Com este sorriso super cativante, ZELIA HOFFMAN (1924-2007) marcou uma época de ouro na vida cultural do Rio de Janeiro.Elegante, bela e muito charmosa, ela foi modelo, vedete e atriz do teatro de revista, de shows de boate, da televisão e do cinema, e personalidade da vida social da cidade, onde brilhou como promote; e também destacou-se como desfilante de fantasias do célebre Baile de Carnaval do Teatro Municipal, obtendo o primeiro lugar diversas vezes.
Nascida em
Vila Isabel , Zélia Bittencourt Ribeiro tornou-se logo figura
de destaque do Salgueiro nos primeiros contatos com o universo do carnaval
carioca. Em 1963, recusou-se a vestir a
fantasia de Xica da Silva, o tema vitorioso da Escola daquele ano, por achá-la pesada, o que deu
oportunidade à Isabel Valença, mulher do
presidente Osmar Valença, de se tornar a
maior figura feminina do Salgueiro.
Casada com o empresário Sylvio Hoffmnan, ganhou não só o
sobrenome, mas o posto de relações públicas do Restaurante La Fiorentina , no Leme, o point dos artistas do Rio, e, segundo a
imprensa da época, tornou-se musa da cidade por sua presença sedutora e envolvente que atraía a classe
artística...
Fundado em 1957, diz-se que Sylvio Hoffman levou seu amigo
Pablo Picasso ao restaurante e por ter assinado seu nome em guardanapo, Hoffman
vendeu o autógrafo e pôde se tornar o proprietário único na sociedade. As
colunas com autógrafos das celebridades que passaram por lá reúnem nomes
eternos que vão desde Pelé, Bibi Ferreira, Rock Hudson, Linda Batista, Jece
Valadão e Leila Diniz até Ney Latorraca, Clara Nunes, Ary Barroso, Claudia Raia
e tantos e tantos...
Como figura bem
relacionada na Alta Sociedade (ela foi amiga da milionária Dana de Teffé, assassinada nos anos 1950 no
famoso Crime do Sacopã), ZELIA HOFFMAN
desfilou fantasias de luxo no concurso
do Teatro Municipal, ao lado de Clóvis Bornay, Wilza Carla, Evandro de Castro
Lima, Mauro Rosas e Marlene Paiva. Em 1958, tirou o primeiro lugar com a fantasia
Bela Otero, e saiu na capa da revista Manchete.
Foi na TV Rio que brilhou em programas humorísticos
antológicos, tipo “O riso é o limite”, “Chico Anysio Show”, “Teatro
Psicodélico”, “Noite de Gala”, “Moacyr Franco Show” e “Noites cariocas”. Neste,
ela era a Zazá do delicioso quadro de cabeleireiro protagonizado por Antonio
Carlos:
”Eu sou Zazá do Joá, eu sou Zezé que não quer, eu sou Zizi,...Eu sou Zozó, maior!”, ao lado de Sandra Sandré, Isa Rosdrigues e Rose Rondelli. E também cantava e dançava no quadro principal de “Noites Cariocas”, o “Café Bola Branca” de Haroldo Barbosa.
Com Moacyr Franco (foto), levava uma cantada do motorista de táxi malandro e tarado, em quadro histórico:
”Eu sou Zazá do Joá, eu sou Zezé que não quer, eu sou Zizi,...Eu sou Zozó, maior!”, ao lado de Sandra Sandré, Isa Rosdrigues e Rose Rondelli. E também cantava e dançava no quadro principal de “Noites Cariocas”, o “Café Bola Branca” de Haroldo Barbosa.
Com Moacyr Franco (foto), levava uma cantada do motorista de táxi malandro e tarado, em quadro histórico:
“A viatura tá aí, não custou nem
cinco nem dez conto.Vamos? ...”
ZELIA ganhou popularidade na época com o primeiro personagem
de sucesso de Chico Anysio, o Coronel Limoeiro, em “Chico Anysio Show”.Em 1963,
este foi o programa que celebrou com entusiasmo a chegada do mágico vídeo-tape,
recurso que possibilitou o genial comediante contracenar consigo e criar a sua melhor galeria de tipos.
E ela era a Maria Teresa, que jurava fidelidade para o marido, um poderoso coronel machista traído pela mulher leviana e aprontadora. ZELIA tirava partido com a elegância de sempre. O sucesso da dupla foi tão grande que os dois tornaram-se na época motivo de comentários nas esquinas da vida, inclusive, associando-os a um político conhecido e sua mulher...
E ela era a Maria Teresa, que jurava fidelidade para o marido, um poderoso coronel machista traído pela mulher leviana e aprontadora. ZELIA tirava partido com a elegância de sempre. O sucesso da dupla foi tão grande que os dois tornaram-se na época motivo de comentários nas esquinas da vida, inclusive, associando-os a um político conhecido e sua mulher...
“Maria Tereeesa, quer
dizer que continuas a mesma?!” Era o bordão.
No final da década de 50, a TV Rio ocupava um prestígio enorme no
panorama televisivo carioca, apresentando uma programação estilosa de alto nível sob o comando de Walter Clark (e também
de Boni), amparada por um cast de primeira.
Foi nesse momento que a TV Excelsior, pronta para ser inaugurada, assaltou o
canal 13, varrendo todo o seu elenco pelo dobro dos salários. Atores, comediantes,
bailarinos, redatores, diretores, técnicos e produtores musicais debandaram. A
emissora ficou pelada da noite pro dia. Iniciou assim a era Excelsior, que
duraria 10 anos
Pelas mãos do empresário Wallace Simonsen, a televisão brasileira ganhou ares industriais,
e pela primeira foi usado o sistema de rede. Os programas de humor plantados
pela Tupi e pela Rio, tornaram-se luxuosos
musicais humorísticos que brincavam com a Broadway, com os musicais do
cinema americano e as comédias da Atlântida e Herbert Richers.
“A cidade se
diverte”, “My fair Show”, “A Grande Revista”, “Viva o Vovô Deville” e...“Times
Square”, este o maior programa de todos. Dirigido por Carlos Manga e Paulo
Celestino, e feito ao vivo do auditório de Ipanema (Cine Astória), o musical trouxe
a magia dos musicais para a telinha - ainda preta &; branca - com molho
carioca ao sabor da fantástica trilha musical de João Roberto Kelly. Agora
nossos artistas também cantavam e dançavam além de esquetes e piadas.
“Samba de branco tem
conta no banco, tem Cadilac, mordomo e chofer. Samba de branco não é um qualquer, mas também mas também tem
mulher!”
“Samba de branco” era o famoso quadro final , primo rico do pioneiro
Café Bola Branca. Dez comediantes tarimbados participavam: Hamilton Ferreira e Lilian Fernandes, Daniel
Filho e Dorinha Duval, Waldir Maia e Isa Rodrigues, Paulo Celestino e ZELIA
HOFFMAN. Um tanto o quanto racista, o grupo elitista de smoking e soirée torcia
o nariz quando chegavam Aizita Nascimento e Grande Otelo trazendo o samba do
morro.:“Ih, lá vem crioulo!”No final,
todos sambavam e dançavam coreografia
frenética, proclamando a integração geral e irrestrita.
“Samba de branco não é um qualquer mas também mas também...
“Samba de branco não é um qualquer mas também mas também...
Mas também tem
mulheeeer! Oba!”
Na filmografia da atriz,
mais de dez filmes rodados. O primeiro foi “No mundo da lua” (1958), o
segundo que Roberto Farias dirigiu. Entre os principais, “As 7 Evas”, “Sangue
na madrugada”, “Se meu dólar falasse”, “Soninha toda pura”, “Nós, os canalhas”
e “Varão de Ipanema”. Em 1970, atuou no último filme de Adhemar Gonzaga,
“Salário mínimo”.
Com seu amigo Carlos Manga fez um grande sucesso de
bilheteria estrelado por Oscarito: “Pintando o Sete”.Na pele de um falso
pintor, Picanssô, ele vende seus quadros e ainda conquista os corações de Sonia
Mamede, Maria Pétar, Ilka Soares e ZELIA HOFFMAN.
Conheci ZELIA nos anos 70 através de Rose Rondelli, sua
grande amiga.Era uma pessoa muito leve, agradável e de bem com a vida. Não
tinha mágoas. Gostava de sair, de estar com as pessoas.E gostava de cantar,
especialmente Cole Porter. Em um pub em Copacabana fez temporada
descompromissada, pelo simples prazer de cantar.
Ela e Rose adoravam lembrar os tempos da TV Rio, quando tinha um Cadillac conversível amarelo, já pensou? E passeavam pela Avenida Atlântica seguidas por bando de gaviões e transviados...
Era comum para elas, dar um tibum no mar do Posto 6, antes dos ensaios dos programas.
Ela e Rose adoravam lembrar os tempos da TV Rio, quando tinha um Cadillac conversível amarelo, já pensou? E passeavam pela Avenida Atlântica seguidas por bando de gaviões e transviados...
Era comum para elas, dar um tibum no mar do Posto 6, antes dos ensaios dos programas.
Vedete na vida, ZELIA HOFFMAN era um show de mulher.
Parabéns pela lembrança. Zelia era uma unanimidade ncaional Ela foi a PAlegre nos anos 60 para inauguração da TVPiratini e parou a cidade, lançou moda e ganhou uma fã para todo o sempre, uma mocinha .que queria ser artista de tv e teatro. adivinha quem?
ResponderExcluirConheci no carnaval em Copacabana anos 80 fomos na banda de Ipanema juntos era a simpatia em forma humana.
ExcluirEla se apresentava com uma classe que era inconfundível...mas faz falta hoje em dia.com essas mulheres improvisadas que não sabem se comportar na TV e nem falar e nem ter postura na frente da camera.Deixou saudade e a homenagem é merecidissma. Palmas! Selena
ResponderExcluirBela lembrança Luis, e está ótima a matéria. A Zélia era um ícone para os meninos daquele final de anos 50 e inicio dos 60.
ResponderExcluirHá quantos anos não ouvia falar de Zelia Hofman. Que maravilha de homenagem.Me lembro muito dela e de todos os que voce fala. É uma pena que as novas gerações nunca tiveram contato com artistas maravilhosos como ela eles fazem muita falta. Parabéns Bucaneiro Prateado.
ResponderExcluirLita Paes Leme
Saudade da Zélia, de toda essa época. Cadê os sobreviventes? Que tal uma entrevista com a Maninha? Tenho pensado tanto nela...
ResponderExcluirBj, Tania Lóes
-via email-
Muito boa. Aproveitei e me atualizei com as noticias do Bucanero.
ResponderExcluirBeijosss
Ana Maria Santeiro
-via email-
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParabéns querido! Mais uma cronica para se reler e guardar! Saudosa Zelia Hoffman!
ResponderExcluirZélia Hoffman estrelou, foi um ícone. Pena que o final da sua vida tenha sido melancólico. Parabéns Luís Sérgio por relembrar essas pessoas que marcaram época. Concordo com a Tania Lóes, que a Maninha (garota propaganda de muito sucesso) deva ser lembrada. Também pensei na Maria da Glória, outra garota propaganda que marcou época na Tupi.
ResponderExcluirO DELICIOSO "BUCANEIRO PRATEADO", CRIAÇÃO DO Luis Sergio Lima e Silva, ESTÁ MARAVILHOSO COM A HOMENAGEM À ZELIA HOFFMAN. BRAVO LUIS SERGIO. A GENTE TEM MEMÓRIA SIM!!!
ResponderExcluirCLAUDIO GONZAGA
Publicado no Facebook-
Beleza de materia Luis.... adorei as fotos da epoca.
ResponderExcluircom todo o carinho do velho ator emiliano queiroz
ResponderExcluirSerginho, meu amado Bucaneiro, que bonito trabalho vc. faz! Não deixa que nosas histórias e de nossas atrizes, e atores, as vezes tão relegados ao esquecimento, se perca. Linda homenagembjjjs
ResponderExcluirVera Vianna
Eu conheci Zelia Hofman na noite de Copacabana cantando musica americana. Na segunda vez levei flores para ela porque ela era uma flor delicada. Que bom rever uma pessoa tão bonita que deixou histórias.Minha amiga Lita me recomendou bem, obrigado de verdade Celmar Mesquita
ResponderExcluirÉ parente da ministra Gleici? Elas se parecem. Nunca tinha ouvido falar dela. Gostei de tomar conhecimento, é muito bonita, obrigada
ResponderExcluirLuli
Lembro-me muito dela como a Maria Teresa do Coronel João Pessoa do Limoeiro. Uma beleza natural, discreta.
ResponderExcluirAdorei também a citação dos programas imperdíveis da época, como Times Square e Viva Vovô de Ville, no qual havia um quadro, o Coral dos Bigodudos, que sempre me matava de rir. Hamilton Ferreira era o regente e tinha muita gente boa lá, como Castrinho, Ary Leite, Paulo Celestino, entre outros. Muito obrigado. Ô vida maravilhosa!
Tim Tim Tiririm Tim Tim (bis)
ExcluirPeguei, soltei, chacoalhei, guardei
Tornei pegar, chacoalhar, guardar
Tornei guardar em outro lugar, ô o o o...
Vida minha...
Excelente o seu blog. Fica difícil a gente encontrar essas figuras todas, coisas da TV Rio, Tupi, Excelcior, figuras queridas como Zélia Hoffman, Isis Rodrigues, Wanda Moreno, Sandra Sandré... Muito legal manter essas memórias...
ResponderExcluirEstou atrás de umas fotos antigas de Liliane Conde, bailarina que dançou na TV Rio, e depois na Jovem Guarda. Eu tinha uma foto linda dela na praia de Copacabana, posando bonito, na antiga revista Show da Noite. Mas acabaram jogando fora aqui em casa, veja você.
Se puder me ajudar a reencontrar isto, eu adoraria.
De todo modo, parabéns! E obrigado por lembranças tão bacanas.
Abs,
Marco Antônio Coutinlho
Esta revista e outras estão disponivel no site da Biblioteca Nacional. www.bn.com.br
ResponderExcluirObrigado, vou checar lá!
ResponderExcluirSempre adorei ver as lindas vedetes era garoto nessa época 8 anos de idade.Infelizmente fui conhecer a Zelia pessoalmente no Retiro dos Artistas ela e Iza Rodrigues
ResponderExcluirParabéns por essas eternas lembranças.
ResponderExcluirConheci a Zélia pessoalmente no carnaval, ela Sônia Mamede , Iris Bruzzi etc digo sem medo de errar hoje não existe mais mulher assim.
ResponderExcluirConheci no carnaval anos 80 em Copacabana fomos na banda de Ipanema uma das pessoas mais simpáticas que conheci linda por fora e por dentro.
ResponderExcluirBoa tarde!
ResponderExcluirMeu nome é Pedro Varanda, pesquiso sobre Sylvio Hoffmann.
Gostaria de saber se Zélia Hoffmann (atriz) foi esposa do jogador Sylvio Hoffmann, e este campeão carioca pelo Botafogo em 1935. Gostaria tbm de saber, por gentileza e se possível, o nome completo da Zélia e aí talvez concluo o (s) sobrenome (s) do Sylvio Hoffmann.
Desde já agradeço
Abraço
Pedro Varanda
sim zelia foi esposa do sylvio hoffmann
ResponderExcluirEu era um menino ainda e já era apaixonado por ela. Uma vez eu estava sonhando com ela e já era de manhã. Acordei com a luz do dia, entrei no guarda-roupa e fechei a porta, na esperança de continuar o sonho. Infelizmente não deu certo, rsrsrsrs.
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