quinta-feira, 21 de novembro de 2013

TOMIE OHTAKE FAZ 100 ANOS



A Arte Oriental, em especial a Japonesa, mostra o peso da sua importância nas Artes Plásticas mundiais através dela: TOMIE OHTAKE. Ela é a mais nova Centenária a celebrar o seu nascimento hoje,  nascida em 21 de novembro de 1913, em Kyoto, Japão. Salute!

Desde o início do ano, diversas homenagens pipocam na agenda cultural brasileira, principalmente em São Paulo, cidade que vive desde a chegada em 1936.
Pintora japonesa  naturalizada brasileira, TOMIE tem uma obra espetacular em pinturas, gravuras e esculturas que lhe deram prêmios e consagração internacional.


Quando revelou ao pai aos oito anos que queria ser artista, não recebeu aprovação. E assim segurou seu desejo por muitos anos, precisamente até 1952 quando iniciou-se na pintura com o artista Keisuke  Sugano. Após breve período na arte figurativa, definiu-se pelo abstracionismo, tornando-se  pioneira como Manabu Mabe, Tikashi Fukushima e Rasuo Wakabayashi.


TOMIE conheceu o agrônomo Oshio Ohtake através de seu irmão. Casaram-se e um ano depois nasceu o arquiteto Ruy Ohtake. Em 1944, o segundo filho: o designer Ricardo Ohtake, que hoje preside o Instituto Tomie Ohtake. Sempre rodeada pelos rebentos, ela desenvolveu uma parceria constante em sua monumental obra.


A sua escultura Estrela do mar foi doada pelo extinto estaleiro Ishibrás ao governo do Rio de Janeiro, e ficou instalada de 1985 a 1990 no espelho d’água da Lagoa Rodrigo de Freitas, altura do Parque da Catacumba. Com 20 metros de diâmetro e 17 toneladas, a obra tornou-se polêmica. “-É um polvo, uma flor??” criticavam... Ao  mesmo tempo que agradou o professor Darcy Ribeiro, então vice-governador, foi considerada “sem graça” pelo cronista Rubem Braga. Removida para reforma, a obra desapareceu.

A Estrela do Mar tinha o corpo amarelo, cor que chamou a atenção de TOMIE OHTAKE quando chegou ao país: “Brasil tem sol muito claro. Quando saí do navio, olhei para o céu e senti cheiro de amarelo”, diz a artista.


O Complexo Ohtake Cultural, localizado em Sampa, é um mega empreendimento do Grupo Aché que integra trabalho, cultura e lazer com escritórios, salas de exposição, centro de convenções, auditório, teatro, cinema e restaurante. Arquitetura de vanguarda com formas futuristas no traço autoral do arquiteto Ruy Ohtake, integra o Instituto Tomie Ohtake, que preserva e difunde a obra de TOMIE com tecnologia de ponta do setor da construção.


No início da década de 1960, a Dama das Artes Plásticas, como ela é conhecida, vedava os olhos para pintar, como se buscasse ajustar seu olhar ao ponto cego e a partir daí se engajar na experiência ímpar. São as Pinturas Cegas de TOMIE OHTAKE. Vinte e quatro telas reunidas em expô no Museu de Arte do Rio (MAR) acaba de ser inaugurada. Imperdível.

São obras de formas livres, como um “oceano”, em predomínio de brancos, pretos e cinzas – mas há também o marrom, que remete à cor das primeiras abstrações de TOMIE; o vermelho, azul, verde. Por vezes, é como se víssemos um certo grafismo nos trabalhos, o que é a referencia à formação do desenho (e do ideograma) no Japão da artista.


São Paulo abriga diversas esculturas criadas por ela, cada uma mais surpreendente que a outra. A artista homenageou os 100 anos de imigração japonesa  no Brasil com esta escultura de nove metros de diâmetro instalada no lado externo do Aeroporto de Cumbica.


A impactante tapeçaria foi realizada a convite de Oscar Niemeyer, arquiteto do Memorial da América Latina. TOMIE quis valorizar as curvas da base do auditório, e por isso, pensou no desenho em quatro cores: “Quis manter a unidade plateia-palco-plateia”, disse ela em entrevista publicada no livro Integração das Artes, editado pelo Memorial, em 1990.


São múltiplas  homenagens  em todo o país pelo centenário desta artista única ainda em atividade. O Instituto que leva o seu nome apresenta uma exposição retrospectiva com 60 obras, desde as paisagens que marcaram o início de sua carreira, até as mais recentes pinturas. A exposição chama-se Gesto e Razão Geométrica.

Para o crítico Frederico Morais, ela soube equilibrar a tradição japonesa e a vivência no Brasil: “A arte de  TOMIE nunca foi muito expansiva, excessivamente lírica. É contida, nipônica. A pintura dela é como ela mesma: de poucas palavras”...
 

9 comentários:

  1. Que maravilha uma artista poder comemorar um século de vida e ainda por cima na ativa! Bravos Tomie! Eu implicava com a estrela na Lagoa. Um dia andando a pé eu vi de perto e ela me encantou de tal maneira que me senti integrada a ela.Como ela desapareceu?Não explica direito o ocorrido depois mas ela fez parte da paisagem do Rio. As autoridades que se manifstem.Lita Paes Leme

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  2. Bela homenagem. Obrigada pela dica dessa expoisção dela no MAR. Imperdível mesmo. Parabens pelo texto á altura da homenageada. Bucaneiro sempre esperto!
    Ruth Mezeck
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  3. Bravo!!! Loucapravereaplaudir#
    Melise Maia
    -via Facebook-

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  4. Tomie é uma das grandes impressões das artes plásticas. Acompanhei seu trabalho, e gosto muito! Vc. como sempre, tem belas sacadas nesse Bucaneiro..... bjssss
    Vera Vianna

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  5. Ela é uma Diva! quero ver seus quadros cegos!! obrigado Dalcimar Tavares

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  6. ela é demais.... parabéns Tomie
    Thereza Jorge
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  7. Pena que a comemoração ficou arranhada com esse incendio no Memoria\l de São Paulo e queimou a tapeçaria maravilhosa.. Essa foi lamentavel mesmo!! Selena

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  8. Foi uma fatalidade perder esse painel tão bonito! Que ela possa fazer um novo vamos torcer. É uma artista fantástica. Parabens Tomie.Um abraço.Paulo Mendonça de Barros

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  9. Artista excepcional! Parabéns, Luli

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