quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A LIDERANÇA GABEIRA CRESCE




Vinte e quatro anos depois da tentativa ao Governo do Estado, quando realizou o inesquecível abraço à Lagoa, e despertou o entusiasmo até dos mais céticos, o escritor, jornalista e Deputado Federal do Rio FERNANDO GABEIRA, mineiro naturalizado carioca desde os anos 60, mergulha de novo na disputa para Governador pelo Partido Verde na Eleição 2010.

Deputado Federal dos mais bem cotados na praça, ele despertou liderança genuína no decorrer das brilhantes atuações no Congresso Nacional por questões ambientais, a investigação do assassinato de Chico Mendes, a interdição da usina nuclear de Angra 1, o encontro mundial de indígenas em Altamira (PA), entre outros feitos. Desde 1994 foi reeleito diversas vezes com votação crescente.

Foi em 1989, quando candidatou-se à Presidência da República, que consolidou a liderança de uma nova opinião pública sobre ele. Há dois anos atrás por pouco não se elegeu Prefeito.

Libertário e guerreiro, ele está encarando esta eleição com coragem. A oposição que vem fazendo ao Governador Sérgio Cabral é de alto nível ético, com conteúdo e fortes argumentos.

Publico o Vídeo de Campanha, programa 18, para sua avaliação.
GABEIRA é um cara que merece ser ouvido com atenção.


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

AGORA É QUE SÃO ELAS



Uma é mineira, a outra é acreana e a terceira, paulista. Tres representantes de alto nível do sexo feminino que pontificam na Eleição 2010.
Pode-se imaginar as barreiras que tiveram de enfrentar (ou ainda enfrentam) no corporativo universo masculino político para chegarem aonde estão. Obstinadas, corajosas e idealistas, prometem deixar seus nomes escritos na história. É a hora e a vez da mulher.


DILMA ROUSSEFF, candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) à Presidência da República, nasceu em Belo Horizonte. Os ideais socialistas da juventude lhe motivaram ingressar em organizações revolucionárias na época da ditadura militar, quando chegou a ser presa e torturada. Ela integrou a equipe que formulou o plano de governo na área energética do Presidente Lula no seu primeiro mandato em 2002. Em seguida, assumiu o Ministério de Minas e Energia, tornando-se depois Ministra-chefe da Casa Civil.

Está bem na fita: é a preferida nas pesquisas a reboque da popularidade do Presidente Lula. O seu desempenho na campanha eleitoral tem sido correto e até convincente em determinados momentos, tem elegância natural e está bem treinada para encarar a platéia. Transparece competência para o posto mais elevado do país. Mudaram o seu visual no decorrer da campanha, um bom coiffeur lhe imprimiu um corte moderno e vestiram-na com roupas, cores e tons devidamente selecionados. Mas apesar de ter grande aceitação popular (e até da elite), está rolando uma certa resistência à sua candidatura, estampada em parte da sociedade brasileira. Que travação será esta?



MARINA SILVA, também candidata à Presidência da República, nasceu no interior de Rio Branco. Ambientalista, pedagoga e senadora pelo Acre, tornou-se uma mulher respeitada por sua luta na área ambiental, sendo premiada internacionalmente diversas vezes pela capacidade e conduta irrepreensíveis. Formada em História, engajou-se no movimento sindical e em companhia de Chico Mendes fundou a Central Única dos Trabalhadores (CUT) do seu estado.Foi a Vereadora mais votada do município de Rio Branco, depois Deputada estadual até se tornar Senadora da República. Foi Ministra do Meio ambiente do Governo Lula até se demitir em 2008, alegando falta de sustentação à política ambiental. No ano seguinte desfiliou-se do Partido dos Trabalhadores, entrando para o Partido Verde (PV), que a escolheu como sua candidata à Presidência da República.


Ela tem a seu favor uma simpatia espontânea por parte do eleitor em geral. Sua candidatura tem aumentado em popularidade, que se comprova no crescimento das pesquisas. Durante a campanha também lhe deram um banho de loja, sem deixar que suas origens fossem mantidas. Está elegante e discreta, sem glamurizações, talvez por ser evangélica, talvez por despojamento natural. Fala com delicadeza, mas a fragilidade de sua voz não impede de se colocar quando diz a que veio.



CIDINHA CAMPOS nasceu em São Paulo. Está candidata à Deputada Estadual depois de exercer diversos mandatos desde que trocou a televisão pela Câmara Federal. Isso aconteceu em 1982 ao conhecer Leonel Brizola, e depois de ter se tornado conhecida como apresentadora, atriz, radialista e repórter. Depois de ter atuado dez anos na TV Record, ingressou na Radio Jovem Pan em São Paulo, foi a primeira repórter internacional do programa Fantástico da TV Globo, ganhou programa próprio na TV Tupi (Cidinha Livre), assinou coluna popular no Jornal dos Sports, viajou com enorme sucesso pelo Brasil com o show feminista “Homem Não Entra” e apresentou popularíssimo programa radiofônico nas Rádios Nacional, Tupi e Manchete. Mas a carreira política conferiu-lhe uma brilhante trajetória, principalmente no combate à corrupção, seu prato preferido. Ela já botou na cadeia muitos fraudadores, liderando comissões como relatora. Permanece fiel ao PDT.Neste momento que batalha novo mandato, volta à televisão,onde apresentará na TV Bandeirantes, programa diário a partir de 18 de outubro.

Sangue quente de carteirinha, com ela não tem conversa, vai direto ao assunto. Enfrenta a arrogância masculina com maestria, de igual pra igual, sem deixar passar nada. Sabe mobilizar, convencer e se fazer respeitada. Com a experiência de palco, rádio e televisão adquirida, domina geral quando expõe, debate ou argumenta. Ela está de visual novo, depois de um sensível retoque no rosto. Assumiu o cabelo branco, sempre curtinho, sua marca, o que combina surpreendentemente com a eterna jovialidade que emana.


“...quem sabe
o superhomem venha nos restituir a glória
mudando como um deus o curso da história
por causa da mulher”
(gilberto gil)


Foto 1: Site Wikipédia
Foto 2: Imbituba Gospel
Foto 3: Multiply
Ilustração: comentei.com.br

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O RETORNO DO BUKA




Voltei ! Naveguei, naveguei e cheguei à minha querida Araruama na Região dos Lagos. Singrei mares nunca dantes navegados, apesar dos “sessentanos” que me pesam nos ombros. (Hum...menos, cara!).
Aportei na Praia dos Amores e, pasmem, me surpreendi com a generosidade deste praiano habitat, aqui tudo tem energia da boa, e aqui estou resgatando minha identidade por um tempo...
O B U C A N E I R O volta a atacar, agora “di com força”. Mantendo o formato, mas dando uma agilidade cotidiana, rítmo e ...AÇÃO !
Prepare o seu coração.

Eu tô que tô, pô !


Ilustração : Game Pirates Caribbean Online (Disney)

NITROGLICERINA PURA: MARISA & RAUL



Trinitrato de glicerina líquido e oleoso utilizado em explosivos é o coquetel Marisa Raja Gabaglia e Raul Seixas.


A carioca Marisa Raja Gabaglia nasceu num espaçoso automóvel Packard a caminho da casa de saúde em plena Copacabana de 1942. Primeiríssima aluna do Colégio Sacré-Coeur de Jesus, formou-se em jornalismo na PUC enquanto escrevia poemas que enviava a Manuel Bandeira. Encarava as freiras do colégio, nunca foi santa.

Brilhante jornalista da Bloch Editora (Manchete, Fatos & Fotos, Ele e Ela, Desfile), ela assinou matérias e crônicas memoráveis nos jornais Última Hora e O Globo. Trabalhou dezoito anos na TV Globo, foi jurada do programa de Flávio Cavalcanti na TV Tupi e escreveu oito livros: “Milho pra galinha, Mariquinha” (Editora Sabiá) foi o primeiro e record de vendas. Ao visitar o cirurgião plástico Hosmany Ramos na cadeia para uma entrevista (preso por assaltos, contrabandos e outras baixarias), apaixonou-se, quando escreveu o polêmico “Meu amor bandido”. O livro vendeu mais que banana.

Era uma linda bonequinha (de luxo) de olhos redondinhos e cabelo joaõzinho,
uma doçura de amiga, companheira de boemia e experimentos... Libertária por convicção, foi porta-voz do feminismo tupiniquim. Marisa deu altos toques na mulher dos anos 70. Mas quando se apaixonava, sai de baixo, era uma gueixa.

“Não sou superior a nada nem a ninguém. Dependo tremendamente do homem a quem eu estiver ligada, tanto emocional quanto intelectualmente.”

Para celebrar seu resgate via web, segue uma de suas antenadas crônicas-poema, publicada na Última Hora daqueles efervescentes anos de transformação. E é claro que ela sintonizou Raulzito, saquem só :


OS MALUCOS BELEZA E OS MALUCOS TRISTEZA


Raul Seixas está aí dando seu recado. Um show a mais. Mas o que grita, o que fica, é a palavra. Que a música apenas embala.

Numa entrevista recente, Raul dividiu as pessoas desse torto mundo em MALUCOS BELEZA e MALUCOS HOSPÍCIO.

É isso aí amizade.
O MALUCO HOSPÍCIO é o careta. O engravatado amordaçado no nó dos seus preconceitos. Enforcado.

O maluco hospício é o tumultuado, o perdido, desorientado na rota do fumo.

Fumaça que sufoca e passa.

Maluco hospício é o pai que rejeita e o filho que julga.
É o racional.
O que conceitua com a mente, não com o coração.

Os malucos hospício não seguram a barra.
Estão na ciranda, no confete da festa. Não tomam ar na varanda.
Botam cinto na alegria e barbantes nas palavras.

O maluco hospício está na bílis que corre no sangue das famílias.
Agregadas. Armadas. Fracassadas.

O maluco hospício usa a palavra como faca. É sua arma.
Ele não rima. Esgrima.
Fere. Retalha. Estraçalha. Falha.

O maluco hospício é um tadinho. Tadinho na vida.

O MALUCO BELEZA é o amor.
É o tudo e o nada.
Ele bebe da fonte que desce daquele monte mesmo que seja noite.

O maluco beleza é um regador de jardins alheios.
Não faz perguntas nem respostas. Entende.
Com o coração.
Ele é feito das coisas simples.
Maluco beleza não conhece tristeza. Não faz essa rima.

É cuca fresca. Astral leve. Palavra breve.

Não teme. Não sabe o segredo do medo.

Toma banho de chapéu, discute Carlos Gardel e a vida é sopa no mel.
Flui mansa. É uma dança.

Maluco beleza é bailarino na curva do arco-íris.
Lei pra maluco beleza não tem itens nem artigos.
Ele não cataloga, não rotula, não empacota.
Ele embala e se cala.
As crianças são malucos beleza.
E os puros de coração. Esses têm sempre razão.

Os malucos beleza são bem aventurados.
Bem amados.Pacificados.
Não perdem o pé. Têm fé.
Sem lenço, sem documento, sem CPF, sem postos e impostos.

Maluco beleza é o filho que veio.
Dedilha alegria.
Os malucos beleza são meninos de Jesus.
Sem cruz.
Amém.

Como é bom para esse “sexysagenário bucaneiro” lembrar da Marisa, que conheci quando divulgava o filme “Marilia e Marina” do Luiz Fernando Goulart.
Ela fez uma linda matéria para o jornal Hoje da TV Globo, que ajudou a alavancar o lançamento, deu um peso incrível. A partir daí ficamos amigos para todo o sempre, curtimos momentos geniais até que em 2003 seu sangue azul diluiu-se, e ela partiu. Muito mais poderia viajar na maionese sobre ela, mas uma síntese combina bem com esta mulher de alma pura, sensorial, intensa e uma das maiores maluco beleza do planeta. Mas a pauta sobre Marisa Raja Gabaglia continua de pé, voltaremos com ela em breve.

E a palavra, que ela conceitua tão bem no início da crônica, é o que fica, é o que grita. Absoluta no assunto, sintetiza:


“As palavras não têm peso. Só são cheques assinados quando são

acompanhadas dos atos. As palavras que falam e não agem de acordo com o

que dizem são cheques sem fundos”.