sábado, 28 de fevereiro de 2009

Tributo à Ida Gomes



O Bucaneiro está triste com a partida de IDA GOMES no domingo de carnaval último, dia 22 de fevereiro.

Deixamos aqui nossa saudade, homenageando a grande atriz e ser humano através do belo clip produzido pelo Site Dramaturgia Brasileira e sua biografia escrita para o Site Canal Funarte, em 2006.




Se não conseguir assistir ao vídeo, veja aqui
http://www.youtube.com/watch?v=ZHW8vz-uqiQ


Biografia

Ita Szafran nasce em Krasnik, na Polônia, em 25 de setembro de 1926. É criada na França, onde chega com sua família um ano depois de seu nascimento. Em Paris, aperfeiçoa sua língua materna, o francês, ao estudar os escritores clássicos, como Racine, Corneille e Molière. De família judaica vem para o Brasil quando se torna eminente o domínio alemão sobre a França. Em 1938, incentivada pela mãe, participa do concurso Em Busca de Talentos no programa de Celso Guimarães na Rádio Tupi lendo uma poesia, e conquista a primeira colocação. Cumpre a seguir um período na Rádio Jornal do Brasil, até que Olavo de Barros lhe oferece um contrato na Rádio Tupi.. Na Rádio Globo integra o elenco de radioteatro dirigido por Amaral Gurgel e em seguida atua no auge da Rádio Nacional. Em 1948 vai estudar nos Estados Unidos através de uma bolsa de estudos. Em 1951 segue para Londres para um estágio no serviço brasileiro da Rádio BBC, onde atua em novelas e como locutora.

Em 1953 entra para a TV Tupi, e estreia sob direção de Chianca de Garcia, protagonizando Electra de Sófocles, ainda nos estúdios da Avenida Venezuela, com direito a uma desconfortável coluna no meio do estúdio. No elenco aparecem dois outros importantes atores dos primórdios da TV: Heloisa Helena e Jacy Campos. Torna-se uma das principais atrizes pioneiras da televisão brasileira, sendo escalada para diversos seriados e teleteatros, e chega a figurar em quatro elencos diferentes na mesma semana. Participa simultaneamente do Grande Teatro Tupi, onde se destaca em A Herdeira ao lado de Fernanda Montenegro e Sérgio Britto, Teatro de Comédias, em diversas peças, entre as quais Catarina da Rússia ao lado do galã Herval Rossano, Câmera Um de Jacy Campos, Teatro Gebara dirigido por Fábio Sabag e Teatro de Equipe dirigido por Paulo Porto, quando recebe os maiores elogios em A Esquina Perigosa de J.B. Priestley, contracenando com Heloisa Helena, Daniel Filho e Paulo Porto.

O seriado A Canção de Bernadete (1957) de Franz Werfel, com direção de Paulo Porto e estrelado por Aracy Cardoso, lhe dá grande popularidade ao interpretar a freira má que persegue a protagonista. Paralelo à televisão faz dublagens, e integra o elenco estelar da Cine Castro, dirigida por Carla Civelli, onde dubla ao lado de Natália Thimberg, Alberto Perez, Cláudio Corrêa e Castro, Ângela Bonatti, José Miziara, Daniel Filho e Cláudio Cavalcanti. Torna-se a voz oficial de Bette Davis em seus principais desempenhos no cinema para as versões na televisão.

Em 1967 entra para a TV Globo, e estreia na novela A Rainha Louca de Glória Magadan. Permanecendo na emissora até os dias de hoje, participa de grandes sucessos da primeira fase da emissora como A Gata de Vison (1968/69), A Ponte dos Suspiros (1969), A Última Valsa (1969), Verão Vermelho (1970), O Homem que Deve Morrer (1971) e Dona Xepa (1977), dentre outras. Em O Astro (1977) de Janete Clair destaca-se como a bondosa tia Magda, apaixonada por Salomão Hayala, interpretado por Dionísio de Azevedo. Em 1973 integra a primeira novela à cores como a impagável Dorotéia Cajazeira de O Bem Amado de Dias Gomes, dirigida por Regis Cardoso. O sucesso da novela é tão grande que ganha formato de seriado sete anos depois, com Ida e os mesmos protagonistas Paulo Gracindo, Lima Duarte, Emiliano Queiroz e Dirce Migliaccio.

No cinema estreia em Bonitinha Mas Ordinária (1963), dirigida por J.P. Carvalho. Roda O Mundo Alegre de Helô (1967) de Carlos Alberto de Souza Barros, A Penúltima Donzela (1969) de Fernando Amaral, ao lado de Djenane Machado e Adriana Prieto, e O Casal (1975) de Daniel Filho, ao lado de Sonia Braga e José Wilker. Em 1988 filma Primeiro de Abril, Brasil com a diretora Maria Letícia e depois de tempos afastada do cinema, retorna em Copacabana (2001) de Carla Camurati e O Amigo Invisível (2005) de Maria Letícia.

Em teatro, começa ainda adolescente no Teatro do Estudante de Paschoal Carlos Magno. Em 1957 estreia no teatro profissional em O Primo da Califórnia de Joaquim Manuel de Macedo, direção de Alfredo Souto de Almeida. Com o diretor João Bethencourt volta aos palcos em 1965 na peça As Feiticeiras de Salém de Arthur Miller. Em 1971 atua no musical Um Violinista no Telhado de Joseph Stein, direção de Wilfredo Ferrán.

Em 1990 faz No Natal a Gente Vem te Buscar de Naum Alves de Souza, direção de João Albano, ao lado de Lucélia Santos. Suas mais recentes atuações nos palcos acontecem em Bodas de Ouro (2002) de Vicente Maiolino, protagonizando ao lado de Carlos Alberto um casal de idosos, O Avarento (2003) de Molière, direção de João Bethencourt, com Jorge Dória no principal papel, e Tio Vânia (2003) de Tchecov, com Diogo Vilela e Débora Bloch, direção de Aderbal Freire-Filho.
Em 2006, sob direção de Leon Góes, participa de Rainha Esther de André Chevitarese. E na TV recentemente faz a mini-série JK de Maria Adelaide do Amaral, dirigida por Denis Carvalho.

Criadora de personagens marcantes na televisão e no teatro, dedica-se integralmente à carreira e ao convívio dos amigos, sendo considerada por todos uma mulher de forte personalidade e de talento comprovado.




ADENDO 2009

Em 2007 protagoniza o musical gótico 7 de Ed Motta, em realização de Cláudio Botelho e Charles Moeller, seu último trabalho nos palcos.
Seu desempenho emociona plateia, crítica e colegas. Recebe indicações para prêmios.
Planejava a montagem de uma peça em que atuaria com a sobrinha, a atriz Débora Olivieri, filha do ator Felipe Wagner, querido irmão de Ida.
Ela será a grande homenageada do Premio Shell de 2009.

Biografia extraída do Canal Funarte,pesquisada e escrita em presente histórico no ano de 2006
Pesquisa: Funarte
Redação e Pesquisa adicional: Luis Sergio Lima e Silva
Supervisão: Paulo Cesar Soares
www.funarte.gov.br/canalfunarte


8 comentários:

  1. Até pouco tempo estava atuando na peça Sete que acabou de sair de cartaz. Deixava a platéia emocionada todas as noites. Vai continuar brilhando com seus colegas em outra dimensão. Sharon Stone do Brasil.

    ResponderExcluir
  2. BOA NOITE , NOSSA ESTRELA, NOSSA DAMA, DIVA . ATRIZ DE NOSSA FAMÍLIA. TRISTE MOMENTO. TODOS OS APLAUSOS PELA BRILHANTE CARREIRA DE SUCESSO E PELO CARINHO COM TODOS NÓS. VIVA IDA GOMES ! LUTO NO TEATRO ! Delcio Marinho Gonçalves
    http://dmarinho.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  3. tive o prazer de vê-la no Sete e ouví-la em diversos filmes, pois era dubladora. Nunca me esqueço de estar reunido com a familia no Natal de 1993, durante o almoço do enterro dos ossos, cujo filma da tarde era Dumbo. Pois, nao é que uma das elefantas que esnobam o orelhudo tinha uma voz conhecida? Ninguem se lembrava da atriz q fazia a dublagem. Eu sim e gritei. Ida Gomes. Graças a Deus, tive a felicidade de dizer isso a ela, às gargalhadas, claro. Obrigado meu Deus por ter tido o prazer de conhecer e ver Ida Gomes atuar. Abraços, Marcelo Aouila

    ResponderExcluir
  4. Conheci a Ida quando trabalhava em figurino na TV-Globo nos anos 70, e pude ver o sucesso das irmãs Cajazeiras. Mais tarde, já como atriz, senti-me honrada em poder conviver com ela em vários momentos que só me deram alegria. Aprender com a sua arte, nos palcos, na Tv, ouvindo sua voz nas dublagens. Grande Ida, querida, que nos deixou muitas saudades. Lembro-me bem da alegria quando falava da peça Sete, do seu entusiasmo de estar no palco. Beijos aonde voce estiver.

    ResponderExcluir
  5. Embora tivesse pouco contato com ela na área de dublagem, digo com orgulho que fomos colegas. Grande homenagem à essa grande atriz, exemplo de talento e profissionalismo.

    ResponderExcluir
  6. Adeus Ida Gomes! Seu talento, emoldurado pelo rosto expressivo e pela voz inigualavel, ficará para sempre na memória do espectador brasileiro.

    ResponderExcluir
  7. oi, Buca! eu tambem, antenada, começo a navegar pelos mares das artes em busca de blogs inteligentes e me deparo com o Bucaneiro prateado onde abri exatamente nesta admiravel atriz em que tanto acompanhei os seus trabalhos desde o Bem Amado quando se tornou para mim um icone das artes cenicas.Buca,vou em frente,as matérias são maravilhosas. Beijos mil, Helena.

    ResponderExcluir
  8. Há um engano fácil de ser corrigido: Celso Guimarães, amigo da minha família, não era do elenco da Rádio Tupi, mas sempre da Rádio Nacional. E a estréia de Ida Gomes no rádio (Tamoio) se deu por volta de 1944, numa novela vespertina em que ela fazia o papel de uma cigana (que dava nome ao seriado) chamada Racilba. Bem novelão, não?

    ResponderExcluir