domingo, 26 de janeiro de 2014

E O OSCAR VAI PARA...BRUCE DERN !


Ele é o meu favorito para a premiação de Melhor Ator do Oscar 2014 por seu desempenho em “Nebraska” de Alexander Payne, mesmo sem ter visto o filme. E precisa, fala sério?


BRUCE DERN filmou com grandes diretores, desde Elia Kazan (“Rio violento”, 1960), Hitchcock, duas vezes (“Marnie”, 1964 e “Trama Macabra”, 1976), Roger Corman (“Massacre de Chicago, 1967) e Francis Ford Coppola (“Virginia”, 2012), entre outros.

Acompanho sua longa carreira de dez, com admiração. Ele sempre foi para mim ‘um ator coadjuvante de mãos nada trêmulas’, pelo contrário: além da firmeza de atuações antológicas em papéis secundários, um autêntico ladrão de cena. A coleção de psicopatas, criminosos, neuróticos, freaks, caras violentos e sinistros da galeria de personagens vilões  que ele interpretou, só realçou o carisma de grande ator que sempre foi.




Não dá para registrar todos os seus trabalhos no cinema em mais de  50 anos de caminhada, mas pinçar alguns desempenhos inesquecíveis é um prazer super especial. A começar por “A Noite dos desesperados”(“They soot horses”,1969) de Sydney Pollack,  um dos filmes mais incríveis que já assisti, pra minha alegria, diversas vezes. Por este filme ele foi indicado ao Oscar, mas o Best Supporting foi para Gig Young, que também brilha como um Mestre de Cerimônias completamente canalha.

A cruel maratona de dança, estrelada por Jane Fonda e Michael Sarrazin e brilhantemente dirigida por Pollack, deu a Bruce um desempenho genial como um caipira arrogante que arrasta sua mulher grávida (Bonnie Bedelia) para a final da desumana competição, provocando asco na plateia do concurso, e em nós igualmente.



O fuzileiro naval traído de “Amargo regresso” (1978), dirigido por Hal Asbhy, uma das melhores críticas à guerra do Vietnã, consagrou Jane Fonda e Jon Voight, premiando-os com os Oscar do ano, e foi a nominação de Bruce  mais apertada para o Oscar de Coadjuvante. Ele chamou a atenção geral. Mas não levou.



A segunda versão do livro de Scott Fritzgerald, “O Grande Gatsby” (1974) de Jack Clayton, que abiscoitou 4 Oscars, causou. Mia Farrow e Robert Redford dividiram os principais papeis com Bruce, o marido de Daisy, cuja empatia levou a muitos na época afirmarem que ele deveria ser o Gatsby.



Esteve presente no derradeiro filme de Alfred Hitchcock, “Trama macabra” (1976), um suspense com humor negro onde ele foi o parceiro da falsa vidente interpretada por Bárbara Harris, um motorista de táxi sem nenhum escrúpulo. Magnífico, claro.

Respeitado pelos colegas, até Marylin Monroe bateu cabeça chamando-o de prodígio, ele recebeu de Jack Nicholson, com quem atuou como seu irmão em “O dia dos loucos” (1972), elogios tipo – “é o melhor ator surgido depois da Segunda Guerra” –

De seu casamento com a atriz Diane Ladd, ele é pai de Laura Dern. A filha atriz, cineasta e ativista, acompanhou-o ao Festival de Cannes último, no qual BRUCE DERN foi premiado como a Melhor Interpretação Masculina por “Nebraska”.

Aos 77 anos, quando o bom ator está maduro e em ponto de bala, este americano que tem no sangue alemão, ingles, escocês e ascendência holandesa, já recebeu paconvite de Quentin Tarantino, com quem fez participação pequena em “Django Livre”, dessa vez para um grande papel em “The Hateful Eight”, o próximo faroeste do cineasta.


O road-movie em preto e branco dirigido por Alexander Payne, concorre a quatro prêmios no Oscar, que acontecerá no próximo 2 de março no Dolby Theatre,  em Los Angeles: Melhor filme, Diretor, Roteiro, Fotografia, Atriz Coadjuvante (June Squibb) e, Melhor Ator.

A estória do velho alcoólatra que viaja com o filho (Will Forte) para receber uma fortuna imaginada até a sua cidade natal, poderá finalmente premiar BRUCE DERN  com o esperado Oscar de Melhor Ator. Ele merece, ele merece.

8 comentários:

  1. Mr Dern sempre gostei dele , fiquei sabendo do Oscar pelo bucaneiro, vou gostar se ele ganhar.... você tem razão a cubana jamais poderia acusar o moço de -mãos tremulas- .....Mario Lago ficava indignado com a expressão -melhor coadjuvante- o certo segundo Mario: Melhor ator em papel coadjuvante.... e viva o cinema de qualquer tempo ou pais .... do seu velho ator emilianoqueiroz

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  2. Merece mesmo, ele é um excelente ator! Reforço os votos, Lita Paes Leme

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  3. Vou torcer por ele mas o Leonardo Di Caprio está bem cotado pra ganhar, abraços Selena

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  4. É um merecido reconhecimento de um grande artista! Voce tem razaão não precisa ver o filme pra saber que ele fez bonito! Viva Bruce ! Miro Ateneu - Arraial do Cabo

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  5. O critico do Globo Rodrigo Fonseca diz com "sabedoria dos críticos" que ele tem 35 anos de dacadencia profissional, pode um troço desse? O cara batalha como voce diz aí e no fim esse babacas ficam rotulando de decandente. Agora mesmo que eu vou torcer para ele ganhar mesmo sabendo que o Oscar é uma injução de interesses da industria do cinema, não é mesmo?
    Paulo Mendonça de Barros

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  6. O filme vai entrar daqui a uma semana, quero ver essa ousadia porque um filme em preto e branco é sinal de qualidade nesses tempos tão coloridos... Bill

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  7. Eu li elogios ao DiCaprio que foi dirigido por Martin Scorsese e segundo dizem está fantastico.Que vença o melhor.
    Ana Cecilia Gusmão

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  8. O mundo é "jovem"! O consumo, a moda, danças e música tudo gira em torno da juventude. fazer um filme sobre um velho em preto e branco é desafiar o atual American way life, não é mesmo? TAO

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