sexta-feira, 28 de agosto de 2009

CAFOFO DA POESIA - 7 -





ELISA LUCINDA é natural de Vitória (ES), e faz recitais de poesia desde os 11 anos de vida. Circulou por Recife, Salvador e Porto Alegre até desembarcar na cidade maravilhosa em 1986, quando juntou-se a uma galera de poetas inflamados, como os Camalões Claufe, Bial e Petry, Gloria Horta, Mano Mello e outros, fazendo recitais nos palcos, bares e bistrôs da zona sul, da Lapa, via Circo Voador, Botanic, Manga Rosa e outros points.

Atriz e poeta de primeira, criou a Casa Poema – Escola Lucinda de Poesia Viva, em Botafogo, onde faz oficinas, treinando professores da rede pública em poesia falada, e recitais com atores e poetas. Diz ela: “A Casa Poema é um país, e na diversidade dos poemas dela, moram muitos estados: a alegria, a coragem, a persistência, as fortalezas. Estou falando do desenvolvimento de várias tarefas, cuja árvore é a poesia, o laboratório permanente do eterno descobrimento da linguagem poética.”

Em caravana com o espetáculo “Parem de falar mal da rotina”, depois de temporadas poderosas no Rio & SP, apresenta-se de 4 à13 de setembro no Teatro da UFF, Niterói.

A cantora Ana Carolina andou falando poemas seus em shows, como este que apresentamos no Cafofo 7, só de sacanagem, saquem só:


S ó de s a c a n a g e m
de Elisa Lucinda

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova ?
Por quantas provas terá ela que passar ?Tudo isso que está aí no ar,
Malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro,
Que reservo duramente para educar os meninos mais pobres que eu,
Para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais,
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade
E eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz,
Mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples
de meu pai, minha mãe, minha avó e dos justos que os precederam:
“não roubarás”, “devolva o lápis do coleguinha”, “esse apontador não é seu,
minha filhinha”.

Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar,
E sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste:
Esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.

Pois bem, se mexerem comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido,
Então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem!
Dirão: “Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba!”
E eu vou dizer: Não importa, será esse o meu carnaval,
Vou confiar mais e outra vez.

Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos,
Vamos pagar limpo a quem a gente deve, e receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.
Dirão: “É inútil, todo mundo aqui é corrupto,
Desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram ? IMORTAL.
Sei que não dá para mudar o começo, mas se a gente quizer,
Vai dar pra mudar o final !



Casa Poema : http://www.casapoema.com.br/

4 comentários:

  1. A Elisa Lucinda é demais, acompanho seu trabalho e vi com meu namorado ela no Sesi.
    Adoramos!!!
    Elisa Camarão

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  2. ACHO ELISA LUCINDA UMA OPORTUNISTA...
    CARA DE TRAMBIQUEIRA ....
    PÉSSIMA POETISA.
    CRUZES...
    ELA É FALSA>

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  3. NOJENTA !
    CHATA !
    CARA DE SUJA !
    METIDA A SEBO !
    Isso é Elisa Lucinda !

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  4. Achei essa Elisa Lucinda antipática.
    Fui conversar com ela e ache-a esnobe.
    Ela pensa que é quem...
    MARIA BETHANIA só tem uma !
    Zero para E. L.
    Caía na real.
    Nem grande poetisa você É .

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