domingo, 5 de dezembro de 2010

SOBRE H A I R E FILME DO JABOR



Singrei mares e aportei nas famosas praias de Ipanema e Leblon para um mergulho na cultura.
No Jardim de Alah, baixei âncora e fui conhecer o majestoso Oi Casa Grande para assistir "Hair".

No Castelinho, estacionei minha fragata Saraka em frente à Casa da Laura Alvim, e assisti o filme “A Suprema felicidade”.



Letícia Colin é a Grávida de "Hair". Espontânea, timbre agradável e carisma

Para um pirata cascudo, tudo me pareceu ingênuo demais, transgressor feito uma bala de jujuba. Envelheceu o bucaneiro ou a peça não resiste ? Acho que criei uma expectativa em torno de “Hair”, uma nostalgia da juventude sei lá, um lance vivido com minha geração que ficou lá atrás... O fato é que saí sem graça do teatro, me sentindo uma lagarta desenturmada. Aquela peça revolucionária que sacudiu os anos 70 me pareceu irreconhecível nesta versão 2010. Talvez o momento, embalado num século novo, nada surpreenda mais as pessoas, os conceitos de hoje globalizaram os temas que eram emblemáticos e transformadores.

No elenco só consegui embarcar na Grávida defendida por Letícia Colin, ela me bateu espontânea e com um timbre agradável. Os demais atores, super competentes, não me emocionaram, eles cantam como canários, dançam e pulam com vigor, mas carregam nas tintas quando poderiam exprimir naturalidade. Os hippies de boutique ficam a léguas de distancia do movimento social que levantou a bandeira da liberdade com uma postura de comportamento absolutamente original.
O que me encantou foi ter conhecido de perto o novo Casa Grande. Fiquei viajando na bela casa de espetáculos que Max e Moisés tantos anos sonharam e que finalmente conseguiram realizar.

Tammy di Calafiori, total arraso em "A suprema felicidade"

Não ia ao cinema faz tempo... Agora é com lugar marcado, e não se pode entrar e sair da sessão no meio do filme. Lembro dos tempos que eu dobrava, via de novo o começinho ou até onde quizesse rever determinada cena. Não tem mais nada disso. Mas...
Estava super curioso pra assistir o novo filme do Jabor, tantos anos afastado do cinema, e que realizou pérolas como “Opinião pública”, “Toda nudez será castigada” e “O casamento”.

“A suprema felicidade” é um filme de retorno de uma das mais brilhantes cabeças da cinematografia brasileira. Nele, o verborrágico Jabor está armazenado, soltando os bichos numa catarse hemorrágica. É visceral a sua narrativa, o filme tem um belo discurso de vida e paixão. Ele cresce quando a história foca o Jabor rapaz, interpretado com delicadeza pelo jovem Jayme Matarazzo. E alguns em especial, brilham: João Miguel, Ary Fontoura, Jorge Loredo, Elke Maravilha, Maria Luiza Mendonça, Maria Flor e Emiliano Queiroz principalmente. Aliás, os bordões cantados por Emiliano em suas tres fantásticas aparições, me levou até a infância, quando era comum se ouvir os compradores de jornais pelas ruas Fonte da Saudade e Alexandre Ferreira, na Lagoa.

A grande revelação pra mim é Tammy di Calafiori, o máximo ! Ela é a filha da Maitê Proença na novela “Passione”. Na telinha já tem demonstrado sensibilidade e beleza, mas na telona é um total arraso, ela e a câmera se namoram e se completam. Tanto nos momentos em que dubla com sensualidade à la Marylin, e nas cenas que revela fragilidades da personagem, Tammy está inteira e comovente.
O trabalho de Marco Nanini como o avô é algo especial. Nanini dá show em performance super moderna, elegante e feliniana. Merece premio.

“A suprema felicidade” é um filme instigante, com grandes atuações, vale ser degustado !


Foto 1: George Magaraia
Foto 2: Divulgação


5 comentários:

  1. Concordo com v. Amei o filme do jabor. Obrigado por suas referencias a minhas aparições.Com carinho emiliano queiroz

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  2. Eu achei o filme muito bem feito,com conteúdo, me prendeu, masprocurei a suprema felicidade e não encontrei. Merecia um titulo mais de acordo com uma história de reminicencias.
    Arnaldo Botelho

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  3. A-DO-REI ! Até chorei de emoção!!
    Xuxu

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  4. Achei a peça fria,esperava muito mais, tem partes que não dá para ouvir direito mas o que conseguii entender me divertiu.
    Mesmo sabendo que é uma historia antiga, ao mesmo tempo ficxa misturado porque não tem guerra do Vietnan e hoje em dia todo mundo é cabeludo
    Sol

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  5. Fico feliz que vc tenha gostado do filme e do meu trabalho! Obrigada pelo carinho e pelo elogio.
    Beijos
    Tammy

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