terça-feira, 30 de abril de 2013

OS ANIMAIS E A ESPIRITUALIDADE


Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência. (Artigo 1º. da Declaração Universal dos Direitos do Animal, proclamada na UNESCO em 15 de outubro de 1978)


O reino animal é marcante presença na Bíblia. Como é dito no Gênesis - No princípio Deus criou o céu e a terra com monstros marinhos, a multidão de seres vivos e as aves de todas as espécies, animais domésticos, répteis e animais selvagens -  assim como nas civilizações mais antigas, de dinossauros a anfíbios, de domésticos a selvagens, a animália acompanha os passos do homem há milênios...



Desde que eu me entendo por gente, eles nos cercam e ao mesmo tempo  intrigam em diversos questionamentos existenciais...  A questão da reencarnação  do homem encontrei na espiritualidade a resposta, mas e os animais ?

Na cultura ocidental os animais não têm transcendência, não têm alma a ser salva ou condenada. Nunca tiveram o direito à imortalidade, atributo exclusivo dos seres humanos. De um lado a ciência, que rejeita as emoções e a espiritualidade e de outro, a religião, que não aceita a sua transcendência e nega aos animais o direito à vida pós-morte.



Já para o Espiritismo os animais possuem uma alma, um princípio inteligente ou espiritual individualizado, que reencarna, evolui, progride e traz em si mesmo, como todo princípio inteligente, as potencialidades intelecto morais e psíquicas vindouras. Eles tiveram através da doutrina espírita a sua dignidade resgatada, situada em um processo evolutivo, onde o princípio inteligente - do átomo ao arcanjo – se elabora e se auto constrói.

Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec (1804-1869) enfatiza: “os animais, também compostos de matéria inerte e igualmente dotados de vitalidade, possuem, além disso, uma espécie de inteligência instintiva limitada e a consciência de sua existência e de suas individualidades.”


ALMA  ANIMAL

O Espiritismo não aceita a metempsicose - a reencarnação dos espíritos em corpos animais -
mas considera que há um fio evolutivo de continuidade entre o reino animal e o hominal, chamado
pelo cientista espírita francês  Gabriel Delanne (1857-1926) de Evolução Anímica. 
Delanne foi um entusiasta do professor Kardec depois de seu desencarne e um dos maiores propagadores da doutrina espírita.


Publicou diversos livros abordando o tema, e em sua última publicação - A Reencarnação, dedica
um capítulo à Alma Animal, a passagem inteligente pelo reino animal, onde afirma não haver
diferenças absolutas entre a alma animal e a nossa :













“Tomando a Humanidade no menor grau da escala intelectual entre os selvagens  mais atrasados, pergunta-se se é aí o ponto de partida da alma humana. Segundo a opinião de alguns filósofos espiritualistas, o princípio inteligente, distinto do princípio material, individualiza-se, passando pelos diversos graus da espiritualidade; é aí que a alma se ensaia para a vida e desenvolve suas primeiras faculdades pelo exercício; seria, por assim dizer, seu tempo de incubação. Chegada ao grau de desenvolvimento que este estado comporta, ela recebe as faculdades especiais que constituem a alma humana. Haveria, assim, filiação espiritual do animal ao homem, como há filiação corporal...

CHICO XAVIER

Chico Xavier tinha uma cadela de nome Boneca, que sempre esperava por ele, fazendo grande festa ao avistá-lo. Pulava em seu colo, lambia-lhe o rosto como se o beijasse. O Chico então dizia:  - Ah, Boneca, estou com muitas pulgas!

Imediatamente ela começava a coçar o peito dele com o focinho.
Boneca morreu velha e doente. Chico sentiu muito a sua partida. Envolveu-a no mais belo xale
que ganhara e enterrou-a no fundo do quintal, não sem antes derramar muitas lágrimas.
Um casal de amigos que a tudo assistiu, na primeira visita de Chico a São Paulo, ofertou-lhe uma cachorrinha idêntica à sua saudosa Boneca.

A cachorrinha recebia afagos de cada um. A conversa corria quando Chico entrou na sala e alguém colocou em seus braços a pequena cachorra. 
Ela, sentando-se no colo de Chico, começou a se agitar e a lambê-lo.
- Ah Boneca, estou cheio de pulgas! disse Chico.
A filhotinha começou então a caçar-lhe as pulgas e parte dos presentes, que conheceram a Boneca, exclamaram: "Chico, a Boneca está aqui, é a Boneca, Chico!" Emocionados, perguntaram como isso poderia acontecer. E Chico respondeu:


- Quando nós amamos o nosso animal e dedicamos a ele sentimentos sinceros, ao partir, os espíritos amigos o trazem de volta para que não sintamos sua falta. 
É, Boneca está aqui sim, e ela está ensinando a esta filhota os hábitos que me eram agradáveis. Nós seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar. 



Vacas circulam livremente nas cidades da Índia. Entenda o por que. Na Índia, a vaca é considerada um animal sagrado, responsável pela renovação. Ela seria o animal que transportava o deus Shiva e controlava seus impulsos.

Essa crença vem do hinduísmo, considerada a religião mais antiga existente, antecedendo até os registros históricos. Shiva é o deus mais conhecido entre nós Ocidentais, e ele, para os indianos, é responsável pela renovação e pela transformação. 
       

O cavalo tem papel importante no mundo, desde o seu uso no transporte puxando carruagem, carroça, bonde, diligencia, até nos trabalhos agrícolas na aragem, como também nas guerras de maneira intensa, formando as unidades de cavalaria. O Hipismo é a arte de montar a cavalo.

A sua ‘alma’ foi retratada no teatro através de duas peças:
em “Equus”, do inglês Peter Shaffer, foi montada diversas vezes no Brasil, e é uma brilhante reflexão sobre um adolescente com fascínio sexual e religioso pelo animal e que é tratado por um psiquiatra.


A história do menino Vicente que vê em sua fantasia mágica o velho pangaré Mimoso como um exuberante cavalo azul é contada por Maria Clara Machado (1921-2001), a maga do teatro infantil em “O Cavalinho azul”. Poesia pura.


O cachorro é o melhor amigo do homem, até para o poeta etílico Vinicius de Moraes (1913-1980) que afirmava: “o uísque é o cachorro engarrafado”... O cão é inspiração para pintores, escritores e dramaturgos que em diversos trabalhos o retrataram.

O cineasta americano Walt Disney (1901-1966) mergulhou no reino animal para criar seus personagens mais famosos em desenhos animados antológicos. Mickey Mouse, Pato Donald, Pateta, Pluto e tantos outros, fazem parte desta galeria universal da fantasia.
“A Dama e o Vagabundo”(Lady and the Tramp) dá voz e emoção a uma dupla imbatível: uma coker spaniel e um vira-latas de níveis sociais diferentes que se apaixonam, apesar dos aprontes dos terríveis gatos siameses Si e Ão. Uma magia deliciosa e inesquecível.


Tão eloqüente quanto o sorriso de Dinah, a gata sorridente de Alice – a do País das Maravilhas -  o felino se manifesta de diversas outras maneiras, principalmente por que observa tudo relacionado ao seu dono. Quando minha prima Zilah, uma apaixonada por gatos, está triste ou adoentada, ela afirma que sua gatinha sente e vibra emocionalmente... A atriz Louise Cardoso, outra ‘gatóloga’ de coração, conversava com seus amiguinhos, assim como a escritora Cora Ronai diversas vezes contou em suas crônicas. Os gatos entendem tudo.



Hospedei uma época um sharpei chamado Gable, de minha amiga Maria Belle. A nossa cumplicidade foi instantânea, nos tornamos logo amigos de infância, apesar de sua independência e de sua personalidade reservada. De origem chinesa, a raça foi usada na China Antiga como guarda das tumbas da realeza chinesa. Seu olhar penetrante e suas rugas rebolativas transmitiam afeto e lealdade. Fiquei fascinado com sua inteligência e seu temperamento calmo. No início acho que estranhou um pouco por conversar tanto com ele, até que depois senti que entendia e apreciava meu falatório. Me apaixonei. Foi difícil devolvê-lo...





Tantos amigos... Badaioca, o pincher gigante que deu alegria a meus irmãos; Barão, o vira-latas genial nascido na realeza de Araruama e que doou tanto amor à infância de meus sobrinhos; Sharon, a golden retrevier querida de minha irmã e sobrinhos; 
Shark, o bull terrier de amigos inesquecíveis... e Julie, Kita,  Bob, Pok, Lola, Razak, Carol, Ava, Lua, Blanche, Pecos Bill, Lobo,  Snoop, Raia, Betthowen, Snow e  Mel, 

tudo gente fina e sincera. Ave!

12 comentários:

  1. Obrigada, Tio! Parabéns pelo texto!
    Bjs
    Catarina Borzino

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  2. Concordo plenamente com .com o que você escreveu .Os animais também foram criados por Deus .Temos o dever de cuidar bem deles Eu amo a minha Sindy.
    Beijo, Elizabeth Silva

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  3. Os bichos são escudos que nos protegem. Parabéns, adorei e aprendi Nina Carauta

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  4. Oi Luis Sergio.
    Que texto, hein meu amigo! Amei.
    Eu sou apaixonada pelo nosso Universo e na maioria das vezes não questiono muito a respeito de tantas maravilhas que Deus criou para nós. Eu, simplesmente as amo e pronto.
    Os animais... Ah! Esses bichos danadinhos, são um caso à parte.
    Eu tenho a Julie (cadela) de 15 anos de idade e o Shark (cão) de 7. Eles são pessoas, viraram gente e são tratados como tal.
    Eu sou muito feliz com eles.
    Muito obrigada pelo carinho ao mencioná-los.
    Um grande beijo.
    Angela Theodoro.

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    1. Perdi minha amada Pantera, minha cadelinha vira lata partil obtem dia 04 de maio...
      A dor é muito grande, um vazio enorme e tomou conta de todos da casa.
      Foram quase 14 anos juntos...
      Peço a Deus que conforte minha filha, pois tem 12 anos e chora incansavelmente pela perda da " Irmã", como assim a minga filha Júlia a considera.
      Um buraco enorme se abriu em nossas vidas.. A sdd é enorme...
      E n ao estou sabendo lidar com a falta dela.

      Magda

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    2. Perdi minha amada Pantera, minha cadelinha vira lata partiu ontem dia 04 de maio de 2016...
      A dor é muito de grande, um vazio enorme e tomou conta de todos da casa.
      Foram quase 14 anos juntos...
      Peço a Deus que conforte minha filha, pois tem 12 anos e chora incansavelmente pela perda da. "Irmã", como assim a minha filha Júlia a considerva.Triste demais, para uma mãe, ver o seu animalzinho morrendo e não poder fazer nada.
      Um buraco enorme se abriu em nossas vidas.. A sdd é enorme...
      E n ao estou sabendo lidar com a falta dela.

      Magda

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  5. Sou uma apaixonada por bichos, fui criada com gatos e cachorros a minha volta. Tenho certeza que eles fizeram muito da felicidade da minha infância mas também foram motivo de muita tristeza porque foram as minhas perdas mais sofridas de quando menina. Esse artigo aplaca as minhas inseguranças de que tenho lembrança, mesmo sendo adulta que nunca perdeu as referencias de criança.Obrigada!
    Lita Paes Leme

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  6. Não é só a vaca que é sagrada na India o rato também é. Quem mata um lá é sacrificado. No Brasil os ratos estão soltos sacrificando o povo!
    Dura realidade a nossa...rsrsrs Rogério Palma

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  7. Aqui em casa tenho 5 "gente fina, elegante e sincera": Ava, Chakal, Alloba, Lacsmi e Franccesca. Pela minha vida já passaram tantos e tantos: Barão (inesquecível), Kika (preta linda), Carol (meu uniforme da escola nunca estava limpo, sempre tinha as patonas da carol), Koonan (olhar impressionate), Pecos (outro inesquecível. Um AMIGÃO), Frodo, Lobo...isso para só falar dos cachorros. Tem os gatos: xênia, chorão, bravo, botafogo, goiabada...Ah, tinha o Tatá (um Hamister)e até hoje tem minhas 4 tartarugas: The Flash, Penélope, Papaléguas e Formiga Atômica. Animais!!!! Tanto me ensinam do que é AMOR. Muito grata serei a vida toda! Valeu, Luis!!! Bjs da sua Elefante...rsrsrsr Ana Cristina

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  8. Eita, como pude esquecer do Guga...nosso velhinho...tão querido! Cris

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  9. Minha tia tem amor de mãe pela Soraia. Ela acaba de salvá-la da sinomose com o tratamento da célula tronco. A família toda renasceu junta! Abraços,Gil Gouveia

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  10. Muitos dos cachorros citados aqui encheram minha vida de muito amor!

    Alda

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