Primo da Califórnia de Joaquim Manuel de Macedo, direção de Alfredo Souto de Almeida. Com o diretor João Bethencourt volta aos palcos em 1965 na peça As Feiticeiras de Salém de Arthur Miller. Em 1971 atua no musical Um Violinista no Telhado de Joseph Stein, direção de Wilfredo Ferrán.

Em 1990 faz No Natal a Gente Vem te Buscar de Naum Alves de Souza, direção de João Albano, ao lado de Lucélia Santos. Suas mais recentes atuações nos palcos acontecem em Bodas de Ouro (2002) de Vicente Maiolino, protagonizando ao lado de Carlos Alberto um casal de idosos, O Avarento (2003) de Molière, direção de João Bethencourt, com Jorge Dória no principal papel, e Tio Vânia (2003) de Tchecov, com Diogo Vilela e Débora Bloch, direção de Aderbal Freire-Filho.
Em 2006, sob direção de Leon Góes, participa de Rainha Esther de André Chevitarese. E na TV recentemente faz a mini-série JK de Maria Adelaide do Amaral, dirigida por Denis Carvalho.

Criadora de personagens marcantes na televisão e no teatro, dedica-se integralmente à carreira e ao convívio dos amigos, sendo considerada por todos uma mulher de forte personalidade e de talento comprovado.




ADENDO 2009

Em 2007 protagoniza o musical gótico 7 de Ed Motta, em realização de Cláudio Botelho e Charles Moeller, seu último trabalho nos palcos.
Seu desempenho emociona plateia, crítica e colegas. Recebe indicações para prêmios.
Planejava a montagem de uma peça em que atuaria com a sobrinha, a atriz Débora Olivieri, filha do ator Felipe Wagner, querido irmão de Ida.
Ela será a grande homenageada do Premio Shell de 2009.

Biografia extraída do Canal Funarte,pesquisada e escrita em presente histórico no ano de 2006
Pesquisa: Funarte
Redação e Pesquisa adicional: Luis Sergio Lima e Silva
Supervisão: Paulo Cesar Soares
www.funarte.gov.br/canalfunarte


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

c A R N a V Á L I A O MEDLEY DA SACANAGEM



c
A R N a V Á L I A
O MEDLEY DA SACANAGEM

Aí, hein, pensa que eu não sei?/ toma cuidado pois um dia eu fiz o mesmo e me estrepei./ aí, hein, pensa que eu não sei ? / sou camarada faz de conta que eu não sei ** Mamãe, mamãe, mamãe eu levei bomba, pela primeira vez / filhinha, filhinha, filhinha queridinha/ foi francês, foi português?/nem sei, mamãe, nem sei/ a bomba foi tão dura, mamãe, que eu naufraguei! ** Comprei um Buda pra ver se dava sorte /
não é que agora minha vida melhorou?/ Se eu vou pro pif-paf / eu passo a mão no Buda / se eu vou para as corridas / no Buda eu passo a mão / já vi que o Buda é forte!** O que é que há com a tua baratinha/ que não quer funcionar? / bota esse motor em movimento, filhinha / e vamos passear ** Empurra, empurra, empurra a carrocinha / avança minha gente / que a pipoca está quentinha! / enquanto eu grito “pi”, você responde “poca” / pipoca, pipoca, pipoca no saquinho...** Cutuca Maroca, com jeitinho cutuca a gente/ machuca, provoca/ a fuzarca já me põe doente/ é moda na roda / namoramos que não seja pra casar / machuca, meu amor/ cutuca por favor/ que eu quero sonhar! **




Menina vai, com jeito, vai / senão um dia a casa cai / se alguém te convidar pra tomar banho em Paquetá / pra piquenique na Barra da Tijuca / ou pra fazer um programa no Joá / menina vai, com jeito, vai / senão um dia a casa cai. ** Banana não tem / caroço não tem / e passa em qualquer pescoço, meu bem / além de outras coisas mais/ uma banana só já satisfaz! ** É baba, é baba, é baba de quiabo/ eu sei que não agüentas a caçamba pelo cabo/ eu sei que não agüentas nem um gato pelo rabo. ** Com a minha fantasia de diabo/ quase me acabo / quase me acabo.../ comprei lança, carapuça/ comprei tudo/ até o pé de pato e capa de veludo/ mas que diabo!/ puxa, que diabo/ depois de tudo pronto/ eu notei que falta o rabo (de diabo) ! ** Mamãe, eu quero, mamãe, eu quero/ mamãe, eu quero mamar/ dá a chupeta, dá a chupeta, dá a chupeta pro bebê não chorar/ olho as pequenas, mas daquele jeito/ tenho muita pena, não ser criança de peito/ eu tenho uma irmã que é fenomenal / ela é da bossa e o marido é um boçal ** Foi ele, foi ele, sim/ foi ele que jogou o pó em mim ** Menina, que chega em casa às 4 da madrugada / enquanto pela escada vai subindo / na boca dos vizinhos vai caindo / aí hein, pensa que eu não sei ?



divirtam-se, b u c a n e i r o s !
( com camisinha, hein, hein ?)


Mùsicas : “Aí, hein!” (1933) de Lamartine Babo e Paulo Valença ** “Mamãe, eu levei bomba” (1958) de J.Junior e Oldemar Magalhães ** “Comprei um Buda” (1948) de Haroldo Lobo e Benedito Lacerda ** “O Que é que há com a sua baratinha?” (1948) de Furnarius Rufus (pseudônimo de Braguinha) ** “Marcha da Pipoca” (1955) de Luiz Bandeira e Arsênio de Carvalho ** “Cutuca Maroca” (1930) de Lamartine Babo e D.Guimarães ** “Vai, com Jeito” (1957) de Braguinha ** Banana” (1951) de J. Junior e Paulo Gesta ** “Baba de quiabo” (1957) de Virginia Lane e Arsênio de Carvalho ** “Diabo sem rabo” (1938) de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira ** “Mamãe, eu quero” (1937) de Jararaca e Vicente Paiva ** “Pó de Mico” (1963) de Dora Lopes, Renato Araújo e Arildo de Souza.

Pesquisa: “História Sexual da MPB” de Rodrigo Faour (Editora Record)

Ilustração: Carmem Miranda por Luiz Garcya

Arte final: Marcelo Bizzo

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

diário de bordo - 17/fev/2009


baby, bom dia. ainda é muito cedo, tô sabendo, mas acordei com uma super dor de barriga, foi o acarajé de ontem à noite, só pode. ah, você apagou ? descansa, amore.
queria que você visse como está lindo o alvorecer, o céu rosado, como mariazinha guinle gostava. estamos ancorados em frente ao arpoador, nosso velho arpex. mar calmo, preguiçoso, cor de champagne, cenário perfeito para um mergulho e depois começar a tarefa de papear com bloguistas de plantão, curiosos do planeta e demais agregados.
quem vai ler isso, baby? que faixa etária, que segmento, que praia, que etnia, qual dinastia ?? por enquanto é tiro no escuro, vou tateando de leve pra sentir a maré. tenho uma boa bússola, sei que não vou me perder (de ninguém que valha a pena), nem me desviar (de ninguém que valha a pena) na rota da vida. deixa eu tocar esse diário, já sei como começar.

cheeega mais, gente, bem vindos a bombordo!
meu nome é buka prata, mas para os do peito, buka só!
a bordo do meu iate saraka, de luneta na mão e cachimbo na boca, tô na mira dos mais iluminados horizontes. um gole do blausen de vez em quando ( o melhor rum da latina américa ) pra molhar a palavra, aliviar o pensador, e vamos nós. livre, solto, leve, suave, sozinho mas nem tanto (hoje baby tá aqui, tá dormindo), agora solitário, nunca! a solidão morreu solteira igual a dona culpa. tô centrado, bicho.

daqui do convés principal, plugado internoite e dia, dou o start deste diário de bordo a fim de trocar reflexões, confissões e pulsações, dividindo com vocês minhas fraquezas, alegrias, dúvidas . pra começo de conversa, peço que entendam minha postura: sou radicalmente contra o pirata do mundo moderno que clona filmes, vídeos, cds, dvds, grifes, jóias, tênis, documentos, etc. não me reconheço naqueles que roubam autores, atores, compositores, artistas plásticos, produtores, cineastas, designers e estilistas. portanto, eu prefiro que me tratem por bucaneiro mesmo, pirata ficou estereotipado, vulgarizado. tô fora.

espero que o conteúdo do nosso diário de bordo seja um suculento caldeirão de comportamento, cultura, abobrinhas, política, costumes e o que pintar. vale tudo, se a alma não for pequena. assim, convido voce pra postar seus comentários, a ferramenta tá aberta aqui abaixo, não só pra quem tem blog mas também pra geral. vamos trocar figurinhas, que tal?

baby, levanta. vou trazer um nescafé e te dar uma cheirada nesse cangote,

buka.

VERÃO ESPERTO: I FEST VELA DE ARARUAMA


Aconteceu no ensolarado sábado, dia 7 de fevereiro, o I Fest Vela de Araruama, regata comemorativa dos 150 anos da cidade, organizada pela UPWIND Escola Náutica de Araru. Com a participação de 50 barcos e pranchas, o evento foi show de bola, quero dizer, show de velas.



Velejadores de diversas classes – Laser, HC14, Laser Dupla, Dingue, Windglider, Fórmula Windsurf, Open Bic, Fórmula Windsurf Feminino, Experience e Hoby 3.9 - fizeram a travessia da Praia Seca ao Centro em meio a torcida de amigos, moradores e turistas. A rapeize correu atrás de boas colocações na animada manhã do Verão Esperto da Costa do Sol.
Comandada pelo LÉO da UPWIND, com apoio de DANIEL PITOMBO e equipe, a regata contou com a parceria da Prefeitura e Secretaria de Esportes. Já era tempo de Araruama investir no esporte náutico, como já rola em Cabo Frio, Rio das Ostras, S.Pedro da Aldeia e Macaé.
No flagra abaixo, Gabriel em foto de Luiz Gaspar do acervo da UPWIND.




PAULO MARCELO e LEONARDO RIBEIRO chegaram em terceiro lugar, comandando o bravo VEVÉCO , classe Dingue. No flagra abaixo, eles exibem orgulhosos o troféu conquistado. PAULO é morador célebre da Vila Capri, onde toca altos rebus como fotógrafo, pescador, pintor e figura muito conhecida do bairro.

Velejar é preciso, viver... nem tanto! O Bucaneiro promete dar uma bordejada básica em breve pela Costa do Sol, me aguardem. Visitem o site, e vejam lances da regata, os participantes e os vencedores, assim como os próximos agitos da animada escola náutica de Araruama, anotem aí:
www.upwind.com.br


CAFOFO DA POESIA - 2 -


A partir de seu suicídio em 1963 aos 30 anos, SYLVIA PLATH se tornou um dos grandes mitos da literatura norte-americana. Com apenas um livro publicado em vida – Colossus – sua obra é toda póstuma.
O “cânon” plathiano fabricado desde então resultou incapaz de desvendar o interior de seu processo criativo. Personalíssima, vivenciou fatos trágicos que se misturaram a sua densa produção literária de poetisa, romancista e contista. A publicação do livro The Collected Poems recebeu em 1982 o premio Pulitzer na categoria Poesia.
O poema Ariel é considerado o ponto culminante da obra plathiana, em termos de síntese, técnica e conteúdo. Ariel é o nome do cavalo que Plath costumava cavalgar em Devon, referencia ao personagem da peça A Tempestade de William Shakespeare. Rola um diálogo crítico com os famosos poemas de Ariel de T.S.Eliot.

A R I E L
de Sylvia Plath

Estase no escuro.
E um fluir azul sem substancia
De penhasco e distancias.

Leoa de Deus,
Nos tornamos uma,
Eixo de calcanhares e joelhos – O sulco

Fende e passa, irmã do
Arco castanho
Do pescoço que não posso abraçar,

Olhinegras
Bagas expelem escuras
Iscas –

Goles de sangue negro e doce,
Sombras.
Algo mais


Me arrasta pelos ares –
Coxas, pêlos;
Escamas de meus calcanhares.

Godiva
Branca, me descasco –
Mãos secas, secas asperezas.

E agora
Espumo com o trigo, reflexo de mares.
O grito da criança

Escorre pelo muro
E eu
Sou a flecha,

Orvalho que avança,
Suicida, e de uma vez se lança
Contra o olho

Vermelho, fornalha da manhã.



Do livro SYLVIA PLATH POEMAS
Tradução de Rodrigo Garcia Lopes
e Mauricio Arruda Mendonça
- Iluminuras – Projetos e Produções Editoriais


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

QUEM VIVER, VERÃO !


Estamos abrindo os trabalhos do Bucaneiro Prateado.

Sejam todos superbenvindos !
(peraí, deixa eu abrir uma garrafa do meu rum favorito, o "blausen:)
ploft !!
Ok, agora sim: SAúDe para ToDOs !
Embarque na nossa nau dos insensatos e seja feliz. Já é verão, portanto,

q u e m v i v e r, v e r ã o !!

O GAVIÃO DO MAR

São 50 anos da saída de cena de ERROL FLYNN (1909-1959), o maior astro do cinema de aventura: “Capitão Blood”, “Robin-Hood” e “O Gavião do Mar”, entre mais de 60 filmes.
Com porte atlético e enorme poder de sedução, conquistou
Hollywood, os poderosos e as mulheres. Aprontou todas.
Apaixonado pelo mar, comprou um iate, o Siroco, onde passou seus últimos anos de vida, ancorado num porto perto da Jamaica.