Tal qual aquela menina que vem e que passa num doce balanço a caminho do mar, um turbinado Teatro Ipanema renasceu na semana passada em três noites memoráveis: Corpo dourado, Doce balanço e o Seu requebrado, reunindo artistas do nosso primeiro time em ritmo de maratona muito bem orquestrada pelo diretor Hamilton Vaz Pereira.
Estive lá na segunda noite – Doce balanço – e a emoção me pegou de verdade. Não tinha como fugir das lembranças que estavam lá adormecidas, mas maturadas, no velho coração de um corsário... Entrei e viajei na maionese, lembrando a primeira vez que ali adentrei, em 1968, para fazer a cobertura da inauguração do espaço para o Jornal de Ipanema. A empatia foi tão forte que lá fiquei como divulgador por seis anos seguidos.
A primeira convidada da noite, Louise Cardoso foi apresentada pelo mestre de cerimônias Hamilton Vaz como uma querida amiga dos tempos do Tablado. Clara como Clara, ela estava absoluta representando Maria Clara Machado no Ipanema, que para o teatro de Rubens-Ivan-Leyla escreveu especialmente a peça “Aprendiz de feiticeiro”.E lá também apresentou seu texto mais conhecido, “Pluft, o fantasminha”, que Louise interpretou por duas vezes: como Pluft e como a Mãe-fantasma. Foi momento de elevação e alegria quando disse trecho da peça com aquela leveza e carisma habituais. Aplausos sem fim no final.
É difícil sintetizar tanta emoção ao rever colegas queridos como Jorginho de Carvalho, Angel Vianna, Ivone Hoffman, Sergio Fonta e outros. Hélio Eichbauer foi encarregado de falar sobre José Vicente, o autor brasileiro mais representado naquele palco. Com elegância e sinceridade, um cara totalmente zen, ele fez um apanhado muito bem escrito e pesquisado sobre o Zé Vicente, deixando a platéia literalmente encantada.
Tudo era mágico e belo naquela noite. Andréa Beltrão, sempre radiosa, e Débora Bloch leram trechos de “A chave das Minas”; Angel Vianna homenageou seus queridos Klaus e Rainer Vianna com movimentos corporais emocionados e precisos. Hamilton Vaz montou a leitura de “Hoje é dia de rock” reunindo atores do “Asdrúbal trouxe o trombone” (Luiz Fernando Guimarães, Nina de Pádua, Evandro Mesquita, Perfeito Fortuna, Regina Casé) com atores do elenco original da consagrada montagem de 1971: Ivone Hoffman, Maria Esmeralda, David Pinheiro e Alexandre Lambert.
Na platéia, o prefeito Eduardo Paes, sentado ao lado de Cacá Diegues e Leonel Kaz, era saudado por todos pelo resgate da Prefeitura do Rio do teatro mais charmoso que a zona sul da cidade já teve.
Teatro Ipanema: um novo tempo vai começar. De novo!
Grandes recordações, quando Ipanema era só felicidade!
ResponderExcluirVera Vianna
Salvar o Ipanema sinaliza saúde na cultura.Aplausos! Tao
ResponderExcluirEu sei como é esses momentos de pura viagem ao passado.É um troco que a gente recebe do quanto investimos na etapa da nossa juventude, afinal somos do exército do Surf ou não somos???rsrsBerê
ResponderExcluirO teatro carioca está de parabéns com a volta do Ipanema. Estou torcendo principalmente para que o alto nível de programação que ali foi implantado por seus fundadores seja mantido.Salve !!
ResponderExcluirProfessora Maria Helena Vieira Brandão, Niterói
Querido Luis Sergio, achei lindo tudo que escreveu do Ipanema e muito bem documentado. Adorei que botou a minha foto. O carinho da velha amiga, Louise
ResponderExcluirA prefeitura ia dar o nome de Paulo Gracindo mas voltou atrás porque muita gente chiou. Não seria o caso de colocar o nome de Rubens Correia?
ResponderExcluirEva de Oliveira