quinta-feira, 30 de maio de 2013

R A C I S MO


FESTIVAL 4 ANOS -
VALE A PENA CURTIR DE NOVO - RETRÔ

Enquanto isso nos mares de  10 de março de 2009...


Uma das questões sociais mais abomináveis é o racismo. Camuflado aqui, bandeiroso ali, ele está presente no mundo há muito tempo. Com a chegada de Barack Obama à Casa Branca, reacende a reflexão sobre o assunto. Além de deletar Bush, Obama é vitorioso na luta de uma raça.


TERRA PROMETIDA

Evocar o reverendo Martin Luther King (1929-1968), ativista político norte-americano assassinado por um branco segregacionista, não é só oportuno, mas um reflexo direto com a vitória de Obama.

“Eu tenho um sonho de que meus quatro filhinhos, um dia, viverão numa nação onde não serão julgados pela cor da sua pele, e sim pelo conteúdo do seu caráter”, disse King em um de seus calorosos discursos.

Mas que caminhos ele abriu para que pudéssemos chegar em 2009 com um negro no poder ? King entrou na luta pela igualdade racial em 1955, quando os negros não tinham direito nem mesmo ao transporte público. Em 1960 conseguiu o acesso dos negros aos lugares públicos, quatro anos depois conquistou a lei dos direitos civis e, em 1965, o direito ao voto. Tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Premio Nobel da Paz, em 1964, aos 35 anos, premio outorgado em reconhecimento à sua liderança na resistência e na luta pelo fim do preconceito racial nos Estados Unidos.

Um dia antes de seu assassinato, o pastor batista King declarou:

“Temos dias difíceis pela frente. Mas isso não me importa agora. Pois eu vi o topo da montanha... Deus me permitiu subir a montanha, e eu vi para além. Eu vi a terra prometida. Posso não chegar lá com vocês, mas quero que saibam que nós, como um povo, chegaremos à terra prometida”.


Barack Obama colocou o tabu racista em seus discursos, mobilizando a massa afro americana, e fazendo
paralelo com o pensamento de King. Exemplo disso é o decisivo discurso que proferiu em praça de Chicago, pouco antes de sua eleição. Saquem só um trecho:

“A estrada à nossa frente será longa. Nossa subida será íngreme. Talvez não consigamos alcançar nossos objetivos em um ano ou mesmo em um mandato, mas, América, nunca estive tão confiante quanto hoje que chegaremos lá. Prometo-lhes: nós, como um povo, chegaremos lá”.
Se tem muita estrada a seguir, não se pode esquecer do fator causa/efeito que a questão abrange.
Será a certeza da Fé ?

BLACK DOLLS



O conflito racial foi tema polêmico na educação das crianças americanas nos anos 40 e 50. Um casal de psicólogos tem importância capital nisso tudo: Mamie Philipps Clarck (1919-1983) e Kenneth B. Clarck (1914- 2005).

Eles mergulharam fundo no estudo da questão racial entre crianças. A investigação do casal desafiou a noção das diferenças nas habilidades mentais das crianças negras e brancas, chegando a um ponto que o Supremo Tribunal interferiu e declarou inconstitucional a segregação nas escolas.

Kenneth Clarck foi o primeiro afro americano que ganhou um doutorado em psicologia na Columbia. Escreveu diversos livros: Preconceito e Seu Filho (1955), Dark Ghetto (1965) e Uma Realidade Possível (1972).
Mamie Philips começou a estudar auto percepção de crianças negras como estudante de graduação na Howard University, onde conheceu e casou com Kenneth Clarck. Foi o seu trabalho sobre a forma como as crianças negras pareciam preferir bonecas brancas, rejeitando as bonecas negras, que particularmente impressionaram os juízes do Supremo Tribunal.

Vejam na seqüência o Vídeo com trechos das entrevistas que Kenneth e Mamie realizaram com crianças negras americanas na década de 50.
O material foi pinçado da ArrobaZona Fragmentos Digitais.




NOS TRÓPICOS

Pelas bandas tupiniquins, inverte-se o ponto de vista. É o caso da cineasta Maria Letícia, que tem como hábito nas comemorações de Cosme & Damião e natal, presentear parentes, filhos de amigos e crianças de comunidades com bonecas negras.
São trinta anos que Letícia cultiva este prazeroso costume, sempre procurando descobrir novidades, novos modelos, adereços, kits. A criança branca se surpreende e aceita com facilidade a ideia, a criança negra sente-se orgulhosa, valorizada e identificada. Segundo conta, não há rejeição de uma maneira geral. Só uma vez que uma família agradeceu mas pediu que da próxima vez mandasse bonecas brancas.

O mercado mantém bonecas negras nas prateleiras das lojas de brinquedos. As mais conhecidas são a Susie e a Duduka. A Barbie também tem sua versão negra com traços e cabelo black-power.

Letícia recorda com emoção de quando presenteou Nina, a neta do fotógrafo e cineasta Mário Carneiro (1930 – 2007), recém chegada da Suíça, e a menina ficou apaixonada pela boneca.
Segundo Letícia, “isso tem muito também da cabeça de pais e mães esclarecidos que dão força, agem com naturalidade.”

No flagrante, Maria Letícia aparece com a neta Rachel e as “filhinhas” Sol e Duduka.



8 comentários:

  1. De Luther King a Maria Leticia v. singrou os mares do abominavel racismo, com inteligencia e esperança. Emiliano Queiroz.

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  2. Parabéns, Bucaneiro! muito bem abordado, seus exemplos nos emocionam. Vc foi capaz ainda de nos lembrar de pequenas atitudes que todos nós podemos ter e que podem fazer a diferença.
    bj gde, continue!

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  3. Grande Bucaneiro:
    Muito legal sua postagem sobre o racismo !!! O Bucaneiro está bombando !!!
    Continue assim bombardeando os piratas da discriminação !!!
    abs.

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  4. PARABÉNS!
    Adoraria ter escrito seu texto...rsrsrsrs
    Como não é possível, e como o que importa é que ele está lindamente aí, aplaudo com entusiasmo.
    Meu primeiro amigo de infância era negro (infelizmente faleceu); um dos maiores amigos da vida adulta também é (ainda é); meu próprio psicanalista foi o primeiro psicanalista negro do Brasil (Wilson José Simplício).
    Nos anos 70 presenteei uma menina com uma boneca negra, e ficou um climão pesadíssimo ao redor, na festinha, na hora em que entreguei (lembrei do episódio graças ao seu texto).
    A gente devia falar MUITO mais sobre isso, e jamais esquecer "episódio" algum.
    ABRAÇÃO!

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  5. De Luther King a Rachel de Queiroz v. continua singrando mares..... saudades do velho seu emilio

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  6. De Luther King a Rachel de Queiroz, v. continua singrando mares.... saudades do velho seu emilio

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  7. Essa questão racial, é um tema realmente importante..... a pior forma de racismo é o camuflado. E preconceito é uma doença!!!
    Parabéns Bucaneiro! Vc. como sempre brilha!!
    bjsss

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  8. Me emocionou tudo o que escreveu. O vídeo das c rianças é comovente também, Lita Paes Leme

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