terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O MEU AMIGO BEETHOVEN



Beethoven e seu olhar humano

E o tempo vai passando, vai passando... a gente vai seguindo, pensando que já vivemos tudo, conquistamos muito e sobrevivemos todas. Ledo engano. A vida insiste nos surpreender, desviando a rota, pegando a gente de surpresa, nos fazendo repensar e reciclar sentimentos adormecidos ou esquecidos na gaveta.

No final deste ano, convivi com um filhote beagle, que acredito tenha me dado altos toques e ajudado a ser uma pessoa melhor. Eu e Beethoven ficamos amigos com a intensidade e a rapidez que os tempos modernos sinalizam.
Tive um 2010 muito movimentado, de emoções fortes, de ralação, mudanças e reavaliações, mas nada foi tão prazeroso e encantador quanto o meu encontro com ele.
Gabí com seu Beethoven ainda bebê

A dona do Beethoven é a Gabí, uma jovem sensível, inteligente, muito expressiva, que é vizinha nossa. Com seu brinquedinho de carne e osso, ela foi uma jovem mamãe de alto nível, tão afetuosa e dedicada. Sempre que saía para passear com seu filhote, ele insistia em entrar no jardim do meu irmão,e corria feito uma flexa, farejando com apetite cada canto. Não deu outra, ele acabou conquistando terreno, e assim, passou a morar aqui com o aval generoso e a supervisão de sua dona.
Beethoven conquistou a todos nós com sua vivacidade, determinação, doçura e inteligência. Encheu essa casa de alegria, de novo.

Beethoven, o Magnifico teve várias refilmagens

Curioso com a origem de seu nome (seria por causa de Ludwig van Beethoven?), indaguei Gabí, ela respondeu com naturalidade: “Foi por causa do filme”.
Trata-se da série de filmes americanos iniciada em 1992, “Beethoven, o Magnífico”, e que até hoje faz sucesso nas telas e nas locadoras. Apesar do Beethoven do cinema ser um São Bernardo, o nome caiu bem no Beagle da Gabí, porque além de parecidos, os dois têm o poder de causar deliciosas trapalhadas na sua alegria de viver.

O que mais me intrigava era o seu olhar, penetrante, questionador e, sobretudo, humano.
Li sobre a raça beagle que entre as suas características mais admiráveis, a principal é que certamente possui cérebro. Certamente. Hoje, tenho certeza que entendia o que lhe dizia, criamos um código nosso.
E aconteceu que o nosso convívio diário me deixou completamente mobilizado por sua exuberante presença, me preencheu um vazio que tinha ficado desde os últimos cachorros que por aqui habitaram: Pecos Bill, Badaioca, Barão, Blanche, Snoopy, Raia... Todos igualmente intensos, leais, afetuosos e, portanto, inesquecíveis.


Gabi com Beethoven e Mel ao fundo
Transmitindo uma saúde de ferro, Beethoven tinha sempre fôlego pra uma brincadeira a mais, e cresceu rápido de tamanho, a ponto de imaginarmos que se transformaria num beagle gigante. Não era nada disso, uma infecção fulminante o atacou fatalmente. Covardia pura. Sua repentina partida deixou a gente sem graça.
Mas aprendi com Gabí que ele foi capturado para fazer feliz alguém...

Ficou em mim um sentimento de urgência que estava adormecido. Beethoven me mostrou o quanto tudo é realmente transitório. Criar raízes, aprofundar relacionamentos, mergulhar nos momentos com a intensidade que eles merecem ser vividos, porque já estamos no futuro.

É tudo já.

Ter conhecido Beethoven foi, de todas as experiências deste ano, a mais terna e
a mais iluminada que vivi.

2 comentários:

  1. Realmente,Beethoven foi uma vida que trouxe uma alegria inigualável a essa casa a qual ele mesmo adotou,talvez como para repor a carência que ficou com ausência da D.Alda(mãe) de do Papai Mauricio,além do Snoopy e Raya e os já citados que também já partiram e eram vidas muito queridas por todos nós.
    Com certeza Beethovem partiu assim tão de repente para alegrar outro plano existencial.Mas deixou a todos a lembrança da alegria,da esperteza,da beleza da inocência pura que existe nos seres ainda infantis como bem disse o Buca,Beethoven foi um cãozinho iluminado que certamente Deus o tem.

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  2. Linda homenagem ao Beethovem, mais um adorável cãozinho desta casa. Mas nada de tristeza... mantenham os olhos abertos para identificar os próximos pets que certamente virão. Porque os corações estão sintonizados com energia, ternura e receptividade. Que chegue em 2011 o próximo amigo guardião desta casa inesquecível para todos nós. Beijos da Maninha

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