Original e cheio dos talentos, ele está na batalha há algum tempo, dia a dia conquistando seu lugar ao sol, e agora chegou a sua hora. Nas lojas, o terceiro CD (Biscoito Fino), enquanto faz turnê pela França e Itália.
NA CABEÇA está saindo do forno com voz e violões entre clássicos e inéditas. Em julho, dias 10 e 11, show de lançamento na Caixa Cultural. Na retaguarda, Maria Braga.
A seguir o release escrito por Julio Moura, diz bem a que veio.
NA CABEÇA de Marcos Sacramento circulam músicas em profusão. Não bastassem mais de um milhão de melodias – que a todo momento invadem a mente do cantor e se metabolizam via pulmões, diafragma e garganta – Sacramento mora no alto do mais musical dos redutos cariocas, a Lapa.
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O CD
De Santa Teresa para o estúdio da Biscoito Fino, Marcos tinha 12 canções na mão e uma idéia na cabeça: reunir três dos principais representantes da recente safra do violão brasileiro: Zé Paulo Becker, Luis Flavio Alcofra (violões de 6) e Rogério Caetano (violão de 7 cordas). Todos ao mesmo tempo e sempre, sob produção e direção musical de Carlos Fuchs.
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REPERTÓRIO
Na Cabeça abre o repertório e, de quebra, dá título ao álbum. Com melodia de Luis Flavio Alcofra e poesia de Sacramento, surge uma música capaz de revirar de ponta-cabeça os conceitos de quem cisma em decretar o fim da canção popular. Sem agonizar nem morrer, ela se retorce, invasiva, por esse samba que teima em jamais emudecer.
Além da faixa-título, Luis Flavio contribui com mais duas composições inéditas. Calúnia é um samba ao sabor dos melhores formatadores do gênero. Pavio, com letra de Sergio Natureza, se indigna sem perder a ternura para explodir o que não estiver direito na cidade de maravilhar. “Sergio escreveu este poema de esperança para o Rio, musicado pelo Luiz Flavio. Ele me disse que o fez pensando no Paulinho da Viola. Tenho orgulho de lançar esta canção”, celebra Sacramento.
Uma das melhores mostras de que a música brasileira tem encontrado quem a renove e a abasteça com novas idéias é Canto de quero mais, música de Zé Paulo Becker e letra de Moyses Marques. O arranjo de Becker e a interpretação irrepreensível de Sacramento, sobre a melodia sinuosa que se tatua nos ouvidos, provam ser possível ganhar em popularidade sem abstrair da elaboração.
Se o canto nos invade como “auxílio para qualquer bom astral”, Um samba, de Sacramento e Carlos Fuchs – lançada no disco “Fossa Nova”, feito pela dupla em 2006 - valerá também para tempos de dor e tristeza: para cada entardecer deve haver um samba.
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“Já está na hora de sair do underground” incitam os versos de Dia santo também, do compositor paulista Paulo Padilha, garimpada entre as centenas de músicas mostradas a Marcos por Sérgio Natureza e Valfredo Guida na pesquisa do repertório. Metáfora adequada para aqueles que perseveram em sua arte, desenvolvendo-a minuciosamente ao longo de suas trajetórias, até que o grande público a abrace e a incorpore.
Onde é que esse mainstream anda mesmo com a cabeça?
Outra canção daquelas de figurar em listas de dez mais do ano é Morena, com música de Mauricio Carrilho e letra de Paulo César Pinheiro, gravada por Sacramento em seu primeiro disco, “Modernidade da Tradição” (1995) – produzido pelo também violonista Mauricio Carrilho. Na atual gravação, o arranjo é de Zé Paulo Becker.
Fala Sacramento: “o violão sempre esteve presente em meus discos. “Na Cabeça” é a síntese da idéia que procurei passar em todos os meus trabalhos anteriores. É possível que este álbum encerre um ciclo acústico, que inclui também “Memorável Samba” (2004) e “Sacramentos” (2006)”.
Se os trabalhos de Sacramento costumam fundamentar-se no samba e seus congêneres, o cantor desta vez inclui um bolero mexicano em seu quebra-cabeça. Prisioneiro do mar (Arcaraz – Marcotte – Cortazar, em versão de Galvez Morales), sucesso do Trio Irakitan, ganha contornos de um Brasil virtuosamente rural no arranjo de Rogério Caetano:
“Rogério vem do Brasil central, traz uma informação musical muito grande de lá. Escutei ele dedilhando o violão na van, durante uma excursão. Parecia uma guarania, um bolero. Pedi que ele a cantasse e me apaixonei pela música”, afirma Sacramento, sem tempo para papo-cabeça.
Na linha dos clássicos da cabeça aos pés, um Noel Rosa (Último desejo), um Cartola (Sim), um J. Cascata (Minha palhoça). O álbum se encerra com um samba de Chico Buarque, A Rosa, em versão demolidora. “Depois do que os violões fizeram nesta música, não haveria mais nada a dizer”, reverencia o cantor.
Lá no alto de Santa Teresa, impõe-se um universo sem desencanto formado por uma voz e três violões. Embaixo, uma cabeçada liberta de manuais e preconceitos estéticos movimenta-se entre diversas possibilidades sonoras. As poucas coisas de que um artista dispõe lhe bastam, quando ele sabe enriquecê-la de significados.
Mas pra que filosofia com esse samba todo na cabeça?
Linkando abaixo, ouça 2 faixas:
“Na Cabeça” e “Um Samba”.
http://www.myspace.com/marcossacramento
Ah, você pode escutar todo o CD na Rádio UOL: http://beta.radio.uol.com.br/
Fotos: Edu Monteiro/Fotonauta
Texto Release: Julio Moura
Contato: mariabraga@marcossacramento.com.br
Site: http://www.marcossacramento.com.br/
Fui levada por uma amiga ao Rival para assistir show dele. Saí de lá apaixonada, ele é um artista incrível, tem um suingue é sexy e com músicos maravilhosos.Fiquei fã total.
ResponderExcluirAdelaide Monteiro
tá na hora dele sair do undergrund mesmo. É um grande cantor!! Acompanho e adoro
ResponderExcluircarol cavernosa