domingo, 25 de setembro de 2011

ANA BOTAFOGO, A DAMA DO THEATRO MUNICIPAL



Fazem 35 anos que ANA BOTAFOGO risca os palcos nacionais e internacionais com o melhor da arte de bailar. Primeiríssima bailarina do Theatro Municipal a exatos 30 anos (1981), ela estreou cinco anos antes em Paris, no Balé de Marselha de Roland Petit. No Brasil, pisou o palco brasileiro pela primeira vez em 1977 no Teatro Guaíra de Curitiba, protagonizando “Giselle”.


Além deste, “Coppelia”, “O Quebra Nozes”, “Romeu e Julieta”, “Don Quixote”, “O Lago dos cisnes” e “Floresta Amazônica” consagram um repertório de autênticos êxitos aqui e lá fora. Em entrevista ao site Anjos da Cultura, ela sintetiza suas preferências:
“Por “Giselle” tenho um carinho imenso, apresentei também em Londres e Havana. Gosto de “O Lago dos cisnes” que tem essa dualidade difícil, também gosto de “Don Quixote” porque é muito vigoroso e tem muita técnica, e de “Coppelia”, que mostra um lado mais engraçado da bailarina.”

Foi com “Coppelia” que Ana fez seu debut no palco do Municipal.

Ana queria comemorar a data com um trabalho inédito e diferente de tudo que já fez. Sua amiga Dalal Aschar deu a mesma dica de Bibi Ferreira: o balé “Marguerite e Armand”, inspirado no drama de Alexandre Dumas “A Dama das camélias” e criado pelo coreógrafo Frederick Ashton para a bailarina inglesa Margot Fonteyn. A história da cortesã Margheritte, apaixonada pelo jovem Armand Duval e humilhada por ele, segundo Bibi, que assistiu Margot e Nureiev dançarem aqui em 1967, tem elementos dramáticos para o momento de Botafogo.

O espetáculo “Marguerite e Armand” começou turnê nacional por Curitiba, no mesmo Teatro Guaíra da estreia, passou por São Paulo neste fim de semana, Teatro Alfa, e será apresentado nos próximos dias 1 e 2 de outubro (sábado e domingo) no Theatro Municipal. Depois, estrada!

Quem assina a montagem é Grant Coyle, do Royal Ballet de Londres, com regência de Henrique Morelenbaum, o mesmo maestro da estreia de Ana em “Coppelia”, e também maestro da histórica apresentação brasileira de “Marguerite e Armand” em 1967 com o maior casal de bailarinos de todos os tempos, Margot Fonteyn e Rudolf Nureiev.

O partner de Ana é Federico Fernandéz, primeiro bailarino do Teatro Cólon de Buenos Aires. Segundo a bailarina, perfeito para o personagem Armand. Participam também integrantes da Companhia Jovem de Ballet e os bailarinos convidados : Marcelo Misailidis e Joseny Coutinho.

A celebração dos 35 anos de carreira de ANA BOTAFOGO e 30 anos de Theatro Municipal é tripla: o compositor húngaro Lizt, responsável pela música, comemora bicentenário de nascimento neste ano.

Celebration, portanto, em alto estilo !



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A CICLOVIA STUART ANGEL NA URCA




Monte no seu camelo e... venha pra Ciclovia Stuart Angel Jones

Genial a ideia de batizar a nova ciclovia carioca de Stuart Angel Jones (1945-1971),o inesquecível líder estudantil. O percurso passa pela Avenida Pasteur, Urca, em frente à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) onde ele estudou economia.

Neste domingo, dia 25, às 9h, na Praça General Tibúrcio, serão disparados os camelos, corpo aberto no espaço, pedalando liberdade, brisa e... amor!

Tá ligado ?



quarta-feira, 21 de setembro de 2011

...PORQUE A PRIMAVERA É A ESTAÇÃO DO AMOR



O BUCANEIRO SAÚDA A PRIMAVERA E PEDE PASSAGEM


O Rio amanheceu cantando

Toda cidade amanheceu em flor

E os namorados vêm pra rua em bando

Porque a primavera é a estação do amor

(Braguinha)

E neste 21 de setembro, duas belas floreceram :

ANNA MARGARIDA e... E L I A N A !

sábado, 17 de setembro de 2011

O MANO 2PAC



Fazem quinze anos que o rapper Tupac Shakur, o 2Pac, foi assassinado.

Ele nasceu no Bronx, NY, em 16 de junho de 1971, e só viveu 25 anos. É considerado o maior rapper de todos os tempos. Vendeu em vida cerca de 75 milhões de álbuns, e até hoje seus discos póstumos atingem excelente vendagem. A maioria de suas canções fala de como crescer no meio da violência e da miséria nos guetos, do racismo e da igualdade política, econômica, social e racial.

Seus pais, Afeni Shakur e Billy Garland, foram membros ativos dos Panteras Negras, grupo revolucionário americano surgido no final da década de 60 que lutou pelos direitos da população negra. Quando Tupac nasceu sua mãe Afeni tinha acabado de ser absolvida em mais de 150 processos de conspiração contra o governo dos Estados Unidos. Criado nos guetos, viveu de perto um tempo de chapa-quente, quando a raça negra encarava a discriminação e se afirmava na marra.

Jovem, foi ator e bailarino antes de chegar na música. Quando trabalhou como roadie, tornou-se dançarino de Hip-hop, movimento que emergiu em meados da década de 70 nos subúrbios negros e latinos de Nova York e nas comunidades jamaicanas.

O encontro com o Rap foi literalmente a um passo. O Rap, o discurso rítmico com rimas e poesia, é uma vertente do Hip-hop. Pode ser interpretado à capella, bem como com um som musical de fundo, chamado beatbox. Tupac encontrou o caminho certo para o discurso inflamado de sua revolta e contestação. Começou a ser notado quando entrou para o grupo Digital Underground, na música “Some song” (1991), lançando em seguida o primeiro disco-solo : 2Paclypse Now.

Estourou. Consolidou a posição do melhor porta-voz do gênero ao mesmo tempo que tornou-se alvo de diversas ações judiciais. Foi condenado também por abuso sexual, quando ficou preso durante onze meses. Foi libertado pelo diretor executivo da Death Row Records, Suge Knight, que pagou a fiança de U$1,4milhões em troca de assinar contrato com sua gravadora para três álbuns.

Em 7 de setembro de 1996, depois de assistir a uma luta de seu amigo Mike Tysson em Las Vegas, foi atingido por quatro tiros dentro do carro. O assassinato nunca foi esclarecido completamente por falta de provas oficiais. Sua figura polêmica atraía inimigos de diversas facções. Seis dias depois, em 13 de setembro, depois dos médicos tentarem impedir a propagação de uma hemorragia interna, sua mãe Afeni tomou a decisão de mandar desligar os aparelhos.

O corpo de Tupac foi cremado. E fumado. Membros do grupo Outlawz juntaram suas cinzas com maconha e...acenderam o isqueiro! E.D.I. Mean explicou que teve a ideia depois de ouvir um som de Tupac: “Eu tive a ideia. Se você ouvir “Black Jesus”:últimos desejos, manos, fumem as minhas cinzas.” Esse foi um pedido dele. Agora, quão sério ele estava falando a respeito? Nós levamos a sério”.

MUDANÇAS...

Trechos de sua música “Changes” em tradução livre:

Eu não vejo mudanças. Acordo de manhã e me pergunto,

A vida é valiosa? Eu devo me matar?


Os tiras dão a mínima para um negro?

Puxam o gatilho, mata um negro, ele é um herói


Dar crack para as crianças, quem se importa?

Menos uma boca faminta para a assistência social


Nós temos que começar a fazer mudanças...


Nós ainda não estamos preparados para ter um presidente negro, uhh...


Tento mostrar outro caminho,

Mas voce continua no jogo das drogas


...E enquanto eu for negro, tenho que ficar ligado

E nunca descansar


Rata-tat-tat-tat esse é o caminho. Uhh

Algumas coisas nunca mudam

E dando os trâmites por findos, uma dica do Bucaneiro: curtam o primeiro e único site brasileiro totalmente dedicado ao artista, cuja meta é dar uma parcela de contribuição para manter seu legado vivo:

www.2pac.com.br

E agora...sintam a vibração do grande 2Pac em “C H A N G E S”. Ave, mano!

Consultor: José Henrique Ferreira

Pesquisa: www.2pac.com.br


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

SEE YOU IN SEPTEMBER !




Cara...cas, acabou o ano! O tempo pisa no acelera a dor com a maior cara de pau. Mas...se aborrecer, pra que? Como diz o anúncio do rádio. Temos que encarar, afinal, agora é que vai ficar gostoso como a gente gosta, né?

A promessa da chegada da primavera dá um frescor n’alma. Salve as margaridas antenadas e as rosas telepáticas também! Salve minha querida mana Margarida, que nasceu em pleno flower-power tupiniquim!

Fico sempre feliz em setembro.A estação das flores para nós do lado de baixo do equador antecede o verão, e isso faz um link de esperança redobrado. Te vejo em setembro!

O fundo musical desse tempo ficou gravado pra minha geração no rock-balada, muuuito dançante, leve e gostoso de cantar junto: “See you in September” de Sid Wayne e Sherman Edwards, eternizado em 1966 pelo grupo vocal americano The Happenings, até hoje na ativa.

Na letra, rola a despedida do verão, ao contrário da nossa real. Bem, mas vale o toque: a lua de verão é perigosa! Oba!

Saquem só em bom português (coloquial carioquês), curtindo o som:


TE VEJO EM SETEMBRO

Estarei sozinho cada e toda noite

Enquanto vc estiver longe...

Ñ se esqueça de escrever

Tchau, tchau, até à vista !


Vejo vc em setembro,

Te vejo quando o verão acabar

Aqui estamos nós (tchau, baby, tchau)

Dizendo adeus para a estação (tchau, baby, tchau)


Férias de verão (tchau, baby, tchau)

Estão levando vc para longe (Tchau, baby, tchau)


Divirta-se, mas lembre-se

A lua de verão é perigosa

Te verei em setembro

Ou perco vc para um amor de verão...


(Contando os dias até lá, estarei com vc)

(Contando as horas e os minutos também)


Adeus, até logo, até à vista,

Bye, baby, goodybye !



Tradução: apoio luxuoso de Alda Cristina Bagno



CAFOFO DA POESIA - 12 -




OMAR SALOMÃO, carioca de 1983, filho do poeta Wally Salomão e sobrinho de outro poeta, Jorge Salomão, trabalha com poesia em vários suportes. Mantém o blog O bom leão, onde interage com suas múltiplas versatilidades e está preparando os lançamentos de seu segundo livro -“Impreciso” (o primeiro foi em 2009, “À Deriva”- Editora Dantes) e exposição na Galeria Mercedes Viegas, enquanto vai tecendo sua poesia pelo caminho...

Foi curador com a professora Heloisa Buarque de Hollanda e a poeta Bruna Beber da exposição BLOOKS – letras na rede, sobre literatura na internet, em 2007.

De 2005 a 2009 participou da banda Vulgo Qinho & Os Cara, fazendo intervenções poéticas nas músicas. No ano seguinte participou do projeto Lavanderia, junto com o poeta Ericson e o músico Daniel Castanheira, misturando música eletrônica com poesia.

O Cafofo mostra uma presença de seu novo livro, "Impreciso".

chama

se entranha em mim

feito mancha

fio solto linha

desmancha

me costura trapos

feito colcha de retalhos


tecer palavras

como quem talha a faca

mensagens amorosas

na casca de uma árvore


concreto vivo de poste

que se esfarela


desfiar casulos de lagarta

transformada em borboleta

linha a linha

casca trocando carne

lendo a vida nos anéis


(com o toque

as asas secas

das borboletas

viram pó)


corte

bata o pó do casaco

corte

não me abrace assim

forte

cheiro de mofo me faz chorar


maré que furta os passos

soltando vestígios, conchas

pra soprar labirintos na sua orelha

desviar o futuro do caminho


sua língua me navalha a face

diga nada

aos som das velas

siga as sombras sobre nossas mãos


tecer palavras

como quem tatua a ponta dos dedos

desfazendo nós nas suas costas

descoberta


quantos versos ainda vou tecer

pra você

desfiar?


Blog O bom leão : http://obomleao.wordpress.com/