sábado, 25 de abril de 2009

CRIANÇAS ÍNDIGO, A NOVA ERA CHEGOU


“Elas nascem com consciência e reconhecimento de seus poderes, e vêm para ajudar a nos ligar novamente às Energias Divinas”
Divaldo Franco
As Crianças Índigo são cada vez mais numerosas, anônimas ou públicas. Dotadas de uma super inteligencia, estão desafiando Cientistas, Psicólogos e
Educadores, e são fortemente amparadas pela doutrina do Espiritismo. Em entrevista ao Jornal dos Espíritos, jornal espírita da internet, DIVALDO PEREIRA FRANCO, autor do livro “A Nova Geração: a Visão Espírita sobre as Crianças Índigo e Cristal”, relata:

“Desde os anos 70 psicólogos, psicoterapeutas e pedagogos começaram a notar a presença de uma geração estranha, muito peculiar. Tratava-se de crianças rebeldes, hiperativas, que foram catalogadas como crianças patologicamente necessitadas de algum médico... Uma geração espiritual e especial para esse momento de grande transição no mundo de provas e expiações que irá alcançar o nível de mundo de regeneração.”


A portuguesa TEREZA GUERRA, autora de dois livros sobre o assunto, (Editora Madras), e fundadora da Fundação Casa Índigo, juntamente com Alain Aubry, é mestre em Ciências de Educação pela Faculdade de Ciências de Lisboa.

“As Crianças Índigo, popularizadas pelo escritor LEE CARROL em meados dos anos 1990, possuem capacidades intelectuais e comportamentais peculiares. Saber lidar com essa geração não é nada fácil...São crianças que possuem as características das futuras gerações que surgem para revolucionar universalmente a sociedade nos âmbitos educacional, familiar, social e espiritual, independentemente das fronteiras e classes sociais.”


A jovem AKIANE KRAMARIK, de Idaho (EUA), desenha com precisão desde os 5 anos de idade. Hoje suas pinturas são vendidas com preços entre U$25 e U$55 mil dólares, em seu site : www.artakiane.com
Também poeta, fala russo e lituano. Atribui seus talentos a Deus. Desde os 4 anos tem visões e conversas com Ele, que inspiram AKIANE à pintar.
Certa vez, ao sonhar com Deus, acordou sem lembrar de seus traços. Começou a pintar o quadro sobre o sonho, mas não tinha rosto definido. Rezou para que pudesse lembrar, e assim, no dia seguinte bateu à porta de sua casa um carpinteiro barbudo. Não teve dúvida ao reconhecer seu rosto. É o quadro a seguir, The Prince of Peace, pintado aos 8 anos, vejam:


O também americano JAY GREENBERG é considerado o novo Mozart. Começou a compor com 4 anos. Aos 6, a sua sinfonia, primeira de outras cinco. JAY compõe não só a partitura central, mas todos os instrumentos.
Como é possível? Ele diz: “Não faço nenhum esforço, está tudo na minha mente”.




O russo BORIS KIPRIVANOVICH, o BORISKA, hoje um adolescente dos mais destacados da geração índigo-children, afirma que veio de Marte. Místico, o espaço cósmico é um dos temas favoritos de BORISKA. Ao ser questionado
sobre nosso planeta, ele avisa que passaremos por duas situações cruciais entre 2009 e 2013 com catástrofes grandiosas causadas pelas águas do planeta.

PERFIL: Recebeu este nome, Criança Índigo, por possuir uma aura azul, cor de anil. O índigo é uma planta da Índia da qual se extrai essa coloração que se aplicava nas calças jeans, assim como a Criança Cristal, que tem a aura alvinitente , de alvura imaculada, também está conceituada neste quadro. Segundo a terapeuta NEUZA NAPPONI DE MELLO, PhD, MS, terapeuta-clinica e educadora, “elas utilizam diferentemente os hemisférios cerebrais, atuam mais o lado direito que o esquerdo. Isso as capacita a uma inteligência que alia o intelectual ao intuitivo... Não aceitam imposição de regras sem interação, exigem explicações, opções e muita negociação... Podemos pensar nas Crianças Índigo como transformadoras sociais e as Crianças Cristal como transformadoras espirituais.”




Ele é o mais jovem cirurgião do mundo: SAI RAM AKRIT JASWAL, conhecido como um verdadeiro avatar da Medicina na Índia, onde nasceu em 1993. AKRIT solicitou e obteve autorização especial para acompanhar e assistir cirurgias feitas no Hospital de Himachal. Aos 7 anos tornou-se o cirurgião mais jovem do mundo ao realizar uma bem sucedida cirurgia em uma menina que sofreu queimaduras nas mãos. Tornou-se uma celebridade na Índia, quando cientistas se espantaram aos constatar o grau de 146 de QI em seu teste.
AKRIT surpreendeu o mundo quando disse no programa de televisão da apresentadora OPRAH, que leu todos os tratados atuais de oncologia e descobriu falhas e limitações na atual pesquisa do câncer. Afirmou também que precisa se formar em Medicina para poder montar o Centro Filantrópico de Estudos para tratar gratuitamente os milhares de doentes da Índia. Com essas afirmações tornou-se celebridade nos Estados Unidos, conseguindo grandes doações para suas pesquisas. Seu sonho é encontrar a cura definitiva para o câncer e a aids.

EPÍLOGO: ALLAN KARDEC, o codificador da Espiritualidade, referiu-se no último capítulo A Gênese de O Livro dos Espíritos à nova geração que vem de uma outra dimensão. Acreditado ou não na máxima, é evidente que existe algo no ar, com o crescimento de crianças especiais no nosso mundo, que dão um sentido novo à civilização moderna. Você pode ter uma em casa, no vizinho, entre os amigos, na imensa escala sui generis de genes que habita o planeta.
No geral, recomenda-se um trato igualmente especial, enfatizando muito carinho e apoio à elas, sem enfrentamento ou tentativa de lavagem cerebral, mas apenas oferecendo-lhes certos limites, e incentivando seus dotes naturais. Existe abrangente informação em livros e na internet a respeito.

Deixai vir, enfim, as criancinhas, índigos, cristais ou o que for.
Um novo tempo pode estar só começando, tá ligado?



quinta-feira, 16 de abril de 2009

SOMETHING , O CLICK DO DESEJO

É algo misterioso que acontece. Um lance de pele que passeia no imponderável, quando bate a sensação surpreendente de um desejo.
Um sinal de alerta detecta, você é pego de surpresa, e não tem jeito:
a atração mobiliza direto. Fascínio, encantamento, sedução.
Ato mágico dá um click, e muitas vezes nos deixa de quatro. No ato.
Não, não tem explicação teórica, o filósofo filosofa, o poeta delira, o escritor inventa personagens e situações romanceadas, o ator se transveste, o homem comum se perturba, mas encara.
Uma via que atravessa do anima para a persona.

M as o que rola, afinal? “É só olhar, depois sorrir, depois gostar”, como canta Johnny Alf? Bela imagem sintetizada, né não? O efeito pode passar por aí, mas a causa são oooutros quinhentos. O olhar é uma pista, a mais citada pelo menos é. Tem uns olhos que parecem imãs. O jeito de andar tem o seu borogodó confirmado, um sorriso pode abalar, um simples toque pode arrepiar também. Conta o feitiche de mãos suaves, bem desenhadas, uma boca carnuda, um nariz com personalidade, uma voz, certo perfume, um cheiro de pele, o contorno de uns peitos, umas boas coxas, um cangote assim, um pé assado, uma bunda daquelas e por aí vai. Se evoluir na avenida a partir daí, rola um tesão muitas vezes ir-re-cu-pe-rá-vel...

A nd you, baby? O que acende(u) o seu fogo na pessoa amada? Diz aí. Vamos refletir juntos, posta nos comentários se tu é homem. E se tu é mulher, diz aí...

A reflexão chega até uma das mais belas baladas dos Beatles, composta por George Harrison para o disco “Abbey Road” de 1969:
“SOMETHING”. Para Frank Sinatra é a maior canção de amor já escrita, para John Lennon é a melhor música do referido disco.


“s o m e t h i n g”


Something in the way she moves/ Algo no jeito como ela anda
Attracts me like no other lover/ Atrai-me como nenhum outro amante
Something in the way she woos me/ Algo na maneira como ela me namora

I don’t want to leave her now/ Eu não quero deixá-la agora
You know I believe her now/ Voce sabe, eu acredito nela agora

Somewhere in her smile she knows/ Em algum lugar no seu sorriso ela sabe
That I don’t need no other lover/ Que não preciso de nenhuma outra amante
Something in her style that shows me/ Algo no seu estilo me sinaliza

Don’t want to leave her now/ Não quero deixá-la agora
You know I believe her now/ Voce sabe, eu acredito nela agora

You’re asking me will my love grow/Voce me pergunta se meu amor vai crescer
I don’t know, I don’t know/ Eu não sei, eu não sei

You stick around now it may show/ Fica na area, pode ser show
I don’t know, I don’t know / Eu não sei, eu não sei

Something in the way she knows/ Algo na caminhada ela sabe
And all I have to do is think of her/E tudo que tenho a fazer é pensar nela
Something in the things is shows me/ Algo nos lances ela me demonstra

Don’t want to leave her now/ Não quero deixá-la agora
You know I believe her now/ Voce sabe, eu acredito nela agora.



John Lennon (9-out-1940/ 8-dez-1980) com Yoko Ono, Paul McCartney
(18-jun-1942) com Linda, George Harrison (25-fev-1943/ 29-nov-2001)
com Pattie Boyd e Ringo Starr (7-jul-1940) com Barbara ,

quando something fala mais alto, bate forte, escancara o sensorial.
Vejam a seguir.


Translate: Alda Christina Bagno - Sheron Stone do Brasil
Ilustração 1: Pablo Picasso Aquatint – Sculpteur et Sculpteur 1966 -
Ilustração 2: Desenho IMAGE STOCK DREAMER
V í d e o : Acústico YouTube

CAFOFO DA POESIA - 5 -


ELVIRA HELENA, atriz, cantora, compositora e poeta, nasceu no frescor de Teresópolis. Por isso é tão brisa, tão leve e oxigenada da cabeça aos pés. Participou de festivais estudantis e integrou a banda de Paula Morelenbaum como back-vocal. Foi presença marcante no boom dos poetas, anos 80, quando apareceu em diversos recitais ao lado de Gloria Horta, Elisa Lucinda, Mano Mello e Os Camaleões, entre outros.
Depois adentrou a noite carioca cantando, e fez shows solo em diversas casas. Em 2005 gravou seu primeiro CD independente, apresentando parcerias musicais com Mimi Lessa.
Em seu momento atriz, está no elenco de “Dona Flor e Seus Dois Maridos” desde a estreia, e agora em turnê pelo Brasil.


Segura a barra
de Elvira Helena

Segura a barra,
Filhinho,
Que a mamãe
Tá mal comida

Me produzi toda
Para encontrar
Um tal gatinho.
Fui à festa
Muita gente
E eu à enxergar
No escurinho.
Atores, astrólogos,
Novos poetas.
E eu ?
Onde está o tal
Gatinho ?

Segura a barra,
Filhinho,
Que a mamãe
Tá mal comida

Muitos gatos
Bem mocinhos
Eu nos trinta
De mansinho.
Não foi falta
De tentativa
Simpatia não faltou
Até fumei unzinho.
Papo manso
Papo brabo.
E eu ?
Onde está o tal
Gatinho ?

Segura a barra,
Filhinho,
Que a mamãe
Ta mal comida

“Tô cum sono”
Fui precisa.
Fui saindo,
Fui saindo,
E cheguei.
Que saudade!
Que quentinho
Chega pra lá
Tá friozinho.
Vamos dormir juntinhos ?
Édipo, meu filho
Quem sabe se você
Não é o tal gatinho ?!...

Boa noite
Até amanhã
Quando você crescer
Mamãe paga
O analista
.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

ISOLDA GUERREIRA CRESTA







ISOLDA CRESTA saiu de cena assim de repente, deixando a familia, amigos e admiradores surpresos e tristes. Atriz de temperamento forte foi guerreira fora dos palcos e dos estúdios, militando com a juventude 68 e a engajada classe artística de então.

A jornalista e atriz HILDEGARD ANGEL , amiga de ideais políticos parecidos, foi a primeira jornalista a abrir espaço em sua conceituada coluna no Jornal do Brasil (7/abr) para homenageá-la. Hilde sempre sai na frente quando a questão é generosidade e companheirismo, por isso é uma referencia não só no jornalismo brasileiro, mas especialmente no coração de seus incontáveis amigos.

O BUCANEIRO publica na íntegra este ilustrado recorte emocionado.

REQUIÉM PARA ISOLDA CRESTA:
MAIS DO QUE ATRIZ, ELA FOI UM GRANDE PERSONAGEM

Há pessoas que passam e deixam em nós um sentimento de tristeza e
nostalgia. Outras nos inspiram frustração, por não as termos conhecido mais, gostado mais, estado mais. Morreu uma dessas pessoas, a atriz Isolda Cresta. Muito mais do que os obituários burocráticos e curtos da mídia, muito mais do que uma atriz, Isolda foi um personagem...

Com uma carreira bem fundamentada em aulas com mestres da Fundação Brasileira de Teatro, como Dulcina de Moraes, Adolfo Celli, Maria Clara
Machado e Cecília Meirelles, ela estreou dirigida por Ziembinski em Sangue do domingo, fez Frenesi, sucesso de Madame Morineau, e, em seguida, no Tablado, atuou em Dona Rosita, a Solteira, com direção de Sérgio Viotti.

Muitos outros trabalhos vieram, papéis importantes, como sua Stella tão elogiada, em Um bonde chamado desejo, filmes, novelas de TV. Mas foi em sua vida que Isolda protagonizou os papéis mais importantes, em enredos que poucos viram ou conheceram...

Em 30 de março de 1964, ela ensaiava a peça Os Azeredo mais os Benevides, dirigida pelo autor, seu namorado Oduvaldo Vianna Filho (a produção era do CPC, que Vianinha dirigia), quando o prédio da UNE, na Praia do Flamengo, foi metralhado num ataque do Comando de Caça aos Comunistas, e quase que ela, e os outros atores, Nelson Xavier, Vera Gertel, Virginia Valli, Carlos Vereza e Ivan Cândido, foram metralhados junto. A peça era para inaugurar o teatro que estava sendo construído no prédio....

Em maio de 1965, Isolda foi presa pelo Dops por ter lido manifesto contra o envio de tropa brasileira para a República Dominicana, antes do espetáculo Electra, no Teatro do Rio. A classe teatral e a imprensa se mobilizaram até que ela fosse solta, dois dias depois, com toda a classe na porta do Dops: Fauzi Arap, Guarnieri, Sérgio Britto, Natalia Thimberg, Paulo Autran, Teresa Aragão, Ferreira Gullar e atores dos grupos Oficina, Opinião, Arena...

Isolda realmente movimentou as massas. Ela foi ativista política, filiou-se ao MR8, em 1969, colaborou intensamente dando cobertura aos guerrilheiros da luta armada e agindo com eles em episódios arriscados, quando demonstrou coragem e altivez. Encarou todas e se expôs como poucos, escondeu gente e armas, uniu-se à Aliança Liberdade Nacional , de Carlos Marighella e Joaquim Câmara, e fez a segurança dos militantes, conseguindo esconderijos onde pudessem descansar depois de alguma ação...

Paralelamente, a atriz continuava em cena, fazendo teatro. Peças como O Avarento, em pleno 1968, produzida por seu marido na época, o produtor Orlando Miranda. Também no teatro, mas fora do palco, ela se envolveu em ações corajosas, como quando deu fuga a Marcos Medeiros, namorado de sua colega de elenco, Maria Lucia Dahl...

Sempre falante, sempre entusiasmada, sempre amiga leal, Isolda atuou em diversas montagens de Orlando, no Teatro Princesa Isabel. Como em O Bem Amado, de Dias Gomes, que depois virou novela, em que ela interpretou sua personagem mais conhecida na TV, Odete, a mulher do dentista Lulu Gouveia
(Lutero Luiz)...

Na vida amorosa, Isolda também não decepcionou. Nos anos 70, namorou Raul Seixas, que compôs, no apartamento dela, na Lagoa, a famosa Maluco Beleza, em parceria com o genro da atriz, Cláudio Roberto, casado coma filha caçula, Ângela Vitória. Com a morte desta filha, Isolda se afastou da vida profissional, dedicando-se por inteiro à família: a outra filha, Ana Cristina, netos, bisnetos...

Isolda pretendia escrever sua biografia, com a colaboração do escritor Luis Sergio Lima e Silva. Ela chegou a preparar uma brochura, em que escreveu: “Em 1974, participei ativamente da campanha pela Anistia e, em 1985, pelas Diretas Já. Nesta passeata, que foi um deslumbre, meu neto, Lao, de cinco anos, foi nos ombros do pai. Ele disse que estava “brigando com o presidente”. Depois, ele foi um dos caras pintadas que gritou “fora, Collor”. Fiquei muito orgulhosa dele!” Lao, o neto de Isolda, é braço direito da atriz Regina Case. A lida da família nas artes continua...

Isolda, temperamento forte, vulcão sempre ativo, foi cuspir bondade e ( se necessário ) fogo no céu. Viva ou morta, ela é daquelas que jamais perdem a oportunidade de tomar posição...

Hildegard Angel



sexta-feira, 3 de abril de 2009

O CINQUENTENÁRIO DO BRASA


Ele é o genro que toda mãe sonhou para a filha, por conseguinte, o príncipe encantado de uma geração de moças de todo o país. É também um intérprete romântico de primeira, carismático e único, dono de um timbre aveludado inconfundível que atravessa décadas reinando como o Rei da nossa música.
Os 50 anos de carreira de ROBERTO CARLOS, comemorados neste 2009, dá inicio a uma série de eventos neste abril que adentramos, bem perto de seu aniversário dia 19 próximo, quando completa 68 anos de idade.
O Bucaneiro faz um recorte, focando o inicio de sua caminhada entre os anos 60 e a década seguinte, quando estava solto, espontâneo, sangue-quente, inflamado no rock e suave na música romântica,
é quando o cara
é uma brasa, mora!

ROBERTO CARLOS BRAGA nasce no dia 19 de abril de 1941 em Cachoeiro do Itapemirim (ES), filho do relojoeiro Robertino e da costureira Laura, o caçula de 4 filhos: Norma, Lauro e Carlos Alberto. Aos 9 anos, Lady Laura incentiva o filho a cantar o bolero “Amor y más amor” na rádio local. Com as pernas bambas de nervoso encara e sai aplaudido do auditório. Fã de carteirinha do cowboy brasileiro Bob Nelson, canta no banheiro seus sucessos de música country, assim como as românticas canções de Tito Madi e Dolores Duran. Pronto, o bicho da música morde o Zunga, seu apelido de infância. Estuda violão e piano, mas Cachoeiro fica pequeno para o sonho de se tornar cantor. Vai morar com a tia Jovina em Niterói, em 1955, até que seus pais mudam-se para o Rio de Janeiro no ano seguinte, quando completa 15 anos.

Quando “Rock around the clock” explodiu nas rádios do mundo inteiro com Bill Halley e Seus Cometas, trazendo no rastro Elvis Presley, Little Richard, Gene Vicent e Chuck Berry, o balanço das horas balançou, e o planeta nunca mais foi o mesmo. Chegou o rock and roll!
Os brotos tupiniquins aderiram com os hormônios em alta tensão. Celly e Toni Campello, Sérgio Murilo e Sonia Delfino foram os primeiros a gravar rockzinhos ingênuos e dançantes, separando casais colados, soltando o corpo numa dança frenética e sensual. Carlos Imperial e Jair de Taumaturgo investiram na novidade com seus programas “Os Brotos Comandam” e “Hoje é Dia de Rock”, respectivamente, na rádio e logo a seguir na televisão. Foi quando RC foi levado por Otávio Terceiro até Imperial na TV Tupi, e depois de cantar “Tutti-Frutti”em seu programa, ganhou a simpatia do Impera, que arregaçou as mangas para orientá-lo e produzi-lo. Na mesma época passou a freqüentar a turma da rua Matoso na Tijuca, levado pelo radialista Arlenio Livio, e lá se enturmou com Tim Maia, Edson Trindade, China e Wellington. Nasceu seu primeiro conjunto de rock: os Sputinks. Aí também começou a amizade com Erasmo Carlos, outro ilustre personagem da tribo.


O rock engatinhava de fraldas e RC estava com as antenas ligadas. Um dia de 1958, como todos nós, ouviu João Gilberto cantar “Chega de Saudade” no rádio de sua modesta casa em Lins de Vasconcelos. Caiu a ficha direto: ”Nunca tinha ouvido nada parecido antes... Quando ouvi João Gilberto, fiquei parado, porque aquilo era algo simplesmente maravilhoso,” recorda.
Foi inspirado em João e em Tito Madi, que RC virou crooner da chamada “joia de Copacabana”, a Boate Plaza. Assim, no inicio de 1959, às vésperas de completar 18 anos, estreia profissionalmente na elegante casa noturna, dividindo o palco com as cantoras Geny Martins e Claudette Soares, e acompanhados pelos conjuntos do tecladista Zé Maria e Bola Sete.
A atração da casa era o saxofonista americano Booker Pittman, e nas canjas, músicos do nível de Johnny Alf, João Donato, Luizinho Eça e... João Gilberto. Cantando no “estilo João”, ROBERTO CARLOS testou sua maneira de cantar suave e intimista, herança que permanece até os dias de hoje.

Mas Carlos Imperial reaparece na boate Plaza e seqüestra o cantor romântico de novo para o rock. Aí o Brasa decola. Aparece como o cantor mascarado no programa de Chacrinha e consagra popularidade ao ser coroado pelo Velho Guerreiro em pleno auditório de Copacabana, TV Rio. Cantando a versão de “Splish Splash”, que Bobby Darin lançara anos antes, ele foi parar nas paradas de sucesso, marcando o inicio de sua parceria com Erasmo Carlos, autor da versão em português. A fila anda e o Rei toma posse da coroa dada por Chacrinha, quando assume a apresentação do programa “Jovem Guarda” em 22 de agosto de 1965 na TV Record. E o tripé se completa: o Brasa RC, a Ternurinha Wanderlea e o Tremendão Erasmo Carlos.
Não teve pra ninguém.


“Jovem Guarda” virou moda e pra muitos um movimento musical. Desdobrou-se na turma do “iê-iê-iê”, do lamé, com diversos cantores e conjuntos que pegaram uma carona, e se deram bem. Os cabeludos se espalharam, as minisaias substituíram a calça jeans, enfim, o rock da terra mostrou a cara. Até 1968 o programa foi uma febre naquelas tardes de domingos inesquecíveis. E, no ano que não terminou nunca, RC dá uma nova guinada em sua carreira, acionando o intérprete romântico que o consagraria a seguir.
É quando vence o célebre Festival de San-Remo, o primeiro estrangeiro a conquistar essa posição, cantando a bela “Canzone Per Te” de Sérgio Endrigo (1933-2005) e Sérgio Bardotti (1939-2007). De bigodinho, oclinhos e túnica indiana, ele arrasou. A imprensa da época taxou: “Foi preciso que Roberto deixasse de ser o rei do iê-iê-iê, gerando a expectativa de queda de prestígio, para que todos comprovassem o que ele realmente é: um bom cantor”.
Mais de 50.000 cópias da gravação de “Canzone Per Te” esgotaram-se em 48 horas depois de seu lançamento no mercado.
Senhores, confesso que vivi. Aos 18 anos, impulsionado pelo poder jovem, gritei e lutei como pude na rebeldia da época, a repressão, a ditadura militar, o chumbo grosso do ano idem. Mas a tal jovem guarda do Brasa caiu bem de fundo musical, dentre músicas de protesto e engajadas que circulavam. Era alienadinha, ingênua e ao mesmo tempo excitante, porque tinha ele nas cabeças. Carismático, charmoso, ar de bom moço, intérprete vigoroso, e ao mesmo tempo, viril, irônico, pegador. Todo cara queria ser o Brasa, toda garota queria pegá-lo, enfim, quem resistir há de ?
Esse recorte se detém nesta fase fundamental de sua carreira, quando foi sedimentado o mito ROBERTO CARLOS. Até final dos anos 70, quando lançou aquelas inevitáveis canções de motel, a brasa do Brasa manteve-se acesa no sentido mais criativo, leve e interessante.


A partir dos anos 80, pressionado pelo tal “sucesso”, acredito que sua espontaneidade ficou pra trás, o volume de solicitação, assédio, compromissos, repertório pasteurizado e etc, o distanciou de uma fase tão rica e decisiva. Tornou-se um cantor previsível, mas... Rei absoluto, tipo preferência nacional.


Foi também em 1968 que RC estrelou seu primeiro filme, “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”, dirigido e produzido por Roberto Farias. A trilha sonora do filme foi o LP gravado pela CBS um ano antes, que emplacou diversos hits: “Eu Sou Terrível”, “Quando”, “De que vale tudo isso?”, “Como é grande o meu amor por você”, “Por isso eu corro demais”, “Só vou gostar de quem gosta de mim” e “E por isso eu estou aqui”.
O score musical é dez, muito influenciado por Beatles e Rolling Stones ele usou além da instrumentação básica do rock, os metais, quarteto de cordas, cravo, flauta, violão de 12 cordas, misturando bem o tempero das guitarras frenéticas com o sedutor som da música romântica.

“E por isso eu estou aqui” RC compôs num final de tarde de domingo, logo depois do programa “Jovem Guarda”. Na biografia não autorizada (sic) “Roberto Carlos em Detalhes” de Paulo Cesar de Araújo (Editora Planeta), aparece na página 155 depoimento de RC sobre esta canção:
“Eu estava triste com alguma coisa, mas não conseguia descobrir o que era, aproveitei o meu estado de espírito para compor. Talvez seja esta a razão de gostar tanto dessa música.”
Na seqüência curtam o Brasa em momento do filme “...Em Ritmo de Aventura”, cantando “E por isso eu estou aqui” na companhia de seus músicos do RC7, Bruno, Dedé, Gato, Maguinho, Nestico, Raul e Wanderley e a presença da atriz Rose Passini.
A câmera de Farias usa e abusa do olhar triste do Rei, uma de suas marcas registradas, em interpretação suave e sincera do belo tema.
Realização da Divx Vídeo.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

MODA EM MANCHETE

O Bucaneiro girou a luneta prateada e mirou a empresária ELIANA TRANCHESI,
presa e condenada a 94 anos por sonegação fiscal de sua butique Daslu.
O acontecido cheira à prisão perpétua, terá ela que viver 140 anos para pagar
seu deslize à sociedade brasileira? Eta história sinistra, logo agora que o povo
tem que declarar o imposto de renda.

Os irreverentes de plantão juram que escutaram seu desbafo:


Caríssimos, e bota caro nisso,

essa Operação Narciso me deixou aloPrada!

Alguém me deFendi.

Não sou dessa Alaia.

Não é Versace o que Diesel por aí. Sou pessoa Dolce & Bacanna.

Pucci que Paris!

Estão me pegando para Christian, meu Dior.

Preciso de um Cacharel em direito,

um cara Valentino para dar um jeito nesta Bottega,

antes que coloquem no meu Rabanne.

Eu não vou botar o Galliano dentro não. Chloé?

Vou continuar minha Missioni.

Miu, Miu, abraços para voces !!