quarta-feira, 1 de agosto de 2012

SAI DE CENA G O R E V I D A L



Um gigante da geração de autores americanos sai de cena aos 86 anos vitimado por uma pneumonia. Trata-se do genial Gore Vidal (1925-2012), polêmico escritor e pensador que influenciou gerações na América e no mundo. Influenciou e incomodou o suficiente na literatura, na política e no comportamento contemporâneo.

Autor de 25 romances, dois livros de memórias e diversos ensaios sobre figuras históricas, Vidal tentou a política, mas nunca se elegeu. Transitou pelas décadas com elegância e sarcasmo desconstruindo, provocando, refletindo e intrigando os conservadores e caretas da hipócrita América. Homossexual declarado, provocou escândalo ao publicar seu primeiro livro "The City and the Pillar" em 1948, acusou Bush, brigou com Truman Capote e Norman Mailer, escreveu uma controversa biografia do presidente Lincoln e tantos outros livros igualmente fascinantes.

O cinema foi sua paixão declarada. Roteirista de “De repente, no último verão” (1959) de Joseph L. Mankiewicz, baseado na peça de seu amigo Tennenssee Williamns, que mistura canibalismo, lobotomia e estupro gay, orgulhava-se de declarar que ‘pegou’ toda geração beat, inclusive Jack Kerouac...

Mas seu grande momento cinematográfico aconteceu quando seu romance “Myra Breckinridge”, filmado genialmente por Michael Sarne em 1970, escandalizou Hollywood e proporcionou à Raquel Welch seu melhor momento na telona. Ao seu lado aparecem no filme a fantástica Mae West (em seu último desempenho) e John Huston.

Vivendo um mundo essencialmente masculino, Vidal abriu uma exceção para a história de Myron, um transsexual que opera e vira Myra (Welch) com a finalidade de acabar com o machismo na América. Assim, ele(a) estupra um garanhão de Hollywood.

A cópia brasileira de “Myra” foi queimada nos anos 70 pela Fox por ter terminado o prazo de validade de exibição, acreditam? Tive o privilégio de assistir esta derradeira exibição na cabine da Fox. É um filme que merece ser visto de novo.


4 comentários:

  1. Como será os Estados Unidos sem o pragmatismo de Gore Vidal eu não sei. Tudo que ele sempre opinou era de uma clarewza sem fim, como a analise que li na Folha sobre o atentado de 11 de setembro...Falando da satanização americana de Bush sobre os muçulmanos e responsabilizando ele pela quebra do protocolo de kyoto e os acordos sobre misseis nucleares. O cara era porrada,,e porrada com conteúdo - nada gratuita nem frivola.é uma grande perda// Cadu

    ResponderExcluir
  2. Sempre acompanhei com interesse seus comentários ácidos sobre politica.Ele foi o maior critico do império americano.Não conseguiu entrar na politica apesar de ter quase quinhentos mil votos só na Califórnia, o que não fez a menor diferença porque seu lugar era do lado de fora com mais independencia critica.A América está de luto. Com pesar Baltazar Lopes

    ResponderExcluir
  3. Confesso que li coisas dele e não entendi nada.Fiquei curisosa de conhecer melhor>Bertha M.

    ResponderExcluir
  4. Certo,ele é um grande pensador do século!Pedro Vidal (Via Florestal)

    ResponderExcluir