quarta-feira, 1 de agosto de 2012

NA ESTRADA COM FÉ


Acaba de chegar nas prateleiras do país o livro “Fé na estrada” de Dodô Azevedo, lançamento da Editora Casa da Palavra, inspirado no clássico da literatura beat “On the road” de Jack Kerouac. A ideia do autor foi refazer a rota traçada por Kerouac a mais de 60 anos atrás, atravessando a costa oeste norte-americana em busca de identificações com os beatniks de outrora. Para tanto, ele saiu do Brasil em 2003, pós-ataque às torres gêmeas, em plena era – decadente e - terminal de Bush, em momento delicado para o povo americano, quando ele tentava recuperar a autoestima e crença no país.

Dodô faz uma narrativa impactante e libertária ao percorrer tempos tão diferentes daqueles anos 1950, e consegue, com o suor do seu talento de escritor, trazer para o século 21 o espírito transgressor que a obra original foi consagrada. Não, os beatniks não existem mais, mas sua alma está nas entrelinhas de cada uma das 300 páginas que escreveu na estrada. E com fé.

O carioca Luiz Fernando Azevedo, ou Dodô Azevedo, jornalista, professor de literatura e filosofia, músico e DJ, teve uma ideia que ninguém até então teve, se aventurando e investindo sem lenço, sem documento e em inglês macarrônico na captura de uma identidade que parecia inexistente. O próprio Dodô é o beatnik legítimo de sua procura.

O cineasta Walter Salles, que rodou “Na estrada” e estreou seu filme recentemente no Brasil, escreveu o prefácio, dando aval ao corajoso projeto de Dodô. Trecho:

“...O livro que resulta dessa busca, Fé na estrada, impacta pela liberdade com que é narrado. Impacta, também, pelo frescor e honestidade com que a busca da herança de Kerouac e dos poetas impuros de sua geração é relatada ao leitor. Não há saudosismo nas páginas de Fé na estrada. O livro é um relato vivo e urgente da América contemporânea, um país feito de pulsões contraditórias, que Dodô “ama e odeia” ao mesmo tempo... Essa viagem inconformista, bem-humorada, deixa o gosto inusitado de uma aventura vivida a pleno, sem concessões...”


2 comentários:

  1. Adorei o filme.Não li o tão aclamado livro mas esse me deu vontade apesar de não conseguir entender o que é exatamente um beatinik.Serão jovens que viajam sem rumo tomando drogas????Sol

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  2. Vc. com sempre, informando lindamente,não conheço bem Gore Vidal, e gostei de ler, o livro do Dodô, me deixou curiosa, quero lêr. O filme ainda não vi, mas está na agulha...parabéns pelos temas... não, do Dirceu, não vou falar, me recuso. |Só espero que sim, sejam punidos os culpados pq. chega de tanta vergonha, seja quem for. É muito para um só país!!

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