terça-feira, 1 de outubro de 2013

CLAUDIO CAVALCANTI



Existe uma máxima no meio artístico que afirma que quando a ‘dona morte’ aparece, sempre arrebanha mais dois juntos, totalizando três de uma vez só...Não foi diferente agora com as partidas de Fernando Pamplona, Oscar Castro Neves e CLAUDIO CAVALCANTI em questão de horas...

CLAUDIO foi daqueles talentos inatos que começou adolescente no TBC e logo em seguida, pelas mãos de Sérgio Britto, adentrou os estúdios da TV Tupi para integrar o elenco do célebre Grande Teatro Tupi. Lembro de tê-lo visto de calças curtas nos arredores da Urca naqueles incríveis anos 50.


Começar assim foi um prenúncio, ele estava fadado ao melhor que a televisão iria lhe proporcionar. No Grande Teatro fez  diversos personagens da literatura universal e dos autores clássicos, contracenando com atores do top de Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg, Aldo de Maio, Isabel Teresa, Zilka Salaberry e Fernando Torres de igual pra igual. Disciplinadíssimo e carismático, conquistou o veículo que engatinhava.

Sua primeira novela na TV Globo foi “Anastácia, a mulher sem destino” (1967) de Emiliano Queiroz e Janete Clair.
Em 1970, estrelou “Irmãos Coragem”. No clássico de Janete Clair, dirigida por Daniel Filho, ele foi um dos três protagonistas do western tupiniquim que alavancou a audiência da emissora. Jerônimo, ele, João, Tarcísio Meira e Duda, Cláudio Marzo montaram cavalos, lutaram e amaram na era da  televisão preto & branco. Estouro de audiência.


Dois anos antes, 1968, despediu-se da Tupi em duas novelas de Mário Brasini, “O segredo de Laura” e “Enquanto houver estrelas”. Na foto, contracena com Neila Tavares, a Mirella protagonista, que era criada como menino, mas que despertou o amor do personagem de CLAUDIO. Sucesso popular.


Foram muitas novelas e casos especiais em que tomou parte na Globo. Destaco “A Viagem” (1994), remake do grande sucesso de Ivany Ribeiro, onde criou um médico espírita, o dr Alberto, com a expressividade e a sensibilidade características de suas atuações. Ao lado de Christiane Torloni, Antonio Fagundes, Ary Fontoura, Tânia Scher e Guilherme Fontes, entre outros, esteve impecável como sempre. Aquelas pausas lindas e interpretação contida, suas marcas.


Fez cinema, atuando em 22 longa-metragens. Até em pornochanchada foi parar, sempre sem preconceitos. A sua cena em uma delas possuindo uma melancia tornou-se antológica no gênero. No teatro, muito amigo de Gláucio Gill, atuou em algumas de suas produções, como em “Os Cangurus” de Ziraldo, no Teatro Santa Rosa, ao lado de Marilia Branco e Vera Vianna.


Seu último trabalho na tv aberta aconteceu em 2011 na novela “Amor e revolução” (SBT) de Thiago Santiago como um revolucionário perseguido e sumido pela ditadura militar, Geraldo Cordeiro. Brilhou.

E sua última aparição no vídeo inédita, foi na série israelense “Be Tipul”, que nos States chama-se “In Treatment” e é estrelada por Gabriel Byrne. No Brasil, através do canal a cabo GNT, ganhou  primeira temporada de sucesso: “Sessão de terapia”. Agora dia 7 próximo estreia a segunda temporada com Zécarlos Machado, Selma Egrei e  Mariana Lima, e que terá CLAUDIO CAVALCANTI vivendo um empresário, Otávio, com Síndrome do Pânico.

Ele disse ao aceitar o convite de Selton Mello, o diretor:
“Eu mereço esse papel. Não posso trair a minha história”.

     
 Além de escritor, poeta, produtor teatral e dublador, CLAUDIO CAVALCANTI foi vereador,  e atualmente estava à frente da Secretaria Especial de Promoção e Defesa dos Animais da Prefeitura do Rio de Janeiro, onde atuou com paixão e humanidade, seu sensível personagem da vida real. Ave!

9 comentários:

  1. Emocionada com esse seu artigo.... Claudio era daquelas pessoas que marcaram minha vida, e embora ultimamente distantes,eu continuava a ter um enorme carinho por ele e respeito pelo seu trabalho e sua carismática personalidade. Como eram muito amigo, ele e Glaucio Gill, tivemos uma época bem próximos e trabalhamos juntos inclusive, por 2 ocasiões. Tinha na véspera ao ver sua foto de página inteira no Jornal O Globo, na chamada do trabalho q. viria a ser seu último, na Série SESSÃO DE TERAPIA, q. adoro, comentado de minha alegria , por vê-lo voltando em grande estilo, dirigido por Selton Mello, a quem rendo homenagens.É amigo... como dizem são as "trapaças da Sorte"..... Obrigada, pela justa homenagem a esse ator tão talentoso.bjsss VERA VIANNA

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  3. Belíssimo artigo. Parbéns, Bucaneiro. Estou também emocionada.

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  4. Sempre me pareceu um artista diferente nas novelas que trabalhou. Ele transmitia paz e tranquilidade quando trabalhava sempre doce. Parecia uma pessoa da nossa familia. Que Deus o abençoe em seu descanso !!! Selena

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  5. Nós temos que estar preparados para reencontar em nivel eterno as pessoas queridas. Rezei por Claudio, cujo primeiros passos somente o Bucaneiro registrou corretamente, mencionando a Tupi da Urca. Ilza Silveira, que se foi precocemente, guiou aquele menino, de quem nos orgulhamos de ter como colega e amigo. Que Deus o tenha em Paz. Almeida Castro

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  6. Acompanhei muitas novelas com ele e me tornei sua fã.Tinha uma voz bonito, jeito calmo de falar e de se expressar falava no coração.Saudades! Lita Paes Leme

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  7. Bela matéria sobre o Cláudio Cavalcante. Justa homenagem com informações importantes, sobre esse ator que sabia tudo de televisão, ele como poucos, dialogava muito bem com as câmeras, um professor de interpretação na TV. Paulo César Soares/Rio

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  8. Luís Sérgio, você tocou fundo!
    João Victorino
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  9. Trilhou uma carreira de sucesso invejável, já esta fazendo muita falta, descanse em paz.
    Anselmo Silva de Andrade
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