GALERIA LETRA E MÚSICA

A dupla LUIS REIS-HAROLDO BARBOSA celebra o encontro de dois inspirados compositores da mpb: LUIS REIS (1926-1980), maranhense que adotou o Rio de Janeiro como sua cidade, e onde pontificou como um dos criadores do Sambalanço na noite carioca dos anos 60. É o “Cabeleira”, como era chamado, e que também compôs belíssimas melodias do cancioneiro contemporâneo. HAROLDO BARBOSA (1915-1979), carioca de Laranjeiras, é patrimonio do rádio, da música e da televisão, por onde passou deixou rastro de talento, originalidade e, por que não, de genialidade.

A parceria rendeu títulos memoráveis, como “Nossos momentos” (momentos são iguais aqueles em que eu te amei...) “Devagar com a louça”, “Palhaçada”, “Canção da manhã feliz” (luminosa manhã, porque tanta luz?) , “Tudo é magnífíco”, “Só vou de mulher” e “Meu nome é ninguém”, entre outros. Eles produziram canções que alavancaram o repertório de grandes cantores como Eliseth Cardoso, Altemar Dutra, Doris Monteiro e Miltinho.

“Meu nome é ninguém” (1962), virou sucesso de vendagem e recorde de listar a parada de sucessos da época, na criação inconfundível de MILTINHO.
A letra narra o encontro de um casal apaixonado, aquele que se encaixa muito bem, quando a lâmpada apaga e “vem a ânsia louca incontida do amor”... No imaginário de quem viaja na maionese fica a sujesta do momento do gozo pleno quando se fica numa zona confortável e deliciosa, e onde alguém vira... ninguém. Saquem só:

Meu nome é ninguém
de Luis Reis e Haroldo Barbosa

Foi assim
A lâmpada apagou
A vista escureceu
Um beijo então se deu
E veio a ânsia louca
Incontida do amor

E depois
Daquele beijo então
Foi tanto querer bem
Alguém dizendo a alguém
Meu bem, só meu bem, meu bem...


Nosso céu onde estrelas cantavam
De repente ficou mudo
Foi-se o encanto de tudo
Quem sou eu, quem é você ?

Foi assim
E só Deus sabe quem
Não somos mais alguém
O meu nome é ninguém
E o teu nome também, ninguém!


O GALERIA LETRA E MÚSICA apresenta o clipe da música, dirigido por Ayrton Rocha para o projeto Casa de Samba, e que une duas gerações: ED MOTTA e MILTINHO. E ainda com participação do genial RILDO HORA na gaita (no solo ele brinca com "As times goes by").

MILTINHO, o criador do sucesso, está inteiraço aos oitentinha, cantando com classe, elegância e força de intérprete que o consagraram, e dividindo a música como só ele sabe fazer. Além do gogó de ouro, sua postura em cena é perfeita, até no agradecimento final mostra o verdadeiro artista que é. Ele contracena com um ED MOTTA sensível, aveludado e sincero. É momento romântico e muito especial da nossa Galeria. Deliciem-se.