sábado, 17 de setembro de 2011

O MANO 2PAC



Fazem quinze anos que o rapper Tupac Shakur, o 2Pac, foi assassinado.

Ele nasceu no Bronx, NY, em 16 de junho de 1971, e só viveu 25 anos. É considerado o maior rapper de todos os tempos. Vendeu em vida cerca de 75 milhões de álbuns, e até hoje seus discos póstumos atingem excelente vendagem. A maioria de suas canções fala de como crescer no meio da violência e da miséria nos guetos, do racismo e da igualdade política, econômica, social e racial.

Seus pais, Afeni Shakur e Billy Garland, foram membros ativos dos Panteras Negras, grupo revolucionário americano surgido no final da década de 60 que lutou pelos direitos da população negra. Quando Tupac nasceu sua mãe Afeni tinha acabado de ser absolvida em mais de 150 processos de conspiração contra o governo dos Estados Unidos. Criado nos guetos, viveu de perto um tempo de chapa-quente, quando a raça negra encarava a discriminação e se afirmava na marra.

Jovem, foi ator e bailarino antes de chegar na música. Quando trabalhou como roadie, tornou-se dançarino de Hip-hop, movimento que emergiu em meados da década de 70 nos subúrbios negros e latinos de Nova York e nas comunidades jamaicanas.

O encontro com o Rap foi literalmente a um passo. O Rap, o discurso rítmico com rimas e poesia, é uma vertente do Hip-hop. Pode ser interpretado à capella, bem como com um som musical de fundo, chamado beatbox. Tupac encontrou o caminho certo para o discurso inflamado de sua revolta e contestação. Começou a ser notado quando entrou para o grupo Digital Underground, na música “Some song” (1991), lançando em seguida o primeiro disco-solo : 2Paclypse Now.

Estourou. Consolidou a posição do melhor porta-voz do gênero ao mesmo tempo que tornou-se alvo de diversas ações judiciais. Foi condenado também por abuso sexual, quando ficou preso durante onze meses. Foi libertado pelo diretor executivo da Death Row Records, Suge Knight, que pagou a fiança de U$1,4milhões em troca de assinar contrato com sua gravadora para três álbuns.

Em 7 de setembro de 1996, depois de assistir a uma luta de seu amigo Mike Tysson em Las Vegas, foi atingido por quatro tiros dentro do carro. O assassinato nunca foi esclarecido completamente por falta de provas oficiais. Sua figura polêmica atraía inimigos de diversas facções. Seis dias depois, em 13 de setembro, depois dos médicos tentarem impedir a propagação de uma hemorragia interna, sua mãe Afeni tomou a decisão de mandar desligar os aparelhos.

O corpo de Tupac foi cremado. E fumado. Membros do grupo Outlawz juntaram suas cinzas com maconha e...acenderam o isqueiro! E.D.I. Mean explicou que teve a ideia depois de ouvir um som de Tupac: “Eu tive a ideia. Se você ouvir “Black Jesus”:últimos desejos, manos, fumem as minhas cinzas.” Esse foi um pedido dele. Agora, quão sério ele estava falando a respeito? Nós levamos a sério”.

MUDANÇAS...

Trechos de sua música “Changes” em tradução livre:

Eu não vejo mudanças. Acordo de manhã e me pergunto,

A vida é valiosa? Eu devo me matar?


Os tiras dão a mínima para um negro?

Puxam o gatilho, mata um negro, ele é um herói


Dar crack para as crianças, quem se importa?

Menos uma boca faminta para a assistência social


Nós temos que começar a fazer mudanças...


Nós ainda não estamos preparados para ter um presidente negro, uhh...


Tento mostrar outro caminho,

Mas voce continua no jogo das drogas


...E enquanto eu for negro, tenho que ficar ligado

E nunca descansar


Rata-tat-tat-tat esse é o caminho. Uhh

Algumas coisas nunca mudam

E dando os trâmites por findos, uma dica do Bucaneiro: curtam o primeiro e único site brasileiro totalmente dedicado ao artista, cuja meta é dar uma parcela de contribuição para manter seu legado vivo:

www.2pac.com.br

E agora...sintam a vibração do grande 2Pac em “C H A N G E S”. Ave, mano!

Consultor: José Henrique Ferreira

Pesquisa: www.2pac.com.br


9 comentários:

  1. 2Pac poeta do gueto.
    parabéns L.Sergio


    abraços José Henrique.

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  2. Ele não viveu para ver um presidente negro lá, de qualquer maneira o pensamento dele fica no ar a pergunta,se os negros estão preparados ou não para isso.O que se tem noticiado eu nunca vi nada o que essas comunidades de gueto falarem do Obama,será que calaram a voz do gueto? -Ivo Gonçalves -

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  3. TUPAC
    e sua figura contestadora e sua musica em desespero.Lindo Louis,a quanto tempo não tinha referencias dele.Do velho ator emiliano queiroz.

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  4. Gostei do tratado, ouvi falar do mano;conheço rap no funk. Me falou fundo essa gritação de mudança tá ligado? MC LOKA

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  5. Valeu a lembrança de lembrar o grande mano Tupac.Faltou dizer que a MTV escolheu os 22 melhores Mcs do mundo e ele ganhou em primeiro.A galera votou nele em massa,,eu tamb´wem!!! Val

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  6. O mano tupac é massa. demoro!

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  7. 2Pac sempre será referência mesmo após longos anos após seu conturbado assassinato. Teorias da conspiração a parte, na qual se insere a de que ainda estaria vivo em alusão a uma de suas leituras prediletas, "O Príncipe" de Maquiavel, na qual teria se inspirado a se retirar, ou ficar fora de cena para em momento de maior triunfo retornar (aproveitando as benesses da "virtú"). Resta-nos o grande rapper que refém de seu tempo e de sua geografia tem perdoado seus vacilos em vida, "Changes" e "It´s me against the world" serão sempre parte da minha discoteca básica! Quem quiser pode conferir a história de 2Pac em excelente documentário: "Before I wake" - http://www.youtube.com/watch?v=legh_LtssGI

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  8. Changes é meu hino nacional!!!Beto

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  9. Muito interessante seu comentário, Hugo,tem embasamento e informação flunte, mas a citação ao livro de Maquiavel torna tudo muito mais contextualizado. Valeu! Grato pela presença.

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