segunda-feira, 16 de julho de 2012

CAFOFO DA POESIA - 15 -


ZÉ KLEBER (1932-1988), ou José Kleber Martins Cruz, nascido em Paraty, é o poeta maior da histórica cidade que amou, defendeu e celebrou. Poeta, ator, escritor e compositor,  compôs dezenas de canções populares e o hino “Tudo isso é Paraty”.Gravou disco na década de 60 cantando suas composições com capa de Djanira, amiga e vizinha. Em 1968 recebeu o Premio Nacional de Poesia. Poeta brilhante, começou a publicar seus poemas quando defendeu os interesses dos pescadores da Praia do Sono, título de seu primeiro livro (Ed.São José, 1955).

Como  ator atuou em dezenas de filmes rodados em Paraty, desde os de Nelson Pereira dos Santos até os curtas e longas assinados por seu amigo Luiz Carlos Lacerda: “O princípio do prazer”, “Dor secreta” e “Mãos vazias”, este, protagonizando ao lado de Leila Diniz.


Em protesto contra a construção de usinas nucleares na Costa Verde, poetou  :

Na Costa Verde os dragões

perderam olhos buscando o poço.

Nenhum deus manso soube o mago,

para ser por encanto igual dragão,

ou aprofundar-se nesses olhos,

em busca de um pouso, quiçá perdido,

e as naus singraram silêncios sobre o mar,

para que nenhuma fera ouvisse o ruído.

No fundo fosso por eles escolhido

arde o fogo das hostes submarinas

e  uma língua de ponta radioativa

perfura olhos de afogados.

Os deuses-magos espiam nossa era,

mas  ninguém sabe do covil das feras.”



5 comentários:

  1. Forte a poesia dele! Saudades bjs
    Vera Vianna

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  2. Sua fama em Parati é enorme. Pude constatar diversas vezes que estive por lá.Um amigo me falou da exposição que tem sobre ele.Queria conhecer seus livros,a gente vê logo que se trata de umm poeta de verdade. Lita Paes Leme

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  3. Este é poeta de verdade. Gostei, Cadu

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  4. Existe um centro cultural com o seu nome em Parati.Conheci um coral cantando as suas músicas eram lindas. Todo mundo cantava e conhecia. José Kleber é querido e um baluarte da cultura de Parati. Pedro Sennes

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  5. Não compreendo que até hoje a Flip não tenha reverenciado Kleber. Aliás eu sei de vários escritores locais que só conseguem se manifestar se infiltrando sem aparecerem na programação oficial da feira.Fica o meu protesto: Elisabeth Vianna

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