A PARTIDA DE ERICO

Pegou todo mundo de surpresa, uma surpresa triste, tão sem sentido quanto inesperada.
O ator, diretor e pintor ERICO DE FREITAS cumpriu rito de passagem, saindo de cena tão discretamente quanto viveu. Depois de um mês internado com pneumonia, foi vencido e... libertado, no sentido mais profundo. Mas a gente nunca aceita o término de um contrato, o prazo de validade vencido, inevitável momento de todos nós.

No perfil do seu Orkut, ele escreveu, opinou, se colocou. Em religião, autodefine-se como agnóstico. Paixões: em primeiro lugar o teatro, seguido do cinema e a música brasileira - popular e clássica. E nomina algumas paixões: Cacilda Becker, Guignard, Aleijadinho, Fernando Pessoa, Drummond, Manoel Bandeira, Sonia Mamede e Van Gogh. Música brasileira preferida é “Ultimo Desejo” de Noel Rosa e americana, “My Funny Valentine”, cantada por Chet Baker.

Na seqüência, suas colocações pessoais.

q u e m s o u e u

não gosto de me definir, porque quando escolho dizer que sou isto, sei que estou faltando com a verdade. sou também o oposto disto e todo o caminho entre um e outro, pelo menos em possibilidades.
protestei nas passeatas, fui hippie, fiz análise freudiana, acreditei e desacreditei em deus várias vezes, amei e desamei, trabalhei, viajei, tive a sorte de conhecer gente maravilhosa, a maioria nem tanto, nunca pertenci a nenhuma religião ou partido político, mas sempre lutei por uma vida melhor.

Em cena na peça “O Capeta em Caruaru” de Aldomar Conrado

O BUCANEIRO divide com os amigos, a família escolhida, a dor de sua partida.
Nesta segunda feira, uma missa comunitária será celebrada em memória do querido Erico. Queremos nos encontrar para juntos, mostrarmos a Fé da amizade, que sempre cercou todos nós a esta doce figura, elegante, brilhante e sensível.


MISSA DE SÉTIMO DIA
Segunda feira, dia 28, às 18h
Igreja de São Paulo Apóstolo (Copacabana)

Descansa, príncipe.



Mais Erico de Freitas: A Estrada de Erico de Freitas, recorte publicado em Agosto de 2009