segunda-feira, 27 de agosto de 2012

POSTER DA SEMANA


sonia braga

PAI DE MENINA



O olhar de um jovem pai sobre sua filha.

José Henrique Ferreira, universitário da Estácio e pai da carioca Clara Ferreira da Costa Figueiredo de quatro anos, faz uma reflexão das descobertas do cotidiano como pai de uma menina:


Algumas coisas que aprendi sendo pai de uma menina:

1 O melhor e maior presente da minha vida

2 Acostume-se com o mundo cor de rosa

3 A princesa dos contos de fadas agora mora na sua casa

4 Elas falam, falam, falam...

5 Barbie, Hello Kitty, Cinderela, Branca de Neve, Alice, Ariel,

Rapunzel, Minnie fazem parte do seu dia a dia

6 Elas desfilam, posam, fazem caras e bocas!

7 Meiguice, carinho, abraços, beijos... fazem parte do universo feminino (quase sempre, né?)

8 Elas amam dançar...Toda menina tem um lado bailarina!!! Eu amo ficar escondido vendo ela dançar

9 Amam doce!!!

10 Elas adoram se arrumar, escolher as roupas, sapatos!!!

11 São manhosas...cuidado! Com aquela carinha linda de boneca, elas quase sempre te convencem a fazer o que querem...

12 Olhar para minha filha é ver um pouco de mim, me emociona

13 Elas amam acessórios: bolsas, pulseiras, brincos, colares, tiaras!!!

14 São teimosas... muitas vezes me tira do sério!

15 Como podem ser tão lindas?!?

16 São grandes amigas, companheiras, confidentes... nossa, é muito AMOR

17 Voce que nasceu para ser pai de menina, AMA tanto - não consegue se imaginar

sem sua pequena.


domingo, 26 de agosto de 2012

''VOTE EM MIM, PORRA!'



O próximo personagem de Paulo Cesar Pereio será um vereador cascudo da cidade de São Paulo. Depois de mais de 90 filmes, 20 novelas e trocentas peças de teatro, o irreverente ator gaúcho mergulha na política com sede de justiça: “Vou desmalufizar e deskassabilizar São Paulo”, promete em tom de campanha pelo PSB para a vereança paulista.

Nascido em Alegrete, Rio Grande do Sul, foi na paulicéia que ele firmou carreira e reside até os dias de hoje. E foi no Rio de Janeiro que desenrolou uma consistente carreira de ator de teatro e, principalmente, de cinema. Pereio tornou-se figura emblemática no meio artístico, de uma personalidade ímpar e dono de humor corrosivo, sempre à frente de trabalhos expressivos e, reconhecidamente, um dos grandes atores brasileiros.

A primeira vez que o assisti no teatro foi em “Roda viva” de Chico Buarque na montagem histórica de José Celso Martinez Correia, 1968. Ele passava todo o espetáculo sentado num canto do palco bebendo, mudo, surumbático, cara fechada. A peça rolava, músicas, antropofagia, protestos, porrada, e Pereio quieto no canto. Ele era Mané, parceiro e amigo do protagonista que não aceitava entrar na roda-viva da produção cultural. Para demonstrar sua contestação, soltava apenas um sonoro “porra”, que acabou virando vírgula em sua vida. Era tão forte sua presença em cena que o personagem revelou um jovem ator brilhante, o que provou na seqüência da bem sucedida carreira.

Casou-se tres vezes. Com Cissa Guimarães teve dois filhos: Tomás e João; com Neila Tavares, a linda Lara, e com Suzana Cezar, Gabriel. Lara Velho é a diretora de seu programa “Sem frescura”, no ar desde 2004 no Canal Brasil. Por trás do transgressor de carteirinha tem um cara super camarada, aquele malandro que já aposentou a navalha e tralha e tal...

“Não sou o Tiririca”, disse para o colunista Bruno Astuto da revista Época, sobre suas intenções na política. De certo que está focado nesse momento com seriedade. Na juventude, Pereio fez política estudantil no sul e tornou-se amigo de Leonel Brizola. Agora, aos 72 anos, aceitou o convite do Partido Socialista Brasileiro para se candidatar. E...lá vem chumbo grosso:

“Não vou me corromper, não sou corrupto. É uma questão de foro íntimo, de formação. E assim que entrar, vou comprar uma briga feia com a indústria automobilística, mas que se dane. Tem que proibir São Paulo de ter carro, a não ser que se pague uma taxa pesada.Vou brigar por isso, vou brigar pra valer”.

Para saber um pouco da plataforma do Pereio, segue o vídeo realizado pela TV Folha Ilustrada, da Folha de São Paulo: O Candidato. Demorô, porra!





quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A SOBREMESA DE EMILIANO


Ele se fartou nas entradas e nos pratos principais que a vida lhe ofereceu. Banquete de alma quente e muita determinação.
E chegou a hora da sobremesa...

EMILIANO QUEIROZ é um show de ator, todo mundo sabe. Nestes sessenta anos de estrada, firmou seu grande talento de ator no teatro, na televisão, no rádio e no cinema. Em cada década ele pontuou momentos marcantes em todos os veículos, deixando a sua marca. Desde o rádio, que fez na Fortaleza adolescente, na TV Ceará, em diversos teleteatros da era pioneira, até a ida para São Paulo, seduzido pela grande metrópole, e em seguida o mergulho definitivo no Rio de Janeiro, foi guerreiro e camaleônico o quanto pôde.

Foi em 1967 que tive o prazer de assisti-lo pela primeira vez no palco. “Navalha na carne”, o espetáculo mais esperado do ano, me fez descobrir o ator que eu queria ser naquele momento jovem de estudante do Tablado...quanto carisma, despudor e domínio cabiam em um só artista? Ele esteve brilhante ao lado de Tonia Carrero e Nelson Xavier, dirigido por Fauzi Arap e dando vida a um personagem emblemático, o Veludo, da obra mais polêmica de Plínio Marcos. A estreia de “Navalha” no Maison de France foi o maior acontecimento teatral daquela agitada temporada. Ela serviu como catarse de época árdua da ditadura militar. No final, um flash espocava como um soco na boca do estômago da platéia. POFt! Porrada pura.

Foi através do amigo Nestor Montemar que nos conhecemos nas noites animadas da Gôndola, o restaurante mais charmoso que a nossa classe teatral já teve... Em meio ao clima eufórico daquele delicioso ambiente, Emiliano transitava nas mesas sempre rindo e espalhando seu característico bom humor. Quando fomos apresentados, logo me apelidou de Costa e Silva , e não havia quem não ouvisse...A alegria de viver que sempre emanou, conquistou uma amizade que já dura ótimos quarenta anos... Milie tornou-se para mim um verdadeiro irmão e cúmplice, a quem agradeço por tudo que aprendi e aprendo com sua inteligência e generosidade.

“Na sobremesa da vida” acaba de estrear no Teatro dos Quatro. Baseado na biografia da Coleção Aplauso escrita por Maria Letícia, a grande companheira dele, o espetáculo pinça momentos marcantes da rica trajetória de Emiliano, seus personagens principais na TV, como Stauber, Juca Cipó e Dirceu Borboleta, no teatro e no cinema. O bloco que conta sua experiência em “A Ópera do Malandro” é um dos grandes momentos. Chico Buarque gravou em áudio, especialmente para a montagem, o convite que lhe fez para viver Geni no palco do Ginástico. Depois entra um trecho do vídeo de Emiliano cantando em cena, possesso como Geni.

Ivone Hoffman, Antonio dos Santos e Ana Queiroz multiplicam-se em diversos personagens da vida de Emiliano, cada um melhor do que o outro. Dirigidos por Ernesto Piccolo, eles exibem um desenvolvido senso de detalhe, burilando com riqueza os ingredientes humanos deste banquete. Piccolo recebe comentário de Emiliano no programa da peça: ...“Ele tece com suas mãos de maestro uma teia de sinceridade. O processo se mantém VIVO e a criatividade de Piccolo pulsa para alegria dos que fazem. E assistem.”

Antonio dos Santos, ator também cearense, revela-se no espetáculo, desdobrando-se em 9 personagens com segurança e talento de bicho de teatro. Todas as suas aparições denotam força de intérprete e alegria de representar que, sem dúvida, fazem parte da misteriosa essência do teatro vivo.

Ana Queiroz, neta de Emiliano, estreia nos palcos com sensibilidade de atriz que promete. Compõe com esmero cada personagem, em destaque, a delicadeza da composição da escritora Janete Clair.

Ivone Hoffman é sempre catalisadora, uma verdadeira ladra de cena, no bom sentido, claro. Impossível deslocar a atenção quando ela aparece, tal a forte presença em cena. É intensidade no sagrado ato de interpretar. As cenas da mãe, Donana, são ótimas mas a cena final comove de verdade.

NA SOBREMESA DA VIDA

Quintas às 17h

Sextas e sábados às 19h

TEATRO DOS QUATRO – Shopping da Gávea


Fotos 1 e 5: Fernando Cezar dos Santos

Foto 2: acervo Bucaneiro

Foto 3: Sergio Barbosa

Foto 4: Guga Melgar


sábado, 11 de agosto de 2012

FLAGRAS DO FACES



O Facebook bomba caleidoscópico e super atual. Dos meus 107 cúmplices, pinço flagrantes que merecem destaque. Saquem só:

O CENTENÁRIO DE JORGE AMADO (1912/2001)



“A vida me deu mais do que pedi e mereci. Não me falta nada. Tenho Zélia e isso me basta” (by Jorge Amado em entrevista ao Estado de São Paulo- 18/8/1996)

Almas que caminham na vida eterna do mar amado...

Postado por Deborah Dumar

A FAMILIA DA ÁGATA DE ‘AVENIDA BRASIL’

A talentosa atriz mirim Ana Karolina da novela “Avenida Brasil” é criada por seus dois pais (o tio e seu companheiro).Quando lhe perguntam como é ser criada por dois homens, a menina responde tranqüila: “Eles têm atitudes normais de pais: educam, repreendem, dão amor, carinho, ajudam quando preciso me arrumar...”

Postado por Bia de Souza compartilhando Destinos que se atraem

O AMOR DE SHEP E JOHN

Este é Shep de 19 anos, sendo carregado nos braços de seu pai no início desta semana no Lago Superior. Shep adormece todas as noites, quando é transportado para dentro do lago, ele está doente e com um dor crônica que o faz sofrer muito, e somente melhora quando John o carrega nos braços desta forma, no lago, só então adormece...

Postado por Chris Grossi compartilhando Direitos dos Animais

NEILA TAVARES CELEBRA NELSON RODRIGUES (1912/1980)

Outro centenário bem festejado é o de Nelson Rodrigues. Foi a melhor deixa para Neila Tavares voltar aos palcos. Demorô. Ao lado da Oráculo Cia de Teatro, Neila celebra o grande autor que tão bem conheceu e dele recebeu peça especialmente escrita -“O Anti-Nelson Rodrigues”.

“Oh, Nelson Rodrigues, que adoráveis criaturas!” está em cartaz na sala Baden Powel, em Copacabana, de quinta a domingo às 20h. Até 1 de setembro. Imperdível.

Postado por Neila Tavares

CAETANO ANO 70

Há exatos 70 anos nascia Caetano Emanuel Viana Telles Veloso em Santo Amaro da Purificação, Bahia.

“eu vi o menino correndo, eu vi o tempo...”

Postado por Vera Vianna compartilhando Chris Rodrigues


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

SAI DE CENA G O R E V I D A L



Um gigante da geração de autores americanos sai de cena aos 86 anos vitimado por uma pneumonia. Trata-se do genial Gore Vidal (1925-2012), polêmico escritor e pensador que influenciou gerações na América e no mundo. Influenciou e incomodou o suficiente na literatura, na política e no comportamento contemporâneo.

Autor de 25 romances, dois livros de memórias e diversos ensaios sobre figuras históricas, Vidal tentou a política, mas nunca se elegeu. Transitou pelas décadas com elegância e sarcasmo desconstruindo, provocando, refletindo e intrigando os conservadores e caretas da hipócrita América. Homossexual declarado, provocou escândalo ao publicar seu primeiro livro "The City and the Pillar" em 1948, acusou Bush, brigou com Truman Capote e Norman Mailer, escreveu uma controversa biografia do presidente Lincoln e tantos outros livros igualmente fascinantes.

O cinema foi sua paixão declarada. Roteirista de “De repente, no último verão” (1959) de Joseph L. Mankiewicz, baseado na peça de seu amigo Tennenssee Williamns, que mistura canibalismo, lobotomia e estupro gay, orgulhava-se de declarar que ‘pegou’ toda geração beat, inclusive Jack Kerouac...

Mas seu grande momento cinematográfico aconteceu quando seu romance “Myra Breckinridge”, filmado genialmente por Michael Sarne em 1970, escandalizou Hollywood e proporcionou à Raquel Welch seu melhor momento na telona. Ao seu lado aparecem no filme a fantástica Mae West (em seu último desempenho) e John Huston.

Vivendo um mundo essencialmente masculino, Vidal abriu uma exceção para a história de Myron, um transsexual que opera e vira Myra (Welch) com a finalidade de acabar com o machismo na América. Assim, ele(a) estupra um garanhão de Hollywood.

A cópia brasileira de “Myra” foi queimada nos anos 70 pela Fox por ter terminado o prazo de validade de exibição, acreditam? Tive o privilégio de assistir esta derradeira exibição na cabine da Fox. É um filme que merece ser visto de novo.


QUEM TEM MEDO DE JOSÉ DIRCEU ?


Os holofotes estão voltados para o julgamento do escândalo apelidado de ‘mensalão’. Que se faça justiça, já era sem tempo...Tem muito angu debaixo desse caroço, tá na cara. Corrupção é pauta diária neste país desde sempre, muitas vezes camuflada e outras, escancarada. Este episódio está sendo anunciado como o maior dos maiores escândalos de corrupção da história contemporânea. Sabe lá o que é isso, sô?

O ex-Ministro da Casa Civil da Presidência da República José Dirceu é apontado como o grande mentor do mega esquema. Afinal, quem é esse perigoso gangster pós-muderno?

Líder estudantil de 1969, Dirceu foi deportado para o México, com mais 14 presos políticos em troca do embaixador norte americano Charles Elbrik. Depois de exilado, voltou na Anistia e ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores em 1980; elegeu-se Deputado Estadual, Deputado Federal, até chegar a Ministro da Casa Civil, de 2003 a 2005, quando...deixou o governo acusado por Roberto Jefferson de ser o cabeça da grande patifaria de compra de votos, desvio de dinheiro, etc...

Sob acusação de corrupção ativa e formação de quadrilha (peculato não, viu William Bonner?), ele é o protagonista do imbróglio, um ‘maluco perigoso’ de alto grau de periculosidade. (sic) Desejo sinceramente que seja esclarecido o fato, pois não acredito nesta culpabilidade que o acusam. Tamu junto para descobrir as intrigas palacianas que cercam toda essa história, estou de ‘tocaia no asfalto’ com a minha luneta prateada bem focada e bem afiada. E você?

Remanescente do ‘poder jovem’, creio que “a juventude não permite que ninguém desconfie dela”, disse Buchnner um dia...


NA ESTRADA COM FÉ


Acaba de chegar nas prateleiras do país o livro “Fé na estrada” de Dodô Azevedo, lançamento da Editora Casa da Palavra, inspirado no clássico da literatura beat “On the road” de Jack Kerouac. A ideia do autor foi refazer a rota traçada por Kerouac a mais de 60 anos atrás, atravessando a costa oeste norte-americana em busca de identificações com os beatniks de outrora. Para tanto, ele saiu do Brasil em 2003, pós-ataque às torres gêmeas, em plena era – decadente e - terminal de Bush, em momento delicado para o povo americano, quando ele tentava recuperar a autoestima e crença no país.

Dodô faz uma narrativa impactante e libertária ao percorrer tempos tão diferentes daqueles anos 1950, e consegue, com o suor do seu talento de escritor, trazer para o século 21 o espírito transgressor que a obra original foi consagrada. Não, os beatniks não existem mais, mas sua alma está nas entrelinhas de cada uma das 300 páginas que escreveu na estrada. E com fé.

O carioca Luiz Fernando Azevedo, ou Dodô Azevedo, jornalista, professor de literatura e filosofia, músico e DJ, teve uma ideia que ninguém até então teve, se aventurando e investindo sem lenço, sem documento e em inglês macarrônico na captura de uma identidade que parecia inexistente. O próprio Dodô é o beatnik legítimo de sua procura.

O cineasta Walter Salles, que rodou “Na estrada” e estreou seu filme recentemente no Brasil, escreveu o prefácio, dando aval ao corajoso projeto de Dodô. Trecho:

“...O livro que resulta dessa busca, Fé na estrada, impacta pela liberdade com que é narrado. Impacta, também, pelo frescor e honestidade com que a busca da herança de Kerouac e dos poetas impuros de sua geração é relatada ao leitor. Não há saudosismo nas páginas de Fé na estrada. O livro é um relato vivo e urgente da América contemporânea, um país feito de pulsões contraditórias, que Dodô “ama e odeia” ao mesmo tempo... Essa viagem inconformista, bem-humorada, deixa o gosto inusitado de uma aventura vivida a pleno, sem concessões...”