sábado, 28 de novembro de 2009

Z O Z Ô, DANÇANDO SOBRE UM VULCÃO




A atriz ISOLDA CRESTA (1929-2009) brilhou no teatro, sendo premiada duas vezes, enquanto a cidadã ZOZÔ cuspiu fogo com fôlego de vulcão durante a ditadura militar. As duas são uma só, multifacetadas em ser humano vibrante, de temperamento impetuoso e super bem humorada.

Escrevi sua biografia para a Coleção Aplauso (Imprensa Oficial do Estado), que chega à marca de 200 títulos sob as batutas de Hubert Alquéres e Rubens Ewald Filho. Ela me escolheu para a tarefa, depois de nos reencontrarmos no site Memorial Norma Suely, onde gravou seu depoimento. Logo em seguida, quando escrevia a biografia de Isabel Ribeiro, consultei-a sobre a convivência das duas em temporadas de teatro, e ela disparou:
“é você, quero que escreva meu livro, você tem tempo, você aceita?”

Tivemos dois encontros, e ela me deu manuscrito de 70 páginas que burilou durante toda sua vida. Em abril fomos surpreendidos com sua inesperada partida, que deixou família e amigos tristes e desbundados.
Caiu a ficha, me toquei que eu poderia ajudar a realizar o seu sonho maior: o livro. Consultei o Rubens, que na hora comprou a ideia.

A FAMILIA E OS AMIGOS

Com trajetória rica e muito bem contada na primeira pessoa, procurei rechear o bolo com a ajuda de onze queridos amigos e mais sua filha, sobrinha, secretária e netos. A filha Ana Christina me abriu o acervo que ZOZÔ cuidadosamente guardou durante a sua existência: recortes, fotografias e programas de peças, e o diário que sempre escreveu. Além de Ana, a sobrinha Maria Cristina de Laet, os netos Clara, Lao, Rosa Morena e Laila deram depoimentos emocionados, assim como Dedé, Maria Enedina, a fiel secretária e confidente.

Maria Lucia Dahl, Erico de Freitas, Thais Portinho, Ney Matogrosso, Vanja Orico, Orlando Miranda, Camille K e Paulo Afonso de Lima gravaram.
Neila Tavares, Cláudio Gonzaga e Norma Sá Pereira escreveram.



UM BONDE CHAMADO SUCESSO

Em “Um bonde chamado desejo”(1963) foi premiada pela Critica como melhor atriz coadjuvante do ano, vivendo Stella, a irmã de Blance Dubois, interpretada por Maria Fernanda em performance memorável.
Trecho do depoimento de Neila Tavares sobre a atuação da amiga, a mulher de Kowalski:
...”O casal era só sensualidade, selvagem, grotesca, primitiva, animal e Isolda era um incêndio no palco. Um fogaréu, uma égua, um búfalo, sei lá, era alguma coisa indomável, indomesticável, sem-vergonha de ser, um cio...”

PRISÃO & O AVARENTO

Depois de ter sido presa pelo Dops por ter lido manifesto contra o envio de soldados brasileiros para a República Dominicana durante a temporada de “Electra” (1965), passou a fazer oposição à ditadura militar que se instalou no país e tantos danos causou, sobretudo às artes. Passou a dar proteção a guerrilheiros quando conheceu o líder estudantil Marcos Medeiros, então namorado de sua amiga Maria Lucia Dahl, colega de palco de “O Avarento”(1968).
Durante esta temporada, além de Maria Lucia, dois amigos tornaram-se seus inseparáveis: Erico de Freitas e Thais Portinho.
E o convívio com Procópio Ferreira também foi marcante para ZOZÔ.
Trecho de seu relato:
“- Foi uma honra pra mim ter contracenado com ele em suas últimas peças.
Além d’O Avarento”, fizemos “Odorico, o Bem Amado”, e viajamos pelo Brasil com as duas peças. Como ele era querido pelo povo!”

BOTEQUIM : SEGUNDA PREMIAÇÃO NO TEATRO

Por seu desempenho em “Botequim (1973) , dirigida por Antonio Pedro, abiscoitou seu segundo premio nos palcos: o Governador do Estado de Melhor Atriz do ano.
Trecho de ZOZÔ VULCÃO:
... “Nós estávamos em plena ditadura militar, qualquer crítica era proibida, então, tudo tinha que ser dito de maneira velada. A peça se passava dentro de um botequim, lá fora estava o maior temporal, fazendo muitas vítimas, que se refugiavam ali, mas tinham medo de falar. A Olga, minha personagem era uma espécie de louca de Chaillot, que contava as atrocidades vividas no temporal.”

Amigos, nesta terça dia 1, o BUCANEIRO vai estacionar sua fragata nos mares jobinianos de Ipanema, na altura da ouriçada Casa de Cultura Laura Alvim para fazer um brinde com Moet Chandon, que a sobrinha Maria Cristina e seu marido Carlos de Laet oferecem, abraçar amigos e selar minha segunda participação na Coleção Aplauso, resgate maior da cultura brasileira. Se rolar apagão, El Niño ou tempestade, nem vou ligar.
ZOZÔ estará dançando sobre um vulcão, celebrando seu livro com a intensidade avassaladora que atravessou a vida.
Salve ISOLDA CRESTA, grande atriz brasileira !

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

ANALFABETO, CAFONA E GROSSEIRO



Sobrou pro presidente. Caetano Veloso, o polêmico, resolveu mirar sua metralhadora giratória na direção presidencial com a intenção de apoiar sua candidata Marina Silva nas eleições 2010. Ao que parece, rolou o efeito boomerangue.

“...Marina é Lula e é Obama ao mesmo tempo. Ela é meio preta, é uma cabocla, é inteligente como o Obama, não é analfabeta como o Lula que não sabe falar, é cafona falando, grosseiro” ,

declarou Cae à Sonia Racy do jornal Estado de São Paulo.


Enfurecido, sabe-se lá por que, Caetano mexeu em casa do marimbondo, e
acabou por virar o feitiço contra si. Suas declarações reverberam negativamente a cada dia com mais força na opinião pública através do rádio, jornal, televisão e na internet através de blogs e sites, que deitam e rolam no assunto. Os comentários dos internautas fazem, de maneira geral, uma reflexão instigante, saquem só.

R E V E R B E R A N D O...

No blog do colunista Reinaldo Azevedo da Veja On Line, pinçamos :

De Vicente Rodrigues:
-
O povo brasileiro elegeu Lula e o povo baiano tem vergonha do Caetano, que sem expressão, tenta tirar proveito do alto Ibope de Lula. Caetano sempre apoiou Antonio Carlos Magalhães e seus pupilos, e não se conforma com a popularidade de Lula, que recentemente esteve em Londres para mais um premio, e é considerado “o cara” pelo maior político do mundo, que é Obama...

De Reynaldinho:
- A Marina se parecer com o presidente Obama só se for no branco do olho.

De Siará Grande:
- Fiquei odara odara. O que é que o Caê pensa mesmo sobre Marina, Lula e Obama?

De Jovencio:
- Tem muita gente que pensa o mesmo que Caetano, mas não fala por medo da militância petralha. Numa época em que mostrar Lulla como ele verdadeiramente é, torna-se quase pecado mortal, temos que aplaudir a fala do artista. Viva a liberdade de expressão!

De Maldicéia:
- Pensei por um momento que Caetano tivesse recobrado a razão, mas vejo que o homem continua o mesmo: prolixo e fresco.

De Maria Helena:
- “Sapateiro, não vá além das sandálias”. Caetano Veloso sabe fazer música. E só. Quanto mais fala sobre política, mais consegue se enrolar. O que tem Marina Silva de especial pra se transformar em presidente de uma nação tão complexa?

C O M I G O É N O J I L Ó Ó Ó !


Baixinho, safo, engraçado e verborrágico, o comediante baiano Zé Trindade deixou marcada no cinema brasileiro a imagem arquetípica do cara que sempre dá um jeitinho de resolver inteligentemente as paradas mais inusitadas que os ingênuos argumentos cinematográficos armavam.
Esse jeito pimpão e cheio de malandragem associo, com respeito, admiração e bom humor, ao nosso presidente Lula (deixando de fora a postura de mulherengo incorrigível do Zé...), que encara com bastante otimismo e garra a tarefa de comandar esse paisão de dimensão continental. E transa com deus e o lobisomem ao mesmo tempo, caso contrário, de que maneira a esquerda chegaria ao pódio ?

O parâmetro bate forte quando o vejo discursando ou dando entrevistas,
parece estar sempre querendo dizer:

Comigo é no jilóóó, j, i, l, o, acento agudo no ó: JILÓ !

Com 80 % de aprovação pelos brasileiros nos 7 anos de mandato, o presidente Lula acaba de receber o premio de Estadista do Ano, conferido pelo Real Instituto de Assuntos Internacionais do Reino Unido – Chatham House – com a justificativa de que o Brasil teria fortalecido sua inscrição no cenário global e atuado para alcançar o consenso em foros multilateriais econômicos e comerciais. E, principalmente, o premio é concedido pelos resultados atingidos pelo Brasil na redução da pobreza por meio de políticas econômicas que garantiram o equilíbrio fiscal e a estabilidade inflacionária, segundo a jornalista Christina Lemos em seu blog.

R E V E R B E R A N D O 2

No site de Fábio Campana - Política, Cultura e o poder por detrás dos panos ( www.fabiocampana.com.br ), os comentários também são fartos de indignação:

De Piotr:
- Caetano deveria chamar-se Amargo Veloso, por encontrá-lo em ocasiões,
e ver com maneira que tem de snob, prepotente e mal educado ao tratar oom as pessoas, sejam fans normais ou super vips. Com Lula quase todo o Brasil é conhecido no exterior e cada vez mais investidores querem ir ao Brasil. Isso por Lula e não pro Caetano
.


De Paulo Victor :
- ...Caetano extrapolou a sua arrogância, assumiu a sua posição elitista. Não “obstante” precisamos lembrar que o Caetano em suas composições
literárias, quase sempre, usa palavras e expressões que são incompreensíveis que fazem parte de um dialeto usado por uma minoria que se julga intelectual. Na verdade admirei o Caetano que andava “sem lenço e sem documento”, depois que ele se vestiu e recebeu identidade, passou a admirar o Antonio Carlos Magalhães, prestar serviços à classe política dominante, tornou-se um fantoche chato e delirante. Perdão ao caetano, ele não sabe o que diz... e nem o que faz.

De Ana Paula :
- Sou baiana, e me sinto envergonhada com o comentário do Caetano... como foi grosseiro. Imagine o Lula analfabeto, então, se esse cara tivesse estudado em universidade, seria o Presidente do Mundo... Que viva o Lula!!!
Hoje a Dona Canô deu um depoimento, que ela ADORA o governo e a pessoa do Lula, inclusive os outros filhos são PT de carteirinha.

Que vergonha heim Caetano!!!

Poisé, Dona Canô, a grande matriarca centenária dos Veloso, afirmou que vai telefonar para o presidente para afirmar que as opiniões do filho não representam o que ela e a família pensam sobre ele. Segundo Rodrigo Veloso, o irmão Secretário de Cultura de Santo Amaro, a mãe ficou contrariada com as críticas de Caetano e vai expressar também seu descontentamento com a sua atitude.

Agora, galera bucaneira, deixe seu comentário sobre.
E...salve-se quem souber!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ABSOLUTAMENTE ANSELMO !



Ator do cinema marcado com o rótulo de galã, ele foi o número um em beleza, talento e carisma. Atravessava a tela com sinceridade de intérprete, ar de bom moço, justiceiro e sedutor. Seguido de perto por Cyll Farney, Herval Rossano e John Herbert, que se revezavam nas produções da época, ANSELMO DUARTE (1920-2009) assumiu o posto absoluto de protagonista, tornando-se o principal mocinho da história, estrelando diversos longas, a maioria de comédias carnavalescas, que pejorativamente ganharam da crítica o nome de chanchada.



A Hollywood sem Filtro tupiniquim formatou o casal mais charmoso daquele momento: ANSELMO e Eliana, paralelamente à duplas românticas que formou posteriormente com Tonia Carrero, Eliane Lage, Odete Lara, Ilka Soares, Leonora Amar, Eva Wilma e Sonia Dutra.

Mas com Eliana, o cromo era perfeito. Foi em “Carnaval no Fogo” (1949), dirigido por Watson Macedo para a Atlântida, que ele se firmou como galã sangue azul. O argumento do filme era seu: bandido internacional hospeda-se no Copacabana Pálace para assaltar turistas no carnaval. Por causa da troca de uma cigarreira, vêem-se envolvidos o diretor artístico do hotel (ele), dois empregados curiosos (Oscarito e Grande Otelo) e uma cantora (Eliana), até que a polícia frustra o golpe no último minuto.

“Carnaval no Fogo” foi um estouro da boiada, grande sucesso de bilheteria, abrindo assim o filão das comédias carnavalescas, que reinaria a partir deste filme,capitaneadas por diretores como Watson Macedo, José Carlos Burle, Carlos Manga, J.B.Tanko, Eurides Ramos e outros.




Em 1952 protagonizou “Tico-tico no Fubá”, a cinebiografia do compositor Zequinha de Abreu, o primeiro filme produzido pela Vera Cruz, com direção de Adolfo Celi, ao lado de Tonia Carrero, com quem rodaria a seguir “Apassionata” (de Fernando de Barros) , e no mesmo ano “Veneno” dirigido por Gianne Pons, contracenando com Leonora Amar. Todos filmes dramáticos.



“Sinfonia Carioca” de 1955 foi o luxo das comédias, assinada pelo craque Watson Macedo, que tirou a sobrinha Eliana da Atlântida para sua produtora, e mais uma vez colocou-a nos braços de ANSELMO DUARTE, tiro certo de bilheteria.


No ano seguinte o casal volta à telona em sucesso estrondoso: “Depois eu conto”, considerada a melhor direção de José Carlos Burle. ANSELMO colabora também no delicioso argumento (com Burle, Alinor Azevedo e Berliet Junior), na montagem e co-produz, atuando com Eliana, Grande Otelo e Dercy Gonçalves. Como o Zé da Bomba, um frentista alpinista social, tem desempenho sofisticado, e faz cenas hilárias com Dercy Gonçalves.



ANSELMO trabalhava sem parar não só como ator, mas também assinando argumentos, produzindo e preparando-se para dirigir, que era seu sonho.
Em 1957 estreia com brilho na direção em “Absolutamente Certo”, mais uma vez contracenando com uma Dercy Gonçalves absolutamente impagável, e ainda Odete Lara, Fregolente, Luis Orioni, Maria Dilnah e Aurélio Teixeira. Baseado em argumento de Jorge Iléli e Jorge Dória, assina o roteiro com Talma de Oliveira, e como o galã mais popular da década, estrela o longa.


Mas... o melhor estaria por vir: em 1962 sua segunda direção torna-se o maior acontecimento cinematográfico brasileiro e internacional: “O Pagador de Promessas”, baseado na peça teatral de Dias Gomes, abiscoita a Palma de Ouro no Festival de Cannes como o melhor filme, desbancando Antonioni, De Sica e Buñuel. Com Leonardo Villar, Gloria Menezes, Dionísio Azevdo, Norma Bengell e Geraldo Del Rey, todos muito bem dirigidos, o filme arrebatou o júri e consagrou ANSELMO como diretor.

Foi a gota d’água para os intelectuais cineastas do Cinema Novo caírem de pau encima de ANSELMO, revelando uma mesquinha inveja completamente preconceituosa e sem sentido.
“Fizeram tudo para denegrir a minha conquista, que foi referenciada em vários outros festivais naquele ano”, declarou magoado e lúcido.

ANSELMO DUARTE viveu 89 anos com 40 filmes no currículo, sempre envolvido em realizações de alto nível, desde suas primeiras aparições na Cinédia, Vera Cruz, Atlântida, Cinedistri, Unida e Brasil Filmes.
Tornou-se uma referencia na historia da cinematografia brasileira.
Casado duas vezes, com a primeira mulher a atriz Ilka Soares, teve dois filhos: Anselmo Duarte Junior e Lídia Soares Duarte. Do segundo casamento nasceram Regina Hooper e Ricardo Duarte. Seus filhos criaram o Instituto Anselmo Duarte para preservar a memória do pai. No momento preparam a restauração de 26 de seus filmes, contando com o apoio do Ministério da Cultura, em fase da captação de recursos.



Muito querido pelos colegas, deu a grande chance no cinema à Gloria Menezes em “O Pagador de Promessas”. Escalada inicialmente para o papel da prostituta, foi passada para a mulher do Zé do Burro, quando a atriz Maria Helena Dias declinou do convite por motivo de saúde. Com isso, também outra atriz teve sua grande oportunidade: ANSELMO importou Norma Bengell dos shows de Carlos Machado e acertou na mosca, dando-lhe a personagem.



Paulista, nascido na cidade de Salto, onde teve seu primeiro contato com o cinema na função de molhador de tela – ele jogava água no lençol do Cinema Pavilhão quando os rolos dos filmes, ainda mudos, eram trocados – ele foi enterrado no domingo dia 8 último, depois de seu rito de passagem. Descansa, grande !


Foto Anselmo atual: Paulo Liebert
Foto com Gloria Menezes: Revista Contigo
Demais fotos: Pesquisa Google


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A DOCE VIDA DA CONDESSA



A condessa MARINA CICOGNA, produtora de filmes importantes (Medeia, Teorema, Último tango em Paris, Investigação sobre Cidadão, etc), é uma lenda viva. Nascida em Veneza, e neta do conde Giuseppe Volpi, ex-governador da Líbia e fundador do Festival de Veneza, é uma locomotiva colecionadora de amigos célebres. Sempre com uma xereta na bolsa, clicou momentos aparentemente banais, de pura recordação pessoal, mas que com o passar dos tempos tornaram-se preciosos documentos de uma época, envolvendo nomes importantes, especialmente do cinema.

Não são fotos posadas, mas instantâneos tão espontâneos e descontraídos, que se tornaram objetos de curiosidade e fetichismo. Muitas destas fotografias feitas nos anos 60, estão expostas na The Little Black Gallery, em Chelsea, subúrbio londrino, depois de exposições anteriores em Paris e na Villa Médici.

Amiga de Marylin Monroe, Luchino Visconti, Frédéric Mitterrand, Fellini, Pasolini, Jeanne Moreau, Catherine Deneauve e “a torcida do Flamengo” do jet set internacional, circulou (e ainda circula) pelo mundo numa doce vida de prazer e liberdade. Presença mais que conhecida no Brasil, é amiga e parceira de Florinda Bolkan, para quem produziu seus melhores momentos no cinema.


No Camboja clicou Florinda repetindo a pose de Aughor. Para ela escreveu junto com a poeta Leila Miccolis a minissérie “Rainha da Vida”, apresentada em 1987 na TV Manchete, que tinha Fagner de ator, Nuno Leal Maia, Tânia Scher e Débora Duarte no elenco. Soube que Silvio Santos está de posse deste material, e que pensa exibi-lo na sua inusitada programação do SBT.


As fotografias, carregadas de recordações, desdobram-se na curiosidade que despertam. Funciona como uma espécie de Viagra do mundo das fofocas, revelando fatos que MARINA conta com absoluta naturalidade de mulher livre, leve e solta, e que excita a moçada. No flagrante acima , o produtor de “Hair” Michael Butler aparece com Rock Hudson no Lido em Veneza. Ao lado, Audrey Hepburn de maiô listrado e chapéu de sol, na mesma temporada do Lido.
E MARINA recorda que Butler pegava Hudson e Hepburn ao mesmo tempo. Oba!


O instantâneo mostra Tony Richardson dando um guenta em Jeanne Moreau.
Será que rolou, hein, hein, hein ?


Greta Garbo, ela conheceu nos anos 50. Depois de um cruzeiro que as duas fizeram, Garbo deu o seu telefone de Nova York para ela, quando se viram de novo a seu convite: “Porque não vamos a Passy para um almoço?” Segundo MARINA, ela nunca falava sobre si mesma, era misteriosa direto. No flagra, Greta diverte-se no iate de Onassis, e MARINA registra.



O primeiro filme de Píer Paolo Pasolini, “Accatone” (1961), com produção de MARINA, foi co-roteirizado por Bernardo Bertolucci, ainda virgem na direção.
Com sua xereta esperta, ela registra o encontro dos dois, num intervalo das filmagens, nas cercanias de Roma.


Amicíssima de Visconti, produziu alguns de seus clássicos, e desfrutou de sua intimidade, quando fez inúmeras fotos inesperadas do diretor , muitas delas na exposição da Black Gallery. Incentivada pelos amigos para tirar da gaveta seus instantâneos, deu este nome à primeira exposição de fotografias realizada em Paris – “Snapshots” – Quando o Ministro da Cultura Frédéric Mitterrand viu, caiu de boca e imediatamente a convidou para expor nova safra na Villa Médici no começo deste ano. O estilista Karl Lagerfeld fez a sua cabeça de publicar livro com as imagens, acompanhadas de seus comentários, e assim, foi editado o “Scritti e scatti”, com boa parte destas fotos em cartaz em London London.


Pra fechar a tampa, a suave e sempre eterna Silvana Mangano, em clic da super condessa.

A bela condessa, super calçada diga-se de passagem, na flor da juventude ao lado de Visconti, Fellini e Marcello Mastroiani.
Como é doce essa vida de condessa, né não ?!

APLAUSOS PARA A APLAUSO !




A Coleção Aplauso da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo acaba de lançar trinta e oito novos livros, entre biografias, teses e roteiros, chegando à marca de 200 títulos! Uau! Pra um país que sempre viveu a máxima da falta de memória, acredito que este trabalho de resgate cultural está mudando o conceito. Bravo !

Hubert Alquéres (na foto), presidente da Imprensa Oficial, é o dono da ideia da Coleção, que tem a coordenação do crítico e diretor Rubens Ewald Filho, impecável no comando de uma equipe cascuda. Nesta fornada 2009, o Bucaneiro emplaca seu segundo livro, iniciada no ano passado com Isabel Ribeiro Iluminada. Desta vez, tive a honra de ser selecionado para esta fornada histórica, com a biografia de Isolda Cresta: Zozô Vulcão.

A festa realizada no Lounge da 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (leia-se Leon Cakoff), bombou geral com a presença da classe artística paulista em peso, além de personalidades da política e da sociedade. Paparazzis e cinegrafistas soltos aos potes.
No flagrante, aparecem além de Alquéres ao microfone, na fila ao lado, o Governador José Serra e o músico Wagner Tiso.
Na fila de cima, Débora Duarte, eu de azul, Ana Christina de Andrade, filha de Isolda Cresta, Helena Ignez, Jorge Loredo e o ex-governador Geraldo Alkmin.
E na debaixo, Stenio Garcia, Tania Carvalho e José Dias.


Os grandes homenageados do ano foram os Especiais de Mazzaropi e Tonia Carrero, este já lançado no Rio. A novidade foi uma ideia do Governador Serra, acatada por Alquéres e Ewald: abrir o quesito Música, que é inaugurado com a biografia de Wagner Tiso, brilhante compositor de trilhas para o cinema e para o teatro. No Perfil, Alfredo Sternheim, Berta Zemel, Cecil Thiré, Débora Duarte, Fernanda Montenegro, Fernando Peixoto, Jorge Loredo, Isolda Cresta, Mauro Mendonça, Stenio Garcia, Theresa Amayo e Umberto Magnani. Timaço !

Fiquei muito feliz com o resultado do livro de Isolda, tão caprichado pela equipe de Ewald, leia-se: Felipe Tadeu (editor assistente), Fátima Consales (editoração), Josér Carlos da Silva (tratamento de imagens), Sárvio Nogueira Holanda (revisão), além dos craques Marcelo Pestana e Carlos Cirne na coordenação operacional e projeto gráfico. E na retaguarda, a Sheila Gonçalves e a Micaela Marcovici (coordenação de evento), a Ana Maria Cerqueira Leite e a Maria Fernanda (assessoria de imprensa).
Tudo gente fina e sincera. Grato, queridos.

Agradeço também a colaboração dos amigos e parentes presentes no livro, tais como Maria Lucia Dahl, Vanja Orico, Erico de Freitas, Thais Portinho, Paulo Afonso de Lima, Neila Tavares, Ney Matogrosso, Norma Sá Pereira, Orlando Miranda, Camille K, Cláudio Gonzaga, e à família: Ana Christina de Andrade, Clara e Lao de Andrade, Laila e Rosa Morena Azeredo, Dedé, Maria Cristina de Laet e ... Elvis, o fiel golden retrievier paixão da Zozô.

O balaco foi animado, com o público comprando livros a granel por 10 paus ! A Coleção Aplauso, lançada em 2004, além de espalhar a memória cultural tupiniquim pelas livrarias do Brasil, também pode ser adquirida pela livraria virtual no Site da Editora : http://www.imprensaoficial.com.br/. Outro lance supimpa é a distribuição dos livros para bibliotecas de todo o país. Aplausos para a Aplauso, ela merece!


Fotos: Fernandes Dias Pereira (Imprensa Oficial)